A Pague Menos irá reportar seus números do 2º trimestre de 2024 no dia 05/ago. Esperamos uma continuidade do cenário positivo em vendas, mantendo o ritmo de crescimento de duplo dígito apresentado no último trimestre.
Do lado negativo, entendemos que o menor reajuste de medicamentos neste ano somado ao impacto de perdas de estoques devem gerar uma forte pressão na margem bruta. Ainda assim, acreditamos que a maior alavancagem operacional será capaz de compensar a maior parte do carrego negativo para o EBITDA.
Somando a redução de despesas financeiras a/a ao sólido crescimento de topline e à maior eficiência em despesas, acreditamos que a Pague Menos conseguirá reverter o prejuízo reportado no ano passado, consolidando uma última linha positiva em R$ 12 milhões.
A piora do cenário macroeconômico global tem criado um movimento de sell-off em toda cobertura de varejo, com o mercado precificando uma Selic de longo prazo de cerca de 12,0% (vs. a nossa antiga perspectiva de 9,5%). Incorporando essa perspectiva mais dura, cortamos o nosso preço-alvo 12m de PGMN3 para R$ 3,10 (anteriormente em R$ 3,60) − potencial upside de 9,5% em relação ao fechamento do último pregão. Reiteramos a recomendação de MANTER.
Continuidade do cenário positivo para vendas
Esperamos uma entrega positiva em termos de venda, com tendências similares às observadas no último trimestre. Estimamos um faturamento bruto de R$ 3,3b (+10,7% a/a), com um Same Store Sales de 8,4% a/a.
Em nossa visão, o crescimento de vendas deve ser impulsionado por (i) lojas abertas nos últimos 12M em Pague Menos e (ii) um forte crescimento na visão ‘Mesmas Lojas’ em Extrafarma – compensando o efeito negativo dos fechamentos realizados no último ano (-40 lojas). Vale ressaltar que a performance do SSS em Extrafarma pode ser atribuída às conversões de bandeira que a empresa vem realizando, impulsionando a venda média das lojas.
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Pressão na margem bruta…
Com um nível de estoques mais alto ao final do 1T23 (por conta da integração da Extrafarma), o ganho inflacionário com o reajuste de medicamentos foi maior que o usual no 2º trimestre do ano passado.
Acreditamos que isso, somado ao efeito de uma CMED menor neste ano, deve gerar uma forte pressão sobre a margem bruta da companhia. Adicionalmente, entendemos que a questão de provisões para perdas de estoque – que vem afetando a companhia desde o 4T23 – ainda deve pesar sobre a rentabilidade.
Acreditamos que a combinação destes fatores deve levar a uma retração de -138bpps a/a da margem bruta, para 29,6%.
… parcialmente compensada pela alavancagem operacional
Por outro lado, entendemos que, com (i) o nível de despesas mais equalizadas e (ii) um crescimento de topline acima da inflação, a maior alavancagem operacional deve compensar a maior parte da pressão na margem bruta.
Estimamos um EBITDA (contábil; IAS17) de R$ 153m (+7,1% a/a), com uma margem de 4,6% (-15bps a/a).
Revertendo o prejuízo
Com o trabalho de liability management que a companhia vem realizando (reduzindo custos de financiamento e alongando prazos), combinado ao nível de juros menor a/a, esperamos uma melhora no pagamento de despesas financeiras em relação ao mesmo período do ano passado (resultado financeiro de -R$ 103m Est. Genial vs. -R$ 129m no 2T23).
Somando isso ao sólido crescimento de topline e a maior eficiência em despesas, acreditamos que a Pague Menos conseguirá reverter o prejuízo reportado no ano passado, consolidando uma última linha positiva.
Esperamos um lucro líquido (visão contábil; IAS 17) de R$ 12m, com uma margem de 0,4% (+137bps a/a) – revertendo o prejuízo de -R$ 31m reportado no 2T23.
Tabela 1: Estimativas Genial para PGMN3 no 2T24 (IAS 17; R$ milhões).