A Pague Menos divulgou seus resultados do 3º trimestre nesta segunda-feira (6/nov). Em nossa análise, os números reportados vieram em linha com nossas estimativas, com crescimento de faturamento proveniente das aberturas de lojas nos últimos 12 meses, margem bruta estável e um prejuízo menor que no último trimestre.
Um passo de cada vez. A companhia começa a mostrar sinais positivos em relação à venda média por loja, especialmente quando analisamos as lojas Extrafarma. O próximo passo é a entrega de rentabilidade do grupo.
Como esperávamos nos resultados das empresas do segmento farmacêutico, o resultado do top line seria composto, principalmente, pelo (I) repasse do preço de medicamentos CMED 2023 e (II) expansão de lojas nos últimos 12 meses.
No caso de Pague Menos, além de surfar o repasse de preços de +5,65%, a companhia aumentou seu parque de lojas em 18,5% ano contra ano, fruto de +56 aberturas líquidas (+81 unidades brutas). Com isso, a companhia entregou uma receita bruta consolidada de R$ 3,08 bilhões, crescendo +15,9% a/a, em linha com nossa estimativa de R$ 3,05 bilhões.
A dinâmica dentro do mix de categoria vieram em linha com nossa projeção, com quase todas categorias crescendo duplo dígito – destaque positivo para Higiene & Beleza e Genéricos, crescendo +20% na comparação anual.
Os ganhos de sinergia em Extrafarma, mais que compensaram a pressão na margem bruta consolidada proveniente de uma maior penetração dos canais digitais e um menor patamar de rentabilidade de Pague Menos Standalone. A companhia registrou um lucro bruto de R$ 904 milhões (+16% a/a; +0,6% vs. Est Genial) e uma margem de 29,3%, estável ano contra ano e -8 bps vs. nossa estimativa.
Em visão contábil consolidado, as despesas com vendas aumentaram 52,6% a/a, atingindo 22,7% da Receita bruta (ante 17,2% no 3T22). Apesar de vermos uma diluição em G&A, que saiu de 3,3% para 2,5% neste trimestre, o montante não foi suficiente para neutralizar o impacto negativo no lucro operacional.
A Pague Menos reportou um EBITDA (ex. IFRS 16, visão contábil) em R$ 127,7 milhões (-44,9% a/a; -6,0% vs. Est. Genial) e uma margem EBITDA de 4,1% (-450bps a/a; -30bps vs. Est. Genial).
Frente a uma maior alavancagem financeira (DL/EBITDA LTM de 2,4x), o resultado financeiro quase que dobrou na visão anual, reportado em cifra negativa de R$ 129,2 milhões (+95,7% a/a; -1,9% vs. Est. Genial).
O prejuízo líquido ficou dentro de nossas expectativas (-1,7% vs. Est. Genial), com a companhia apresentando uma cifra negativa de R$ 18,1 milhões e revertendo o lucro líquido de R$ 91,8 milhões no mesmo período em 2022 (visão contábil ex IFRS 16).