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    Publicado em 09 de Novembro às 07:37:45

    MRV (MRVE3) | Resultado 3T23: Fraco, como esperado, mas com uma pitada de otimismo

    Os resultados da MRV neste trimestre foram fracos, com pontos positivos na recuperação da operação de incorporação Brasil e negativo devido a uma perda de terreno, levando a um lucro menor do que esperávamos. Apesar dos números fracos, acreditamos que a recuperação (em parte já esperada) pesa mais do que efeitos não-recorrentes e a sinalização de mais cautela na operação da Resia levam a um sentimento mais positivo após esta divulgação. Vemos as ações da MRV definitivamente baratas (0,8x P/BV), o que justifica nossa recomendação de Compra, mas o tempo para a materialização de um retorno a uma precificação mais adequada deve ser relativamente longo e dependerá da volta da rentabilidade da companhia.

    Queima de caixa zero. A MRV explicitou uma nova regra interna da companhia para a Resia que restringe o crescimento das operações nos EUA enquanto houver queima de caixa. A intenção principal é garantir uma queima de caixa nula em 2024. Infelizmente o histórico de cumprimento de guidances da companhia não é favorável, o que significa que muitos investidores provavelmente assumirão que o melhor cenário é uma queima de caixa pequena para 2024. No entanto, pela abertura de custos a incorrer, ainda restam ~R$ 560m em custo de construção e ~R$ 180m em despesas administrativas, totalizando um uso de caixa para 2024 na casa dos R$ 700m. Do lado da geração, estimamos (conservadoramente) ~R$ 1,5b em vendas em 2024, dos quais 75% devem ser convertidos em caixa para a Resia (após impostos), implicando em uma geração de R$ 1,1b. Ou seja, o ponteiro está pendendo para o cumprimento da meta, o que seria bem positivo para a confiança do mercado na companhia.

    Detalhamento de resultados

    Incorporação. A receita líquida do segmento atingiu R$ 1,9b (+18% a/a), como consequência das vendas que totalizaram R$ 6,2b (+41% a/a) no acumulado deste ano. O aumento consistente do ticket (+11% a/a) já tem mostrado efeito na margem bruta, ficando levemente abaixo das nossas expectativas, chegando a 26,7%. As despesas se mantiveram bem controladas, com leve aumento das despesas comerciais/VGV líquido vendido no comparativo trimestral (+0,3p.p. t/t e -2,4p.p. a/a). Ainda, os efeitos dos swaps e de um terreno perdido no Paraná (devido a mudanças de zoneamento) impactaram o lucro negativamente em R$ 110m, levando a um prejuízo de incorporação de R$ 88m. Sem considerar o impacto dos swaps, o lucro da incorporação seria de tímidos R$ 2m.

    Consolidado. No consolidado, a receita líquida totalizou R$ 2b (+16% a/a), enquanto o prejuízo amargou R$ 137m. Sem os efeitos dos swaps, o prejuízo foi de R$ 47m (vs. R$ 29m esperado). Como não houveram vendas da Resia e Luggo no trimestre, seus resultados foram pouco impactantes no consolidado, assim como a operação de Urba, que tradicionalmente é bem menor que o core da empresa. Ressaltamos também que após o follow-on, o nível de endividamento da companhia melhorou, atingindo 69,7% do patrimônio líquido total (vs. 80,9% no 2T23), dos quais aproximadamente metade da dívida líquida total se refere à operação da Resia.

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