Olhando para o setor de transportes, as prévias do setor aéreo já mostravam uma demanda forte de viagens no primeiro trimestre do ano. Acreditamos o aumento da mobilidade também deve se refletir em volumes altos no segmento de locação de veículos. Essa demanda aquecida deve gerar crescimento de tarifas trimestre contra trimestre. O recebimento de carros foi e ainda é um desafio importante para o setor, mas já vemos uma evolução positiva da metade de 2021 para esse início de ano.
Movida (MOVI3):
Estamos confiantes que será outro trimestre de destaque para a Movida, favorecida tanto pelo mix mais premium, que puxa a tarifa média para cima, quanto pelo bom volume de vendas de seminovos. No RAC, os volumes devem se manter nos patamares fortes apresentados no último trimestre, com leve aumento de tarifa. Na parte de GTF também esperamos um bom desempenho, principalmente com as tarifas sendo ajustadas à medida que os novos contratos foram entrando desde o forte desempenho do fim do ano passado. A incorporação dos ativos da CS Brasil garante à Movida volumes altos. Outro ponto importante, é a melhora parcial na compra de veículos. Com a frota crescendo mais que a média do setor e com um cenário de juros elevados, o produto zero-km pode ganhar ainda mais espaço ao longo dos anos de 2022 e 2023. O cenário de taxas de financiamento mais elevadas abre espaço para o aumento da penetração desse tipo de produto. O encarecimento do crédito, embora possa favorecer o operacional pode acabar prejudicando as últimas linhas da DRE.
Unidas (LCAM3):
Esperamos que a empresa reporte bons resultados, com destaque principal para o aumento de tarifas no RAC e no GTF. A empresa teve um 4T21 melhor em termos de recebimento de carros, essa concentração de entregas no trimestre passado deve refletir em uma frota total estável na comparação trimestral, portanto não temos expectativas de grandes aumentos na frota. No segmento de seminovos, esperamos uma leve evolução em relação ao final do ano de 2021, mas o volume ainda deve ser baixo. A empresa deve seguir a estratégia de manter os carros em operação, envelhecendo frota nesse primeiro semestre do ano, esperando uma melhora no cenário. Na nossa visão, o GTF não deve ter grandes surpresas, os resultados de modo geral são mais estáveis. O segmento sofre menos com falta de carros devido à exposição ao agro e veículos especiais, que sofrem menos com a falta de veículos. No RAC, esperamos números sólidos devido o aumento da tarifa média, além disso, os carros que entraram no fim do 4T21 devem contribuir com o volume de diárias.
Localiza (RENT3):
Acreditamos que mais uma vez o trimestre deve ser modesto para a Localiza em termos de crescimento de frota, que devem se manter em patamares muito similares aos do trimestre passado. O bom volume no GTF, deve contribuir para o aumento da tarifa média da Localiza no 1T22. O segmento também deve ser o destaque positivo, com aumento de volume. Nossa expectativa é que os carros incorporados no final de 2021, somados ao aumento na tarifa, resultem em receitas crescendo perto de dois dígitos. No RAC, assim como nas outras empresas do setor, esperamos aumento nas tarifa na comparação com trimestre passado, com manutenção de volume em patamares altos. Além disso, é importante ressaltar que a oferta restrita de veículos, penaliza mais Localiza e Unidas frente à Movida. No segmento de seminovos, esperamos que a empresa venda mais carros que no trimestre passado, porém com aumento de 3,3% no número de veículos vendidos, totalizando cerca de 16 mil carros vendidos. No RAC, esperamos um aumento relevante nas tarifas, o que deve equilibrar os volumes menores. No GTF, a tarifa também deve avançar por conta do descasamento entre oferta e demanda que pode aumentar os preços.