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    Publicado em 10 de Novembro às 01:21:17

    Petrobras (PETR4) | Resultado 3T23: Esperando o dia mais importante do ano!

    No aguardo do dia mais importante do ano!

    Por enquanto, mantemos a nossa recomendação de MANTER. Avaliamos os resultados da Petrobras como neutros. Os números operacionais foram sólidos, derivados do atrativo preço do brent e da produção recorde. O preço realizado do brent no trimestre foi de US$86,7/barril, acima da nossa estimava de US$82/barril. Somados a produtividade recorde, os números ficaram acima das nossas estimativa e razoavelmente em linha com o consenso. Conforme antecipamos em nosso documento de prévia (para maiores informações, clique aqui – “Petrobras (PETR4) | Prévia 3T3: O evento mais importante do ano!), a idéia dos resultados reportados virem sólidos não deveriam ser uma surpresa. Conforme mencionado no documento acima, o maior risco de curto prazo para tese da empresa diz respeito ao seu novo plano de investimentos, que deve não apenas incrementar o volume esperado atual de investimentos (US$78 bilhões 2023-2026E) como ter um foco maior em transição energética (que não julgamos um negócio tão interessante quanto o segmento de Exploração & Produção do ponto de vista de geração de valor). Nosso grande receio diz respeito ao percentual desse novo valor a ser divulgado em breve deverá ser alocado nos negócios de transição energética e sobre como todo esse processo deverá afetar a distribuição de dividendos da empresa (lembrando que a formula atual é de 45% x Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos desde que a dívida fique abaixo de US$65 bilhões). Sendo assim, preferimos nos manter conservadores e esperar o evento mencionado anteriormente.

    Dividendos!

    A empresa anunciou a distribuição de dividendos de R$17,5 bilhões (R$1,34/ação; ligeiramente acima da nossa estimativa de R$1,24/ação) + R$975 milhões em recompras de ações ao longo do 2T23. Considerando fluxo de caixa operacional (R$56,5 bilhões) – Investimentos (R$15,5 bilhões) x 45%, os proventos a serem distribuídos seriam de R$18,5 bilhões, em linha com o que foi anunciado. Como podemos perceber, não houve a distribuição de dividendos extraordinários nesse trimestre. Os pagamentos de dividendos anunciados devem ocorrer em duas parcelas iguais de R$0,67/ação nos dias 20/03/2024 e 20/04/2024. Os valores do dividendo em termos anualizados nos leva a um rendimento de 15,3%/ano.

    Para além dos “grandes números” (receita, EBITDA, dividendos etc.) – que vieram em condições razoáveis, chama a nossa atenção alguns pontos que deverão ser levados em consideração e observados com maiores detalhes daqui por diante por parte dos investidores. Citamos a evolução da dívida bruta, que alcançou US$61 bilhões no 3T23 (vs US$58 bilhões no 2T23 e US$54,2 no 3T22). Lembramos uma vez mais que só é válida desde que a dívida bruta não ultrapasse US$65 bilhões. Sendo assim, o plano de investimentos a ser anunciado deve ser observado cautelosamente.

    Como grande incertezas a tese, citamos: I) deságio em relação aos preços de paridade internacional, II) Investimentos em novas refinarias (a despeito do passado controverso no desenvolvimento de suas últimas refinarias), III) aumento do uso da empresa como apoio para políticas de conteúdo nacional, o que deve pressionar a linha de investimentos da empresa, IV) rumores/possibilidade de uso da empresa para recompra de ativos previamente vendidos (refinarias, BR Distribuidora/Vibra, Eletrobrás etc.).

    Em relação ao Planejamento Estratégico a ser divulgado, fizemos um video introdutório sob o tema ressaltando os principais pontos que julgamos interessantes.

    Detalhamento do Resultado

    EBITDA ficou em acima das nossas estimativas e em linha com o consenso. A receita totalizou R$124 bilhões no 3T23, -26% se comparado 3T22. Os principais motivos para tal resultado foi a queda no preço do brent (US$86,7 vs US$100,8/barril no 3T22), compensados pelos maiores volumes nos derivados. Em relação as nossas estimativas, vale mencionar que temos números mais conservadores em termos de volume e preços do brent em relação ao que foi realizado de fato no trimestre. Observando a produção recente atingindo recordes, atuais níveis de preço do brent e o expressivo reajuste na gasolina e no diesel deve levar os resultados para acima dos atualmente apresentados no 4T23.

    As receita no segmento de Exploração & Produção alcançaram R$87,5 bilhões (-13,7% vs 3T22). A produção do trimestre foi de 2,8 Mboed, acima do trimestre passado (+9,1% vs 2T23). A produção do Pré-Sal alcançou recorde, produzindo 1,9Mboed. A empresa anunciou um novo guidance de produção, aumentando os volumes esperados. Por enquanto, vamos manter a nossa estimativa tendo em vista a proximidade do planejamento estratégico e a grande quantidade de informações que deverão ser publicadas naquele momento.

    No segmento de Refino, Transporte e Comercialização (“RTC”), a receita alcançou R$115 bilhões (-24,9% vs 3T22). Apesar do maior volume processado, o preço dos derivados básicos para o mercado interno foi de R$464,3 barril (-33% vs 3T22 ) – aqui onde reside o problema da defasagem, em nossa opinião. O volume total foi de 1,8 Mbpd (vs 1,7 Mbpd no 2T23) e uma taxa de utilização do parque de refino de 96% (vs 93% no 2T23). Como mencionado anteriormente, a empresa está destinando maior percentual da produção para atender o mercado interno e aumentando os fatores de utilização do segmento.

    EBITDA consolidado recorrente ficou em R$66 bilhões e com uma geração de caixa livre recorrente (fluxo de caixa operacional – Investimentos) de R$42 bilhões. Observando o valor recorrente, o rendimento seria de 8,7% em relação ao atual valor de mercado da empresa e 34% anualizado (importante mencionar que o fluxo de investimentos foi abaixo do esperado esse ano). As despesas operacionais totalizaram R$17,5 bilhões (vs R$15,6 bilhões no 2T23) devido a maiores despesas exploratórias no período.

    Os investimentos foram de US$3,3 bilhões (vs US$2,1 bilhões no 3T22), sendo 80,% desse valor focado no segmento de Exploração & Produção – em linha com o atual plano de negócios da empresa. A empresa anunciou uma redução nos investimentos esperados para 2023, reduzindo o volume de US$16 bilhões para US$13 bilhões. Ou seja, o investimento do 4T23 deve ficar ao redor dos US$4 bilhões.

    Por fim, a Dívida Líquida alcançou R$203 bilhões (US$43 bilhões) no 2T23, fechando o trimestre com uma Dívida Líquida/EBITDA de 1,15x – como mencionamos, imaginamos que essa linha vá ser acompanhada de perto nos próximos trimestres.

    Assim, a empresa apresenta no 3T23, com um lucro líquido de R$26,6 bilhões (vs R$46 bilhões no 3T22).

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