Na semana passada, organizamos uma reunião com Antônio Napp, Diretor Executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Panvel, junto a investidores. Neste relatório, trazemos os principais pontos discutidos e alguns insights da reunião. Vale ressaltar que os pontos discutidos não devem ser considerados como guidance formal e a companhia manterá o mercado atualizado quanto a isso.
Destaques da reunião
Expectativa positiva. Após a entrega de um ano de crescimento de topline, margem EBITDA e lucro líquido, a Panvel segue com perspectivas otimistas para este ano. De acordo com o CFO da companhia, a expectativa da companhia para este ano é uma nova entrega de crescimento de vendas acompanhado de expansão de rentabilidade.
Ambiente competitivo. O executivo afirmou que existem sinais do mercado que indicam um cenário de concorrência mais arrefecido nas principais regiões de atuação da Panvel. A partir do 2S23, redes de médio/pequeno porte passaram a dar sinais de uma maior dificuldade, aumentando sua inadimplência com a indústria – algo que seguiu ao longo do início deste ano e tende a beneficiar a venda de redes mais estruturadas.
Ao mesmo tempo, a concorrência com grandes nomes da região Sul também tem dado sinais de arrefecimento. Segundo Napp, observam-se dois movimentos vindos da competição que aliviam o cenário na região: a) foco na expansão para outros estados, abrindo espaço nas principais praças da Panvel, e b) consequências de estratégias agressivas de expansão acelerada dos últimos anos parecem começar a penalizar algumas redes.
Continuidade dos ganhos. Dado esse contexto, o ambiente competitivo mais arrefecido deve ser um vento favorável para as vendas ao longo do ano. Ao mesmo tempo, a companhia deve continuar implementando iniciativas internas de controle de gastos, principalmente na frente de despesas com vendas em loja, impulsionando novos ganhos de margem operacional neste ano. Com uma baixa alavancagem financeira, entendemos que esse cenário deve ser novamente traduzido em crescimento de lucro.
Foco em medicamentos. Ao longo da reunião, Napp reforçou que um dos pilares estratégicos da companhia para 2024 será o foco em medicamentos, buscando direcionar mais atenção a categorias core do business de farmácias. Segundo ele, com o objetivo de resgatar ‘clientes crônicos’, ao longo deste ano a Panvel deve dedicar esforços adicionais a aumentar o nível de serviços em medicamentos, direcionando investimentos à reforma do atendimento em loja e aprimorando a experiência dos clientes no balcão.
Maior pré-alta em 2024. Com um maior foco na categoria de medicamentos, a companhia deve trabalhar mais a pré-alta neste ano (vs. 2023), aumentando o estoque tanto para obter ganhos com o reajuste de preço dos medicamentos, quanto para melhorar os serviços a clientes crônicos.
Principal desafio de 2024. Questionado sobre os desafios para o ano, o executivo afirmou que o principal ponto de atenção será a margem bruta. Dois pontos, ainda que parte da estratégia da companhia – devem pressionar a margem bruta da companhia neste ano, sendo eles: (i) foco em medicamentos, uma vez que remédios de marca possuem margens mais baixas, e (ii) continuidade da aceleração do digital.
Segundo Napp, com essa expectativa em mente, a Panvel deve trabalhar seu mix de vendas de forma a proteger sua rentabilidade, focando principalmente nas categorias de: a) OTC e b) Genéricos: que conversam com a estratégia de medicamentos e equilibram o efeito negativo da categoria de medicamentos de marca; e c) Higiene e Beleza: categoria que gira a uma margem superior à média consolidada da companhia e deve continuar sendo trabalhada este ano para proteger a rentabilidade (ainda que com crescimento menor). Vale lembrar que a penetração de produtos Panvel dentro de HB é de cerca de 20%, o que ajuda ainda mais na defesa da rentabilidade.
Ritmo de expansão não deve mudar neste ano. A Panvel tem mantido um ritmo de expansão física constante nos últimos anos (~60 lojas/ano), sem implementar planos agressivos como os de outros grandes players do setor. Com uma estratégia bem definida, a companhia hoje possui um processo de expansão maduro, com uma boa assertividade. Sobre este tópico, o executivo reafirmou a expectativa de manutenção deste ritmo para 2024, com possibilidade de acelerarem um pouco o ritmo de aberturas
em 2025 ou 2026, ainda mantendo uma postura cautelosa, sem prejudicar a rentabilidade ou o endividamento do negócio.
M&A pode ser um tema no futuro. Entendemos que o ‘Plano A’ da Panvel é a expansão orgânica, mas a companhia não está fechada a M&As – ainda que pouco provável no curto ou médio prazo, é algo que fica no radar como movimento estratégico.
Novas soluções no ecossistema? O que a companhia está estudando atualmente são soluções techs e startups. O executivo antecipou que este ano a Panvel pretende trazer soluções de startups que ajudem a complementar o ecossistema – ressaltando que ainda não há nenhum contrato fechado, mas que estão olhando este tema.