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    Publicado em 02 de Agosto às 01:44:33

    Movida (MOVI3) | 2T22: Receita para cima… margens para baixo

    A Movida reportou os resultados abaixo das nossas expectativas no 2T22. No geral, o resultado operacional segue muito forte, com a empresa apresentando mais um trimestre de crescimento. Nas linhas de cima os resultados vieram em linha com o esperado, porém, nas linhas de baixo observamos um lucro inferior às nossas expectativas. A compressão de margem líquida ocorreu devido às altas despesas financeiras, decorrentes da elevação da alta taxa de juros. A compressão no lucro também reflete o aumento nos custos com depreciação, devido ao maior percentual de carros novos na frota. Com o estoques de carros mais velhos se reduzindo é natural que vejamos patamares crescente de depreciação.

    Na nossa visão, os destaques positivos foram o forte desempenho do GTF, com crescimento forte das mensalidades, a manutenção do volume de diárias no RAC, com um bom patamar de tarifa e a melhora no volume de compra de carros. Do lado negativo, destacamos as quedas acima do esperado no lucro e na margem bruta de seminovos. Outro ponto de atenção é a diminuição do spread entre Custo de Dívida e ROIC em 0,5 pp t/t, finalizando o período em+9,4 pp.

    A receita líquida totalizou R$ 2,3 bilhões, crescendo 90% a/a e 17% t/t, ficando 4% acima das nossas expectativas e do consenso de mercado. O EBITDA reportado foi de R$ 905 milhões, representando um crescimento de 5% na comparação com o 1T22 e 133% com relação ao mesmo trimestre do ano passado, ficando praticamente em linha com nosso consenso e o de mercado. Por fim, o lucro líquido totalizou R$ 187 milhões, caindo 27% t/t e subindo 7% a/a.

    Operacional

    A empresa conseguiu aumentar sua frota em cerca de 15 mil carros. No trimestre, a frota total atingiu 192 mil, com 32 mil carros comprados no 1T22, uma melhora significativa na entrega de veículos por parte das montadoras. Nossa expectativa é de mais um trimestre com a frota da Movida crescendo mais que a média do setor.

    A adição de frota foi muito superior ao 1T22, o que reflete uma melhora no cenário de entrega de veículos por parte das montadoras. A Movida finalizou 2T22 com cerca de 207 mil carros, contra 90.671 no 4T21. O grande destaque foi evolução de 7,5% na diária média que atingiu R$ 127. O Yield elevado reflete condições a manutenção da demanda em patamares elevados.

    O bom volume de carros comprados também acabou gerando aumentos nos custos de mobilização de frota, o que também colaborou para o aumento dos custos excluindo depreciação.

    RAC

    Embora sazonalmente, observamos uma manutenção dos volumes no RAC e com boa taxa de ocupação, resultando em bons patamares de tarifa para um segundo trimestre. O crescimento de receita no RAC nos sinaliza que apesar da alta nos custos, o mix mais premium e a frota mais nova, comparado ao das outras empresas de locação, tem ajudado no repasse de preço. Outro ponto positivo foi o volume reportado, que segue crescente, o que nos mostra que no geral, podemos ver um certo movimento de migração para a utilização de carros alugados.

    GTF

    O principal destaque positivo foi o segmento de gestão e terceirização de frotas. Diferentemente dos últimos 2, nesse trimestre o volume de carros adicionados à frota foi de 11,1 mil carros, com a frota final de período atingindo 106,5 mil veículos, um aumento de mais de 11,7% t/t. A frota operacional maior ainda veio acompanhada de bons aumentos de tarifas. Nossa expectativa é de que a média das tarifas siga subindo a medida que o todos esses 11,1 mil carros se tornem operacionais.

    Seminovos

    O grande destaque no segmento de seminovos foi a queda de -5,1 p.p na margem bruta. Apesar do preço de venda de veículos usados ter começado a ceder apenas na metade do trimestre, vimos uma queda mais acentuada do que o esperado na margem bruta. O volume de vendas foi o maior já registrado em um trimestre, com 18,5 carros vendidos a um ticket médio de R$66,6 mil no 2T22.

    Avaliação

    Ficou muito claro que a estratégia da Movida segue sendo a priorização do crescimento. Como o RAC respondeu bem a um trimestre que é naturalmente marcado pela queda na demanda, a companhia segurou a venda de carros. Embora o volume de venda tenha sido o maior registrado num trimestre, a companhia optou por segurar a alavancagem (Div.Líq./EBITDA) de 3,0x e deu em troca rentabilidade. Embora os preços dos seminovos siga baixando, não vemos desaquecimento da demanda ao longo do ano.

    Consideramos o desconto relativo a Localiza exagerado. Reiteramos nossa visão positiva e a recomendação de compra para Movida.

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