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    Publicado em 09 de Agosto às 18:37:21

    MRV (MRVE3) | Resultado 2T23: Voltando ao jogo

    A MRV foi uma das construtoras que sofreu os impactos da inflação elevada nos últimos anos, com INCC de 9% em 2020, 14% em 2021 e 9% em 2022. A consequência foi uma queda significativa nas margens de projetos da companhia lançados nesses anos (até o início de 2022) e uma queima significativa de caixa. Com estes efeitos, o plano 80k foi abandonado e substituído pela busca de maior rentabilidade e volta da geração de caixa. O resultado deste trimestre mostram que a companhia está na direção correta, lentamente diminuindo a queima de caixa (R$ 200m queimado no acumulado do ano vs. guidance de R$ 0m a R$ 200m de geração no ano) e melhorando a margem (21,4% no ano vs guidance de 22-24% em 2023). Dito isto, não vimos nenhuma surpresa muito positiva nos resultados que justifique um movimento significativo dos papéis após a abertura e entendemos que o mercado já precifica em parte as expectativas apresentadas no MRV Day e reiteradas em diversas oportunidades (como o roadshow do follow-on). Após alguns trimestres pouco animadores, estamos mais otimistas com o futuro da MRV e, dada a precificação atual do papel, que negocia a 1,3x P/BV, seguimos com recomendação de Compra.

    Detalhamento dos resultados

    A receita da MRV veio em R$ 1,83b, levemente abaixo das nossas expectativas de R$ 1,91b, mas compensado por uma margem bruta crescendo 1,3p.p. t/t, acima do esperado (25,9% vs. 25,5% esperado). A venda de um empreendimento da Resia neste trimestre impulsionou o EBITDA em R$ 120m, de forma que este atingiu R$ 131m. O resultado financeiro da MRV foi muito auxiliado pela valorização de 75% no preço das ações (via TRS), de forma que o resultado financeiro veio positivo em R$ 129m. Assim, considerando este efeito, a MRV conseguiu apresentar um lucro de R$ 181m. Se desconsiderarmos o efeito do TRS e outros swaps, o resultado seria um prejuízo de R$ 31m. No mais, vale ressaltar que houve uma queda na dívida líquida (em reais) consolidada graças à queda do dólar no período e remarcação de swaps, levando a um distanciamento dos covenants mesmo antes do follow-on. Dessa forma, não há mais questionamentos quanto à liquidez da companhia.

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