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    Publicado em 26 de Outubro às 23:17:53

    Odontoprev (ODPV3) | Resultado 3T22: sem cartas nas mangas

    Sem surpresas, o resultado do 3T22 de Odontoprev (ODPV3) veio morno. O lucro líquido foi de R$ 96,1m, um pouco abaixo das nossas expectativas e do mercado (-4,8% Genial e -6,2% mercado), puxado por uma receita líquida e resultado financeiro abaixo do esperado e despesas administrativas acima do esperado.

    A companhia continua com sua impressionante capacidade de geração de caixa, acumulando um caixa líquido de R$ 891m (sem dívidas). Com um histórico de pagamentos de juros sobre o capital próprio em capacidade máxima e 50% de distribuição de dividendos sobre o lucro, reiteramos nossa recomendação de MANTER com preço-alvo de R$ 9,70 e viés de alta, pela capacidade de retorno ao acionista dado o preço do papel no fechamento do dia 26/10/2022 de R$ 8,40.

    Receita: ticket médio ainda não impressiona

    A receita líquida cresceu na base trimestral e anual (+3,0% t/t e +6,1% a/a). Apesar do crescimento de 0,9% t/t no ticket-médio, ainda não estamos certos de que a companhia retomou sua capacidade de repasse dos preços aos beneficiários. Entre 2006 e 2018 o ticket médio da companhia cresceu por ano em média +4,4%, enquanto de 2018 até o 3T22 o ticket cresceu +0,5% ao ano em média.

    As adições líquidas de 93k beneficiários no trimestre foi tímida, principalmente dado o canal bancário do Bradesco crescendo sua influência nas vendas da companhia. No trimestre, houve adições líquidas negativas de -8,8k vidas nos canais da Brasildental (Banco do Brasil) e de -2,7k vidas nos demais canais. O Bradesco Dental foi o único canal com adições líquidas positivas na casa de +104,3k vidas.

    O crescimento do canal bancário é positivo para a companhia, com maior qualidade dos beneficiários. Mesmo assim, o crescimento da receita advindo principalmente da expansão da base de clientes não é sustentável. Ou seja, um caminho saudável de crescimento da companhia passa tanto pelo aumento nos beneficiários, quanto no ticket médio dos planos ofertados, o que ainda não foi demonstrado pela Odontoprev no pós-pandemia.

    Custos e Despesas: não-recorrentes prejudicam

    A sinistralidade da companhia no trimestre alcançou 42,6% (+0,5% t/t e +2,9% a/a), puxada pelos custos no segmento corporativo. Enquanto as sinistralidades de PME e Individual continuam em patamares abaixo do pré-pandemia, a maior utilização dos serviços dentais no último trimestre levou a sinistralidade do corporativo para 53%, acima da média do período anterior a 2019.

    Houve queda das despesas com pessoal dada a diminuição da base de funcionários da companhia. A linha de outras despesas administrativas prejudicou a linha de despesas administrativas, que veio pontualmente maior devido a uma mudança de prédio da sede da Odontoprev em Alphaville, que desencadeou a baixa de benfeitorias do prédio anterior. Ressaltamos, no entanto, que a mudança é positiva para as despesas no longo prazo uma vez que o aluguel do novo prédio é menor. Com isso, as despesas administrativas cresceram +8,5% e +11,2% a/a.

    Lucro Líquido: caindo na base de comparação

    Por fim, o lucro líquido no trimestre somou R$ 96,1m (-3,4% t/t e -1,7% a/a). O efeito das maiores despesas administrativas e do resultado financeiro caindo na base trimestral foram sentidos na última linha da DRE, mesmo assim o crescimento do ticket médio no trimestre se mostra promissor, com a possibilidade de continuidade de crescimento da base de beneficiários pelo canal bancário.

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