Avaliamos o resultado de Odontoprev (ODPV3) como neutro. A empresa, líder no segmento de planos odontológicos, apresentou novamente pontos de atenção que já comentamos no passado, como a dificuldade de avanço no ticket médio.
No 1T24, a operadora obteve uma receita líquida de R$ 551m (+5,1% a/a e +1% t/t) impulsionada por uma adição líquida de 16k de beneficiários, além de um lucro líquido de R$ 155m (-8,4% a/a e + 23% t/t). No entanto, o ticket médio decresceu, o que consideramos como negativo e continuamos cautelosos frente ao seu desempenho nos próximos trimestres.
Como ponto positivo, a sinistralidade do trimestre alcançou 34,9%, representando uma melhora de -5,4 p.p. na comparação trimestral, o que é fruto da sazonalidade do primeiro trimestre, quando há menor frequência de uso dos planos odontológicos.
Seguimos com nossa tese de que no atual nível de preço da Odontoprev ainda não há um ponto de entrada visível, mas a robusta geração de caixa e a distribuição de dividendos acima de 90% nos últimos anos é impressionante. Portanto, reiteremos nossa recomendação de MANTER com um preço-alvo de R$ 12,00 para os próximos 12m.
Receita líquida: tímido aumento a/a
No primeiro trimestre de 2024, a Odontoprev registrou uma receita líquida de R$ 551m, crescimento de 5,1% na comparação anual e aumento de 1% em relação ao trimestre anterior. A companhia apresentou adições líquidas de apenas 16k de vidas, revertendo o histórico para o primeiro trimestre de cancelamentos líquidos. Além disso, destaca-se a grande relevância da parceria com a Bradesco Dental, que representa 49% do total de clientes no 1T24. Vale relembrar que essa parceria representa um canal de vendas mais vantajoso para a Odontoprev, que consegue capturar beneficiários de maior qualidade e auxiliar seu controle de custo de sinistro.
ticket continua a ser ponto de alerta
A evolução do ticket médio continua a desapontar. Nesse sentido, houve uma pequena diminuição de -0,7% na comparação anual, enquanto a inflação nesse mesmo período chegou a 3,9%. Essa dificuldade da ODPV em repassar o aumento da inflação em seu ticket médio faz com que o crescimento da receita se torne dependente do aumento no número de beneficiários, o que indica riscos caso a companhia tenha dificuldades em ampliar sua base de clientes.
Custos e despesas: custos com sólida performance
O índice de sinistralidade atingiu 34,9% no 1T24, diminuição de -5,4 p.p. no trimestre e aumento de 0,8 p.p. no ano. A redução trimestral é explicada pela sazonalidade do primeiro trimestre, quando há menor frequência de uso dos planos odontológicos. A Odontoprev encontra-se em um novo patamar de sinistralidade no pós-pandemia, fruto de contínua melhoria nos processos de auditoria digital (visando maior qualidade técnica) e gestão de bancos de imagem ao longo dos últimos anos.
Lucro líquido: forte crescimento a/a
O lucro no 1T24 alcançou R$ 155m, diminuição de -8,4% no ano e aumento de 23% na comparação trimestral. O resultado financeiro da empresa foi ótimo (+58,2% t/t e 25,7% a/a), impulsionando o lucro em R$ 20m.
A empresa continua sendo líder em sua posição de planos odontológicos no Brasil, se destacando no mercado de saúde, com foco em geração de caixa e valor para o acionista. No entanto, ao nível de preço de R$ 12,00, não enxergamos um ponto de entrada claro, assim, reiteramos nossa recomendação de MANTER, com preço-alvo de R$ 12,00 para os próximos 12 meses