Conclusão. Inaugurando a temporada de publicação de certificação de reservas realizada pela DeGolyer & MacNaughton, Petrobras publicou a sua com números que julgamos positivos. A empresa incrementou suas reservas provadas em c. 500 milhões de barris equivalentes em termos líquidos, c. 4% a mais do que as reservas provadas do ano anterior – o que julgamos positivo se considerarmos o tamanho da Petrobras e os quase um bilhão de barris produzidos ao longo de 2023. Maiores reservas provadas significam maior produção e valor gerado ao acionista ao longo do tempo. Vamos trabalhar na atualização das nossas estimativas com os novos dados publicados e publicaremos o resultado em breve.
O relatório indicou uma relação Reservas Provadas/Produção (R/P) de 12,2 anos – ou seja: considerando o atual nível de produção e de reservas provadas, a empresa conseguiria seguir produzindo por mais por mais doze anos. Na prática, entendemos que esse valor é muito maior, mas serve como referência para potencial de geração de valor ao longo do tempo. É importante mencionar que uma relação R/P de “apenas” 12 anos nos mostra a necessidade da empresa seguir investindo pesadamente no segmento de Exploração & Produção para seguir repondo suas reservas e expandindo ou pelo menos mantendo a produção atual. O atual patamar de investimento no segmento de E&P (c. US$73 bilhões) nos parece razoável tendo em vista os investimentos dos últimos anos neste segmento e a evolução das reservas e da produção no mesmo período de tempo.
Os fatos. As reservas provadas (1P, ou seja, aquelas com pelo menos 90% de chance de recuperação comercial) alcançou 10,9 bilhões de barris (vs 10,5 bilhões em 2022), sendo 84% em óleo e 16% em gás natural (praticamente estável em relação a certificação anterior que era de 85%/15% para óleo e gás). A empresa adicionou 1,5 bilhões de barris equivalentes em novas reservas enquanto produziu c. 900 milhões de barris equivalentes. Ainda de acordo com o mesmo documento, o índice de reposição de reservas foi de 168% (vs 239% em 2022). Ou seja: a empresa conseguiu repor mais de 100% do que foi produzido ao longo do ano, o que é positivo também.