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    Publicado em 06 de Agosto às 19:20:31

    Motiva (MOTV3) | Notas do Nosso Podcast e Reunião com Investidores – Agosto/25

    Realizamos um evento com a Motiva, ontem (05/08), com a participação da Sra. Flávia Godoy, Diretora de RI e Sr. Douglas Ribeiro, Gerente de RI. Nosso dia foi dividido em: (i) Um podcast gravado em nossa plataforma Genial Analisa (acesse aqui) e (ii) um almoço com clientes do buyside. Em nosso encontro, pudemos discutir diferentes pontos urgentes à companhia, entre eles, destacamos (i) a otimização do seu portfólio, (ii) seletividade na escolha das concessões, (iii) alavancagem e (iv) estratégia operacional rodovias, mobilidade e (v) a reciclagem de ativos esperada no segmento de aeroportos. Abaixo destacamos esses e outros destaques de nosso encontro:

    1. Rebranding da marca CCR para Motiva

    • Nome “Motiva” remete a movimento (locomotiva), o simbolismo está calcado na transformação.
    • A mudança acompanha uma reestruturação profunda na gestão da companhia, em comparação à antiga CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), fundada no final dos anos 1990.
    • Essa gestão está baseada em (i) um bloco de controle (Itaúsa, Votorantim, Soares Penido e Mover) e (ii) um novo CEO (Sr. Miguel Setas, ex-CEO da EDP, do setor de utilities).

    2. Ciclo de Transformação Estratégica (iniciado em 2023)

    • A partir de 2023, a Motiva passou por uma revisão estratégica com a nova gestão, através de 6 pilares: eficiência, seletividade, portfólio otimizado, estrutura de capital eficiente, sustentabilidade e competências distintivas.
    • O ano de 2025 é visto como o ano da consolidação dos primeiros resultados visíveis dessa transformação.
    • Estratégia agora mais ativa em reciclagem de ativos, alocação seletiva e criação de valor com visão de “portfolio manager”.

    3. Crescimento seletivo e oportunidades no setor de concessões

    • O setor vive um ciclo aquecido de investimentos nos próximos 2-3 anos, com mais de R$ 200 bi em rodovias e R$ 70 bi em mobilidade.
    • Motiva conquistou 2 concessões importantes, com matriz de risco conhecida:
      • Sorocabana: uma “extensão” da ViaOeste, concessão cujo contrato se encerrou no dia 29 de março de 2025.
      • PRVias: antiga concessão Rodonorte, operada pela companhia desde 2021.
    • Eliminação de concessões deficitárias e repactuação:
      • Barcas: a concessão saiu do portfólio, retirando a queima de >R$200 mi de EBITDA/ano.
      • Motiva Pantanal (antiga MSVia): reconquistada via repactuação contratual.
    • Sorocabana, PRVias e Motiva Pantanal devem gerar juntas R$1,6 bi de EBITDA em 3-4 anos.
      • Mais do que compensam a saída de EBITDA da ViaOeste do portfólio.
    • Estratégia foca em brownfields com conhecimento prévio, alta rentabilidade e disciplina de capital.
    • Duration ponderada pelo EBITDA passou de 9 anos (2020) para 17–18 anos (2025).

    4. Caso Autoban: Reequilíbrio contratual e maturidade regulatória

    • Maior concessão do portfólio: concessão estadual madura e com tráfego defensivo (média de 55% comercial/pesado e 45% leve)
    • Enfrentou desequilíbrios históricos (ISS, eixo suspenso, greve dos caminhoneiros).
    • Acordo em 2022 estendeu prazo contratual e resolveu pendências via aditivo.
    • Mostra a importância dos aditivos e da previsibilidade regulatória. Solução foi favorável para a companhia.

    5. Reequilíbrios e aditivos como motor de crescimento

    • Reequilíbrios são tratados como oportunidades de alocação dentro de matriz de risco conhecida.
      • Exemplo em outros segmentos da companhia: aditivos para expansão da Linha 4 até Taboão da Serra e novo sistema ETCS na Linha 8/9.
    • Marco regulatório do setor é considerado robusto e previsível.
    • A companhia vê oportunidades tanto (i) no mercado primário quanto (ii) na agenda regulatória, via reequilíbrios e aditivos contratuais.

    6. Alavancagem e estrutura de capital

    • Alavancagem atual em 3,6x dívida líquida/EBITDA (2T25) — considerada saudável.
    • Meta interna: operar entre 2,5x e 3,5x, com tolerância de 24 meses.
    • Trabalho de liability management é outra ferramenta importante para a companhia.
      • Em 2024 gerou ganhos de ~R$ 240mi (holding).
      • Esse ano, já realizaram esse processo com a Autoban, com realizando um swap de CDI +12-14% para CDI -0,17%, que gerou um ganho de R$320mi.
    • Continuidade na gestão da dívida
      • Trabalho importante ano passado com a troca de indexador de dívida de CDI para IPCA, buscando hedge natural com tarifas.

    7. Política de dividendos e previsibilidade

    • Nova política de dividendos traz previsibilidade:
      • Se alavancagem (na figura final do ano) <3,5x → payout mínimo de 50%.
      • Se >3,5x → redução do payout mínimo
    • Meta é sustentar crescimento com dividendos consistentes.

    8. Estratégia em Mobilidade Urbana

    • Mobilidade representa 25% do EBITDA atual da companhia
    • Apesar de menor pipeline de oportunidades, comparativamente às rodovias, é um segmento estratégico para a Motiva.
    • Movimentos importantes: (i) aditivos recentes nas linhas 8 e 9 com a integração do sistema ETCS no novo contrato e (ii) extensão da Linha 4 até Taboão da Serra está em negociação. Além disso, possibilidades de ganhos com receitas acessórias, real estate, formação de hubs.
    • Riscos operacionais
      • Metrô: Perfil de menor risco, são preferência
      • Trens de superfície: maior número de intercorrências — exigem retorno maior pela companhia.

    9. Plataforma Aeroportuária: Estratégias e Desinvestimentos

    • A Motiva possui 20 aeroportos:
      • 17 no Brasil.
      • 3 internacionais: Equador (Quiport), Costa Rica (Aeris) e Curaçao.
    • 60% do EBITDA da plataforma vem dos 3 ativos no exterior — todos dolarizados, o que traz estabilidade em moeda forte.
      A plataforma é consolidada e eficiente, com margens operacionais em evolução e crescimento consistente na demanda (~7% a/a no 2T25, sobre uma base já elevada).
    • A Motiva não vai mais alocar capital em aeroportos, por três razões principais:
      • Fragmentação do setor no Brasil: baixa visibilidade sobre o setor
      • Concorrência alta: com todos os grandes players internacionais já posicionados.
      • Falta de escala adicional viável: 90% dos projetos aeroportuários no Brasil já foram licitados.

    • A plataforma aeroportuária é parte do pilar de portfólio otimizado.
      Há uma agenda ativa de reciclagem de ativos não estratégicos, que pode destravar entre R$5 bilhões a R$10 bilhões em valor no médio/longo prazo.
      Objetivo: Realizar desinvestimento integral da plataforma aeroportuária em uma única transação, com venda do controle ou 100% dos ativos.

    • A operação é única em escala na América Latina, o que aumenta sua atratividade.
    • Expectativa:
      • Anúncio da transação ainda em 2025.
      • Fechamento (closing): até 2026.

    • A venda da plataforma permitirá:
      • Redirecionamento de capital para rodovias e mobilidade urbana.
      • Redução da complexidade operacional.
      • Foco total nas áreas core da Motiva no Brasil.

    • Tais fatores são complementos essenciais para o encaminhamento da companhia em direção aos seus 6 novos pilares propostos pela nova direção.
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