O resultado do 4T22 da Odontoprev não trouxe nenhuma surpresa. A aceleração da receita de 9,5% a/a foi pautada em um crescimento de 4,17% na base de beneficiários no período, que alcança 8,3m de vidas em 2022. Mais uma vez o patamar da sinistralidade da companhia ficou abaixo do período pré-pandemia, reflexo dos esforços com gestão de sinistro e efeitos da sazonalidade que o quarto trimestre carrega. O lucro líquido foi de R$ 94,9m (+8,9% a/a), um pouco abaixo da expectativa do mercado, mas no geral avaliamos o resultado como positivo. Nos últimos meses o papel de Odontoprev passou por um rally importante na bolsa, que viu seu preço alcançar R$ 13,69. Ainda acreditamos na resiliência do papel e nos resultados futuros da empresa, mas nesse nível de preço escolhemos reiterar nossa recomendação de MANTER com preço-alvo R$ 9,70.
As adições líquidas de beneficiários alcançaram 99k no trimestre, sendo 120k no corporativo e 34k no PME, mas com adições líquidas negativas planos individuais de 56k vidas. Isso se deve a mudança de mix de beneficiários nos planos individuais, em que as lojas de departamento passam a representar cada vez menos o esforço comercial da companhia, sendo substituídas pelo canal bancário do Bradesco Dental. Apesar da aceleração na receita, o ticket médio teve um aumento 4,5% a/a (R$ 21,35 4T22 vs. R$ 20,40 4T21) abaixo da inflação acumulada no período.
A sinistralidade da companhia no trimestre alcançou 41,1% (-1,6 t/t e +1,5% a/a). Na comparação anual, o último trimestre de 2021 foi marcado por uma onda da Covid-19 que diminuiu o uso dos planos odontológicos da companhia. Assim, esperávamos que sem esse efeito, a sinistralidade aceleraria a/a. Mesmo assim, o controle do nível de sinistralidade é um fruto dos esforços da companhia com tecnologia e a mudança de mix para o canal bancário. A sinistralidade continua a patamares abaixo do observado antes da pandemia, e esperamos certa manutenção desse nível daqui para frente.