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    Publicado em 21 de Outubro às 19:35:27

    Locadoras | Prévia de Resultados 3T22: VAMO3, RENT3 e MOVI3.

    No segmento de locação, mais uma vez o destaque positivo deve ser a Vamos (VAMO3) com volumes fortes de locação e vendas em concessionárias. Já para as locadoras de leves, esperamos bons volumes de compras de veículos, com bons níveis de tarifa. Nas últimas linhas, os resultados devem ser prejudicados por pressões nas margens de seminovos e pelo aumento das despesas financeiras.

    Conforme já havíamos mencionado em relatórios passados, a crise na cadeia de semicondutores prejudicou as montadoras e afetou o processo de renovação de frota de empresas como Localiza e Movida. Porém, com uma melhora gradativa e temporária, houve uma maior oferta de carros, principalmente os de entrada, o que vemos como algo positivo para as empresas de locação.

    Quando falamos em melhora temporária, temos que lembrar que o processo de fabricação de carros não é algo imediato, ou seja, as peças que estão sendo produzidas hoje só serão inseridas e entregues em um veículo daqui a alguns meses.

    Dito isso, o 3T22 foi beneficiado por um período relativamente calmo em relação os lockdowns na China no 2º trimestre. Com isso, houve uma aumento na exportação, o que consequentemente aumentou a produção de veículos.

    É possível observar essa melhora comparando os dados de produção e emplacamentos. A fabricação de automóveis no 3T22 quando comparada ao 1T22 e ao 2T22 subiu, respectivamente, 30% e 7%, enquanto as vendas de carros subiram 44% e 13% na mesma comparação.

    No terceiro trimestre tivemos um enfraquecimento nas vendas do varejo. Isso aliado a uma retomada na produção de veículos de entrada fez com que boa parte desses automóveis de entrada fossem comprados pelas locadoras, que já buscavam uma renovação e inserção de veículos de ticket mais baixo em suas frotas. Se observarmos os 5 principais carros de entrada, veremos que, em média, suas vendas aumentaram 50% e 40% em relação ao 1T22 e 2T22.

    Ressaltamos novamente que o maior volume de veículos de entrada vendidos no Brasil é importante para as locadoras. Esse tipo de veículo tem menor custo de manutenção e alta procura, o que garante bom nível retorno por carro.

    Outro ponto importante a se destacar é a manutenção ou até mesmo a elevação da tarifa em comparação aos primeiros trimestre do ano. A taxa de juros elevada reduz a procura por financiamentos, contribuindo para o aumento a demanda por locação.

    Vamos (VAMO3)

    Mais uma vez esperamos um trimestre forte para Vamos, com crescimento de locação. O aumento do Capex contratado reportado no 2T22, deve se traduzir em volume de negócio no 3T22 devido à implantação dos novos contratos.

    Os recentes movimentos, tanto de montadoras quanto da própria empresa, nos mostram que o setor de locação de pesados está aquecido. Mais um vez, esperamos aumentos na receita futura contratada e no Capex com manutenção dos níveis de rentabilidade. Nossa expectativa é o desempenho de concessionárias fique estável dada a sazonalidade.

    Projetamos uma adição consolidada de frota de aproximadamente 3.000 veículos, com um Yield corrente próximo de 2,7%. Também esperamos uma receita líquida de R$ 1,34 bilhões (+61,9% a/a e +12,1% t/t) e um EBITDA projetado totalizando R$ 541 milhões (+83,5% a/a e +19% t/t). Nosso Lucro Líquido do estimado para o trimestre somou R$ 149 milhões (+30,1% a/a e +1,9% t/t).

    Recentemente publicamos um relatório sobre os últimos movimentos relativos ao mercado de locação de caminhões, onde também comentamos sobre a antecipação de recebíveis e o follow-on (juntos somaram aproximadamente R$ 2 bilhões), para conferir, clique aqui.

    Movida (MOVI3)

    Nossa visão é neutra para o resultado de Movida. O operacional forte deve ser ofuscado pelo desempenho negativo no financeiro, pressionado pelas linha de despesas com juros devido ao elevado nível de endividamento.

    No RAC, mesmo sendo um trimestre sazonalmente mais fraco, nossa expectativa é de manutenção de volumes de diárias, com aumento de tarifa. Assim como vimos no setor aéreo, esperamos novo aumento na diária média, que deve atingir um patamar superior a R$ 135.

    No GTF, o bom volume de carros comprados no 2T22 e ao longo do 3T22, ajudarão a reduzir o backlog e consequentemente aumentar a receita no segmento. A entrada de um volume significativo de novos contratos também deve ajudar a puxar a tarifa média para cima, superior a R$ 2.000 mensais.

    Acreditamos que o principal detrator do resultado será a divisão de seminovos. Com a tabela FIPE caindo e com o varejo mais fraco, a tendência é de um maior volume de vendas no atacado, que possuí margens menores. Olhando para a margem bruta, esperamos uma queda de 4,5 bps em relação ao 2T22, chegando a 17%.

    No consolidado, estimamos uma adição de aproximadamente 1.500 carros na frota, volume substancialmente menor em comparação ao 2T22. Esperamos uma receita líquida de R$ 2,37 bilhões, (+50,8% a/a e +2,9% t/t) com um EBITDA projetado totalizando R$ 920 milhões (+49,9% a/a e +1,6% t/t) e o Lucro Líquido do trimestre somando R$ 175 milhões (-32,5% a/a e -6,2% t/t).

    Localiza (RENT3)

    Nossa visão é positiva para o resultado de Localiza. Impulsionado principalmente por uma maior adição de frota, resultando em níveis de diárias e receitas maiores. Diferente do 2T22, a Localiza já irá divulgar os resultados desse trimestre com suas operações e a da Unidas combinadas.

    Assim como a Movida, esperamos um volume de compras elevado. Com um maior volume no caixa, esperamos que a Localiza acelere a renovação de sua frota em relação ao trimestre passado, no objetivo de reduzir a idade média (a mais elevada do setor) e se favorecendo do maior mix de carros de entrada.

    Dito isso, acreditamos que o volume de diárias no RAC deverá ser minimamente superior ao do trimestre passado, com aumento marginal nas tarifas. Nossas estimativas apontam para uma diária de aproximadamente R$ 110.

    Já no GTF, acreditamos que não haverá muitas surpresas fora do que já mencionamos para Movida. Esperamos um aumento na frota, seguido de um maior volume de carros locados, além de uma diminuição do backlog por conta da nova remessa de carros de entrada que foram adquiridos. Estimamos que o segmento deverá apresentar uma tarifa mensal de aproximadamente R$ 1.900.

    Na divisão de seminovos, devemos observar uma Localiza com forte volume de venda de carros por conta do aumento da taxa de renovação de. Acreditamos que o impacto da queda dos preços dos seminovos também reduzirá a margem bruta da divisão. Projetamos uma margem bruta de 19%.

    Na visão combinada de Unidas e Localiza, esperamos um volume de compras acima dos 100 mil carros, totalizando uma receita líquida de R$ 6,3 bilhões (+45,6% a/a e +26,3% t/t). O EBITDA projetado soma R$ 2,05 bilhões (+12,7% a/a e +5,5% t/t) e o Lucro Líquido do trimestre totalizando R$ 610 milhões (-35,1% a/a e +49,9% t/t) segundo nossas estimativas.

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