Conclusão. Achamos a notícia positiva tendo em vista a magnitude dos reajustes aplicados – ainda que insuficientes para fechar o preço que alinharia o mercado interno ao internacional. Sendo assim, fica a impressão que a política de paridade não vá ser completamente aplicada e nos deixando céticos quanto a uma eventual reprecificação do papel. Aos atuais níveis de preço, PETR4 negocia a 2,8x EV/EBITDA 24E, rendimento de fluxo de caixa de 20% 24E – níveis interessantes, mas que ainda não considera risco de investimentos tóxicos ou aquisições pouco interessantes, pressão nas margens de refino versus cases redondo e bem executados, como o da PRIO3 (2,5x EV/EBITDA 24E e Rendimento de Fluxo de Caixa de 17%). Sendo assim, permanecemos com a nossa recomendação e preferências no setor inalteradas.
O fato. Após meses sem nenhum reajuste, a Petrobrás finalmente anunciou reajuste na gasolina e no diesel. O reajuste anunciado foi de R$0,41/litro na gasolina e R$0,78/litro no diesel. Tais valores representam um incremento de 15% e 24,6% na gasolina e diesel, respectivamente, se considerarmos os últimos preços médios das refinarias da Petrobrás publicados no último dia 14/08/2023.
Os preços estão completamente alinhados ao preço de paridade internacional? Por enquanto, a resposta segue sendo negativa. De acordo com o nosso modelo proprietário, os deságios em relação aos preços de paridade seguem em -12,5% e -5,9% para a gasolina e diesel, respectivamente. Em relação aos dados publicados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (ABICOM) no dia de hoje (15/08/2023), o deságio estaria em -14% e -10% para a gasolina e diesel, respectivamente. Ou seja, apesar do refresco, as margens de refino da Petrobras devem seguir operando com alguma pressão.
E a Petrobrás? Achamos o evento positivo para o case da empresa tendo em vista a magnitude dos reajustes. Conforme colocamos em nossa última publicação no dia 14/08/2023 (para maiores informações, clique aqui), o ponto a ser observado no reajuste a ser anunciado deveria ser a sua magnitude. Afinal de contas, pequenos reajustes não resolveriam o problema do atendimento da oferta por parte das importadoras devido aos preços pouco atrativos no mercado interno e seguiriam penalizando em excesso a margem no segmento de Refino e Comercialização da Petrobras. Em nossa leitura, tal reajuste mostra algum grau de razoabilidade por parte da diretoria da empresa. Ainda assim, o reajuste anunciado ainda não foi suficiente para fechar por completo a diferença entre o preço da paridade, o que nos faz crer que a empresa deverá abraçar a política de subsídio como uma constante em seus negócios daqui por diante.