As vendas nos shoppings da Multiplan cresceram acima da inflação, atingindo R$ 5,2b no trimestre (+5,8% a/a) e ficaram praticamente em linha com o crescimento de 5,2% de SSS. Aliado às vendas crescendo ~2p.p. acima da inflação do período, os aluguéis nas mesmas lojas (SSR) cresceram 9,4% a/a, ficando 3,5p.p. acima do IGP-DI, acima da média histórica de ~2% de crescimento real. O SSR deve diminuir consideravelmente nos próximos trimestres, fruto dos efeitos de um IGP-DI muito negativo. Mas lembramos que contratualmente, os shoppings não devem fazer reajuste negativo dos aluguéis, implicando apenas em reajuste nulo. Mais do que nunca, o turnover deve passar a ser um importante parâmetro para ser observado de forma a tentar garantir um crescimento da receita de locação em momento de SSR baixo.
Do ponto de vista financeiro, a Multiplan surpreendeu positivamente em praticamente todas as linhas com uma receita líquida de R$ 502m (+15,1% a/a). As despesas com propriedades tiveram uma queda substancial (9,8% a/a), contribuindo para uma um crescimento de 7,7p.p. a/a na margem EBITDA e de 2,5p.p. na margem NOI. Com isso, a Multiplan já reestabelece margens semelhantes ao período pré-pandemia. Além das margens retornando, o custo de ocupação (que estava acima da média nos últimos trimestres) voltou praticamente à média histórica, ficando em 13,6% no trimestre.
Do ponto de vista de caixa, a Multiplan apresentou um FFO de R$ 286m e reduziu seu nível de alavancagem para 1,4x EBITDA, no menor nível dos últimos 10 anos. Neste patamar, entendemos que a Multiplan pode se tornar mais agressiva em aquisições de novos shoppings ou de participações em shoppings do próprio portfólio.