O que esperar do 3T25? O trimestre apresenta novidades importantes em relação às principais variáveis da indústria: o preço do Brent crude oil e o câmbio US$/R$. O impacto desses fatores será relevante para a leitura dos resultados de 3T25 das empresas do setor. No que se refere ao Brent: I) o preço médio para o trimestre negociou em torno de US$67/barril. Isso representa uma queda material frente a 3T24 (em que o Brent estava em ~US$78,7/barril) e uma leve desaceleração em relação ao 2T25 (US$66,96/barril). II) Para o câmbio, o valor médio estimado para o par US$/R$ no trimestre encontra-se aproximadamente em R$5,45-R$5,50/US$, com observação de que em setembro o USD/BRL chegou a ~R$5,37. Dito isso, resta saber como as empresas sob nossa cobertura se comportaram tendo em vista as suas respectivas performances operacionais ao longo do trimestre.
Entendendo o contexto: O mercado de petróleo foi afetado no início do trimestre por tensões geopolíticas como o conflito Israel-Irã que impulsionaram o Brent para ~US$70/barril em julho. Em seguida, o aumento da produção por parte de membros de OPEC+ combinou-se com estoques globais mais elevados, colocando pressão de baixa no preço. Do lado cambial, o real vem se fortalecendo gradualmente frente ao dólar em grande parte devido a generosa taxa selic oferecida para investidores.
Petrobras (PETR4) | Recomendação Manter – Preço Alvo: R$44/ação
A empresa deve reportar seus resultados no próximo dia 06/11. Acreditamos que os resultado da PETR devem ser o grande destaque dentre a nossa cobertura de empresas petroleiras tendo em vista os recentes dados de produção divulgados pela empresa vs o guidance anunciado em seu último planejamento estratégico (2,8 milhões barris equivalente no guidance de 2025 vs 3,1 milhões alcançados no 3T25). Sendo assim, acreditamos que nossos números não refletem totalmente o novo patamar de produção alcançado pela empresa. Nossa espectativa de dividendos é de R$0,92/ação (sem considerar dividendos extraordinários). Sendo assim, com números recordes e acima das nossas estimativas, acreditamos que os números da empresa podem surpreender positivamente no 3T25.
Prio (PRIO) | Recomendação Comprar – Preço Alvo: R$69/ação
A empresa deve reportar seus resultados no próximo dia 04/11. Temos uma interpretação negativa (ainda que amplamente esperada) dos resultados da empresa nesse trimestre. Excluindo a consolidação da aquisição da fatia de 40% do campo de Peregrino no 1T25, não observamos grandes destaques ao longo do 3T25. Como amplamente divulgado, o campo de Peregrino passou por uma parada técnica que em agosto/25 e, naturalmente, vai afetar os resultados do trimestre. Nossa recomendação segue sendo suportada pela entrada operacional do campo de Wahoo e completa consolidação do campo de Peregrino.
Brava (BRAV3) | Recomendação Manter – Preço Alvo: Em revisão
A empresa deve reportar seus resultados no próximo dia 05/11. Temos uma leitura positiva em relação ao resultado do 3T25. Seguimos com grande expectativa em relação a geração de caixa da empresa. Observamos esse trimestre como um evento de grande expectativa a geração de caixa da empresa com estabilização da produção de Papa-Terra e manutenção do preço do brent ao longo de 3T25 após chegar a ser negociado próximo aos US$60/barril. De acordo com as informações divulgadas no na teleconferência de 1T25, o endividamento da empresa deve alcançar 1,7-2,3x dívida líquida/EBITDA até o final de 2025. (para maiores informações, clique aqui). Temos números acima do consenso e esperamos que a tão esperada geração de caixa finalmente se materialize nesse trimestre.
Petrorecôncavo (RECV3) | Recomendação Manter – Preço Alvo: R$16,5/ação
A empresa deve reportar seus resultados no próximo dia 06/11. Temos uma leitura neutra dos resultados no 3T25. A empresa encerrou o trimestre com uma produção média de 26k bpde, uma pequena queda na produção em relação aos números apresentado ao longo do 2T25. Como ressaltado em nosso último relatório de atualização da tese da empresa, resolvemos apropriar a curva de produção de acordo com as reservas provadas (1P) em nossas estimativas. Sendo assim, não esperamos grandes surpresas do case nesse trimestre.

