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    Publicado em 11 de Agosto às 08:08:34

    MRV (MRVE3): Análise trimestral 2T22 – Desta vez salvo pela Resia; da última, pela AHS

    O resultado de MRV foi mais uma vez resgatado pelas atividades da Resia (antiga AHS), mas dessa vez vemos os números de forma mais positiva. Entendemos que, neste trimestre, os resultados da MRV ex-Resia pararam de piorar e vemos este 2T como um ponto de virada para a enfim passarmos a ter uma MRV Brasil mais rentável. Dito isto, o operacional da MRV segue forte, atingindo um lançamento de R$ 2,1b (+21,8% t/t e -11,6% a/a), mas com queda no lançamento acumulado semestral (R$ 2,8b vs R$ 3,3b no 1S21), que esperamos ser compensado com mais lançamentos no segundo semestre, de olho nas mudanças do PCVA que vimos nos últimos meses. As vendas cresceram 49,3% t/t e 26,3% a/a, atingindo R$ 2,6b, principalmente afetada positivamente pelas vendas da Luggo e Resia (juntas somaram R$ 1,1b).

    A receita líquida de R$ 1,6b (+4,4% t/t e -11,8% a/a) veio em linha com a nossa expectativa, de R$ 1,64b, mas abaixo da expectativa do mercado de R$ 1,72b, que entendemos estar um pouco mais otimista do que deveria. A margem bruta ajustada foi uma surpresa positiva: enquanto esperávamos uma queda mais significativa, fomos surpreendidos por um leve aumento de 0,1p.p. t/t. Este aumento foi influenciado por 2 fatores: (i) menor queda na margem bruta, de apenas 0,4p.p. t/t e (ii) maior utilização de financiamento a nível de projeto vs a nível de companhia. Este último sendo um efeito do aumento da Selic, já que se torna mais barato dívida de construção que costuma ter um custo de TR + 8% a TR + 10% vs a dívida corporativa atrelada ao CDI (hoje em 13,65%).

    As despesas foram um destaque positivo do trimestre, apresentando uma queda no consolidado por uma menor despesa de G&A da Resia (queda de R$ 29m t/t). Olhando apenas para as operações brasileiras, as despesas comerciais foram de R$ 162m (+2,1% t/t e +6,0% a/a), implicando em uma queda da razão despesa comercial/receita líquida no comparativo trimestral. Já as despesas administrativas brasil passaram para R$ 109m (+4,1% t/t e +4,6% a/a), crescendo bem abaixo da inflação nos últimos 12 meses.

    O resultado financeiro foi severamente impactado pelo instrumento de equity swap, equivalente a um programa de recompra de ações. Durante o 2T, as ações da MRV caíram ~40%, causando uma despesa financeira não-caixa de R$ 136m. Além disso, ainda houve um efeito negativo de R$ 21m devido aos swaps IPCA/CDI, totalizando uma despesa financeira não-caixa e não-recorrente de R$ 157m. Sem ambos os efeitos, o lucro da MRV viria em R$ 215m, bem acima da nossa expectativa, puxada pelo lucro líquido de Resia de R$ 229m. Ou seja, MRV ex-Resia apresentou um prejuízo de R$ 14m no trimestre (mesmo depois dos ajustes dos swaps).

    A venda de 2 empreendimentos da Resia, a venda de uma carteira de recebíveis e de empreendimentos da Luggo, permitiram uma geração de caixa de R$ 343m no trimestre, derrubando a dívida líquida/PL para 41,1% (-8,2p.p. t/t e + 1,7p.p. a/a). Boa parte da redução, no entanto, se refere à dívida líquida da Resia. Ao observarmos a dívida líquida/PL da MRV Brasil, houve um aumento para 38,3% (+1,5p.p. t/t e +16,0p.p. a/a), mesmo depois de recebíveis.

    Apesar de ainda observarmos queima de caixa nas operações brasileiras, entendemos que a MRV Brasil está passando por um de seus últimos trimestres negativos. Além disso, o sucesso das operações da Resia e expectativa de uma captação privada nos próximos meses nos deixam bullish com a MRV. Assim, continuamos com recomendação de COMPRA e preço-alvo de R$ 15,00.

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