Locadoras
O setor de locação de veículos foi impactado pela restrição de circulação e pelo efeito da 2ª onda da pandemia no 2T21, principalmente no mês de abril. Nos meses de maio e junho, tiveram uma rápida recuperação, mas que não conseguiu recuperar o trimestre por completo.
Esperamos uma queda de ocupação e da tarifa das diárias na parte de RAC (rent a car ou aluguel de carros) enquanto o GTF (gestao e terceirização de frotas) deve se mostrar resiliente e apresentar crescimento, assim como vimos no 1T21.
O destaque nesse trimestre vai para a divisão de seminovos das locadoras, que deve apresentar margens superiores ao 1T21, devido ao aumento dos preços de venda dos veículos.
Unidas (LCAM3): A empresa deve reportar resultados mais resilientes que seus concorrentes por estar mais exposta ao segmento de GTF, que sofre menos quando temos uma restrição de circulação devido à pandemia. O pipeline comercial dessa divisão deve continuar crescendo como vimos nos trimestres anteriores, demostrando a alta demanda por gestão e terceirização de frotas das empresas.
Movida (MOVI3): Como a Movida é mais exposta ao RAC que o GTF, deve sentir mais os impactos da 2ª onda da pandemia. Esperamos uma queda no número de diárias do RAC que será um pouco compensando pelo crescimento do GTF. Na divisão de seminovos, a empresa deve apresentar margens elevadas devido ao aumento do preços dos veículos, fato que a empresa deve aproveitar para acelerar as vendas.
Localiza (RENT3): Assim como a Movida, a Localiza também é mais exposta ao RAC que no GTF. A dinâmica da empresa deve ser parecida com a Movida, com queda do número de diárias, preço das tarifas e da taxa de ocupação. Com o estoque de carros maiores, a empresa pode aproveitar o momento da valorização dos preços dos veículos e aumentar a receita da divisão de seminovos, beneficiando assim a sua margem Ebitda.
Aéreas
O setor aéreo foi ainda mais prejudicado pela 2ª onda da pandemia, e devemos ter resultados fracos para as duas empresas do setor. Historicamente, o 2º trimestre é o mais fraco do ano devido à sazonalidade. Além do impacto na demanda (que as empresas reportam mensalmente), as tarifas também foram bastante prejudicadas. Esperamos EBITDA negativo para ambas companhias e a tão aguardada recuperação do setor deve ser adiada para os próximos trimestres.
Azul (AZUL4): Esperamos um resultado fraco da Azul devido à restrição de circulação pela 2ª onda da pandemia. A parte positiva do resultado deve vir da divisão de cargas, que continua crescendo de forma acelerada mesmo com a queda do número de voos no período. Como o yield (preço unitário das tarifas) de carga é maior que o de passageiro, a empresa consegue ter rentabilidade em seus voos mesmo com uma ocupação menor que seus concorrentes.
Gol (GOLL4): A Gol foi a mais prejudicada do setor nesse trimestre, por possuir competição em suas rotas e por não possuir divisão de carga dedicada como a da Azul. Como a empresa tem focado rentabilidade em suas operações para reduzir a queima de caixa, optou por reduzir de forma acentuada sua oferta de voos no período. O yield deve vir bastante baixo para tentar estimular a demanda que é sensível a preço e conseguir ter uma alta taxa de ocupação em seus voos.
Confira nossas iniciações de cobertura sobre os setores de aéreas e locadoras: