Após o encerramento do pregão da segunda-feira (06/maio), a Pague Menos reportou seu resultado do 1º trimestre de 2024. A companhia consolidou uma entrega operacional positiva, com aceleração do ritmo de crescimento de vendas, avanços em margem bruta e uma relevante expansão de EBITDA.
Ainda assim, o alto nível de despesas financeiras segue consumindo os ganhos operacionais, levando novamente a um prejuízo neste trimestre.
Reiteramos nossa recomendação NEUTRA para Pague Menos, com preço alvo de R$ 3,60.
Projeto de conversões impulsiona performance de vendas
A Pegue Menos reportou um faturamento bruto consolidado de R$ 3,1b (+10,0% a/a; +2,0% vs. Est. Genial) – impulsionado principalmente pela performance de crescimento na visão ‘Mesmas Lojas’ de +9,6% a/a.
Vale destacar a performance da Extrafarma, que reportou um Same Store Sales (SSS) de 15,1% a/a. Entendemos que essa entrega pode ser atribuída as conversões de bandeira que a empresa vem realizando ao longo do último ano (55 unidades).
Acreditamos que as conversões realizadas seguem contribuindo positivamente para as vendas consolidadas, impulsionando a receita média por m² do grupo. Neste trimestre, as lojas convertidas apresentaram um crescimento de 32,1% a/a vs. um crescimento de 12,5% a/a nas demais lojas Extrafarma.
A venda mensal média por loja atingiu R$ 628k – um aumento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Margem bruta supera expectativa
A companhia reportou um lucro bruto consolidado de R$ 904m (+10,5% a/a; +3,9% vs. Est. Genial), com uma margem de 29,2% (+14bps a/a).
Entendemos que (i) o efeito mix positivo, dado a maior participação de genéricos e marca própria nas vendas e (ii) os avanços na captura de sinergias em Extrafarma, mais do que compensaram a pressão de perdas com estoques sentida ao longo do trimestre, permitindo a consolidação de uma margem bruta acima de nossas expectativas.
EBITDA é o grande destaque!
Com um bom desempenho do topline, observamos uma diluição de -80bps a/a das despesas com vendas, chegando a 23,2% da receita bruta (vs. 24,0% no 1T23). Entendemos que essa performance foi impulsionada adicionalmente por uma base fraca de comparação, dada a concentração de gastos em marketing no 1º trimestre do ano passado.
Nas despesas Gerais e Administrativas, observamos uma diluição de -20bps a/a, relacionada principalmente às sinergias capturadas na integração da Extrafarma.
Somando (i) a maior alavancagem operacional e (ii) o carrego positivo da margem bruta, a Pague Menos reportou uma importante expansão do lucro operacional neste trimestre.
A companhia reportou um EBITDA (contábil; IAS 17) de R$ 94m (+70,0% a/a), com uma margem de 3,0% (+107bps a/a).
Despesas financeiras ainda pressionam a última linha
Apesar da forte entrega operacional, o alto nível de despesas financeiras segue pressionando a última linha do resultado. A Pague Menos reportou um prejuízo líquido (contábil; IAS 17) de R$ 31m – uma redução de -42% em relação ao prejuízo reportado no 1T23.
Melhora no ciclo de caixa
O ciclo de caixa operacional apresentou uma redução de 5 dias a/a – principalmente em função de uma importante redução do nível de estoques (-16 dias a/a), dada a continua normalização do inventário após a integração logística com a Extrafarma.
O que mais?
Outros pontos relevantes: (i) a companhia atingiu um volume de R$ 153m em sinergias anualizadas da integração com a Extrafarma, um aumento de 18% t/t; (ii) a base de clientes ativos atingiu 21m (+4,9% a/a); (iii) o nível de ruptura de estoques reduziu em 44% a/a; (iv) a venda de marca própria cresceu 18% a/a, atingindo 6,7% de participação no mix de vendas; (v) a participação das vendas omnichannel atingiu 13,4% (+220bps a/a).
Tabela 1: Estimativas Genial e Resultado 1T24 PGMN3 (visão contábil, IAS 17; R$ milhões)