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    Publicado em 12 de Maio às 23:51:46

    Petrobras (PETR4) | Resultado 1T25: Bom! Mas alguns pontos merecem atenção…

    CAPEX um pouco mais alto, mas razoável…

    Continuamos com a nossa recomendação de MANTER. A empresa reportou números sólidos e razoavelmente em linha com nossas estimativas em EBITDA e lucro líquido acima das nossas estimativas e do consenso devido ao impacto de variações cambiais na linha de despesa financeira. Além do resultado sólido do ponto de vista operacional, a empresa anunciou a distribuição de R$11,7 bilhões (R$0,91/ação) – apenas dividendos regulares. O rendimento em dividendos do trimestre foi de 2,9% no trimestre, representando um rendimento de 11,4% em termos anualizados – o que naturalmente não deve acontecer caso os preços do brent permaneçam no patamar atual (US$60-65/barril). Sendo assim, apesar dos resultados sólidos, somos céticos quanto a uma resposta positiva do mercado a tese da empresa como um todo tendo em vista o cenário de preços do brent pressionandos e maiores investimentos.

    CAPEX estruturalmente mais alto deve causar alguma preocupação por parte do mercado em relação a tese da companhia (ainda que o patamar atual de investimentos já é considerado em nossas estimativas). Sendo assim, o foco deve passar a ser o patamar do brent tendo em vista o case da PETR estar muito relacionado a tese de dividendos. Portanto, um trimestre com (i) maior aperto de custos e despesas, (ii) um preço mais comprimido do Brent, (iii) maior produção em E&P, (iv) margens de refino ainda operando em patamares de eficiência limitada e (v) CAPEX estruturalmente mais alto, dado o atual mandato e plano estratégico mais agressivo com investimentos. 

    A política mais agressiva de investimentos deve tornar esse ponto ainda mais relevante para os acionistas – veja aqui nossa tese atual para o case, incorporando o plano estratégico de 2025-2029, Petrobras (PETR4) | Atualização de Estimativas – Pé no acelerador… Olho no retrovisor. Como declarou em Fevereiro/2025, a CEO da Petrobras: “Estamos pisando no acelerador”. Dito isso, vamos atualizar as nossas estimativas com a atual curva de petróleo e publicar os números muito em breve.

    Detalhamento do Resultado 1T25

    A receita da Petrobras ficou razoavelmente em linha com as expectativas do mercado. A receita da empresa total da empresa foi de R$123 bilhões no 1T25 (+1,5% a/a) – vale mencionar que a receita consolidada conta eliminações referentes aos produtos vendidos do E&P para o segmento de Refino. O segmento de E&P apresentou uma receita total de R$88,2 bilhões derivado principalmente de uma produção de 2,7 Mboed no período (vs 2,6 Mboed no 4T24) e um preço do brent realizado de US$75/barril (US$83/barril no 1T24 e US$74/barril no 4T24). Produção do pré-sal alcançou 73% da produção total no 1T25 (vs 71% 4T24). Como principal propulsor do volume de produção, citamos a entrada de prodção da FPSO Almirante Tamandaré (Búzios 7) ainda em Fevereiro/25, com potencial de produção de até 225k bpde. Além disso, a empresa também anunciou a ancoragem da FPSO de Gusmão em Mero 4 (FPSO com potencial de produção de 180 mbpd). Segmento de RTC alcançou uma receita R$116 bi (+6,3% a/a), com menor FUT do período, gerando menores margens no período.

    SG&A de R$18 bilhões no 1T25, +12% a/a (R$16 bi no 1T24). O EBIT do trimestre foi de R$42,5 bilhões, ligeira queda a/a. O EBITDA consolidado recorrente foi de R$62,3 bilhões, +1,7% a/a. Em E&P, RTC e Gás e Energias de Baixo Carbono, o EBITDA ajustado foi de R$58,3 bilhões, R$6,2 bilhões, R$0,5 bilhões, respectivamente quedas de +5,4% a/a, -36,9% a/a, -15% a/a. Com a recente queda do brent, o “carro-chefe” do negócio (E&P) invariavelmente deve apresentar um resultado mais modesto daqui por diante.

    A empresa apresentou geração de caixa livre recorrente (fluxo de caixa operacional – Investimentos) de R$26 bilhões. O rendimento do fluxo de caixa livre anualizado é de 24% – muito interessante, mas insustentável se considerarmos um brent na casa dos US$65-60/barril até o final do ano. Os investimentos foram de US$4,0 bilhões (vs US$3,0 bilhões no 1T24 e US$5,7 bilhões no 4T25), com 67% dos investimentos no segmento de E&P. Anualizando o fluxo de investimentos apresentado no 1T25, faria com que o CAPEX do ano alcançasse US$16 bilhões vs guidance de investimentos de US$18 bilhões para 2025 como um todo – representando um atingimento de 85% do valor do guidance da empresa, em linha com as nossas estimativas. É importante mencionar que esse foi um dos pontos de atenção em relação ao resultado passado tendo em visto a pressão dos investimentos na geração de caixa da empresa e, consequentemente, no fluxo de dividendos daqui por diante.

    As variações monetárias e cambiais foram de +R$18 bilhões, fazendo com que o resultado financeiro da empresa alcançasse +R$10,6 bilhões. Endividamento da empresa alcançou R$321,7 bilhões (ou US$56 bilhões no 1T25 vs US$52 bilhões no 1T24). Vale lembrar que o novo “teto” do endividamento para limitar o pagamento de dividendos é de US$75 bilhões. Sendo assim, a distribuição de dividendos está longe de estar em risco. O lucro líquido ficou acima do consenso, alcançando R$35 bilhões devido o resultado financeiro extraordinário apresentado pela empresa.

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