A Pague Menos (ticker PGMN3) divulgou o resultado do 3º trimestre após o fechamento de mercado dessa segunda-feira (7). A companhia consolidou um balanço neutro, com um lucro líquido 16% acima do esperado ─ impactado positivamente por uma redução no lucro tributável devido ao incentivo fiscal Lei do Bem.
Em análise standalone (exc. integração da Extrafarma), a Pague Menos registrou uma Receita Bruta de R$ 2,28b (+11,6% a/a; -3% a/a Est. Genial). As lojas que possuem mais de 12 meses de vida geraram o maior impacto positivo no crescimento do faturamento a/a, apresentando um SSS (Same Store Sales) de 7,2% no trimestre.
Por estar exposta a uma região que não sofreu impacto do ‘efeito clima’, com uma abertura menos agressiva que os concorrentes nos últimos 12 meses e diante de um consumidor que possui grande sensibilidade ao preço, a Pague Menos tem encontrado maiores desafios em crescer seu top line organicamente em relação aos seus principais concorrentes listados (RD e Panvel).
Acreditamos que os desafios aqui se resumem a (I) fluxo de pessoas, (II) cesta de compras e (III) rupturas de estoque. Com um ticket médio de R$ 77,5 (+3,9% a/a), a Pague Menos viu a sua cesta de compra de clientes contrair 5,1% a/a, reflexo de um impacto negativo do fator bolso da população.
A Pague Menos ainda encontra certa dificuldade em normalizar a sua cadeia de abastecimento de estoques após picos de demanda causado pela pandemia. A companhia registrou um índice de ruptura de 250 unidades, um número que representa um crescimento de 150% a/a, tendo atingido um possível pico em julho deste ano.
Em relação ao mix de vendas, a categoria Genéricos apresentou o maior aumento de participação, representando 10,8% de vendas (+1,2 o.p. a/a). Na outra ponta, medicamentos de Marca foi a categoria que mais perdeu participação, totalizando 41,3% do mix (-1,7 p.p. a/a). Interessante notar o ganho de 2 pontos percentuais de participação da categoria Higiene e Beleza, em uma análise trimestral.
Em termos de rentabilidade, a Pague Menos reportou um lucro bruto de R$ 677m (+12% a/a) e uma margem bruta de 29,7% (+10 bps a/a; +10 bps Est. Genial). O mix mais favorável ao crescimento de margem (maior participação de genéricos) somado ao efeito residual da pré-alta contribuíram positivamente para a recomposição de rentabilidade. Por outro lado, a maior participação de canais digitais e convênios & parcerias contribuiu negativamente no período.
A Pague Menos mostrou uma diluição de +30 bps a/a nas Despesas com Vendas nesse trimestre, totalizando R$ 421,6m (+30,8% a/a). A diluição é reflexo do crescimento de 19,2% de vendas por funcionário no período.
As Despesas Gerais e Administrativas atingiram R$ 60,9m (+40,6% a/a), representando 2,7% da receita bruta (-20 bps a/a). A diluição é reflexo de ações de procurement em despesas com suprimentos e serviços e, também, a uma diminuição de despesas com consultorias e despesas jurídicas.
O EBITDA ajustado da Pague Menos foi de R$ 195m (+21,5% a/a; -3,0% Est. Genial) e uma margem EBITDA de 8,6% (+70 bps a/a) no período ─ mostrando o segundo trimestre consecutivo em que a farmacêutica consegue ganhar margem operacional.
Frente a uma alta alavancagem financeira (2,6x Dívida Líquida/EBITDA) e em decorrência do alto patamar da taxa Selic, boa parte do crescimento operacional foi consumido pelo aumento de despesas financeiras. A Pague Menos registrou um lucro líquido de R$ 37m (+4,9% a/a) e uma margem líquida de 1,6% (-10 bps a/a).