A MRV divulgou resultados mistos na nossa visão. Novamente, apesar da continuidade da tendência de melhora na operação de incorporação no Brasil, seguimos observando poucos avanços na operação da Resia nos EUA, com evolução mínima no processo de venda de ativos, o que tende a atrasar ainda mais o processo de desalavancagem da companhia. Em termos de geração de caixa, a MRV apresentou uma queima de R$ 27,4 milhões na operação Brasil, sendo: i) geração de R$ 2 milhões na vertical de incorporação (excluindo venda de recebíveis); ii) queima de R$ 20,4 milhões na Luggo; e iii) queima de R$ 8,9 milhões na Urba. Já a operação da Resia apresentou queima de caixa de aproximadamente US$ 1,6 milhão. Ressaltamos que, assim como no último trimestre, a geração de caixa também foi negativamente impactada pelo atraso nos repasses de programas regionais, que geraram um efeito de R$ 93 milhões no trimestre. Ajustando esse impacto, a geração de caixa da operação Brasil teria sido de aproximadamente R$ 66 milhões.
No que diz respeito à operação Brasil, vemos a MRV iniciando um ritmo de desaceleração, colocando em prática seu plano de reduzir a presença geográfica e buscar maior produtividade e ganhos de eficiência. Isso, aliado a um INCC em arrefecimento e a condições ainda favoráveis no segmento do MCMV, nos leva a esperar leves avanços em rentabilidade para o ano que vem. Já em relação à Resia, seguimos pouco otimistas com o plano de desinvestimento da subsidiária, especialmente considerando o prazo estabelecido até o final de 2026. Dos US$ 800 milhões previstos em vendas de ativos, apenas US$ 25 milhões foram vendidos no trimestre, totalizando US$ 149 milhões (ou 19% do total planejado).
A receita líquida reportada pela companhia no 3T25 totalizou R$ 2,88 bilhões (+17,9% a/a), enquanto o lucro bruto ajustado somou R$ 952 milhões (+31% a/a), resultando em uma margem bruta ajustada de 33,1% (+3,3 p.p. a/a). Já o lucro líquido divulgado foi de R$ 87 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 13 milhões registrado no mesmo trimestre do ano anterior e resultando em uma margem de 3%.
