Tempo é dinheiro!
Seguimos com a recomendação de MANTER para as ações da Petrorecôncavo. A empresa apresentou sólido resultados, com um operacional forte derivado dos atuais níveis de preço do petróleo no trimestre (US$110/barril). Para além das informações referentes ao resultado operacional do 2T22, citamos a conclusão da capitalização da empresa, que levantou R$1 bilhão com o já anunciado objetivo de adquirir o Polo Bahia Terra. Entretanto, como também já é público, a venda do ativo pela Petrobrás está sendo judicializada por um dos competidores que acabaram por não vencer a disputa na compra do ativo. A grande questão aqui é o seguinte: a medida que não existe nenhum prazo claro para o término dessa questão, a assinatura do contrato para aquisição do ativo seguida pela aprovação da ANP para transferência do ativo para a nova operadora deve se arrastar por tempo indeterminado. Como já deixamos claro em documentos pregressos, do ponto de vista qualitativo, gostamos muito da Petrorecôncavo e nossa preferência por outros nomes do setor vem do pipeline de produção mais agressivo por parte dos mesmos. O incremento do volume derivado da aquisição do Polo Bahia Terra viria exatamente no sentido de aumentar o crescimento de produção da empresa e deixar o case mais atraente tendo em vista os atrativos preços implícitos na curva do petróleo (que sabe-se lá quanto tempo vão durar… e vale lembrar que “tempo é dinheiro”). Ou seja, enquanto essa questão ficar emperrada na justiça, achamos que uma materialização de valor no case da RECV3 deve se prolongar enquanto os cases da Petrorio e 3R Petroleum devem seguir desenvolvendo o seu plano de negócios e surfando os altos preços da commodity.
Detalhamento do 2T22
Operacional Forte. Empresa fechou o trimestre produzindo 20,5k bpd (vs. 12,1k bpd no 2T21), fruto da expansão da produção do Polo Potiguar, Remanso + BTREC e da consolidação das operação de Miranga. Como vamos mencionar em um tópico específico sobre os dados da produção da empresa, Miranga foi exatamente a operação com o maior incremento de produção ao longo dos últimos meses e foi a principal via de crescimento de resultados das receitas da empresa para além dos preços do petróleo – que nesse trimestre foram vendidos por US$111,4 (vs. US$68,8 no 2T21). Além disso, vale mencionar os novos contratos de gás comercializados que alcançaram 1,1 Mm3/dia (vs volume firma contratado de 716k/dia). Como ponto de atenção ao próximo trimestre, chama a nossa atenção um comentário no press release da empresa mencionando uma notificação da Petrobrás (que comercializa o gás produzido pelo ativo Potiguar) sobre “discrepâncias nos valores dos créditos obtidos dos líquidos de gás natural oriundos do processamento de gás da UTG Catu” – tal medida fez com que a empresa deixasse de reconhecer R$53 milhões em créditos relacionados à venda desse gás a Petrobras (maiores detalhes devem ser emitidos na Conference Call). Receita Líquida alcançou R$691,0 milhões (+177% a/a). Os custos ficaram em R$246 milhões (+9% a/a) devido a consolidação das operações dos campos de Polo Remanso e Miranga, contratação de pessoal para área corporativa, dentre outros. O resultado financeiro foi negativo em -R$126 milhões, derivado principalmente de impactos cambiais. O lucro líquido foi de R$131 milhões no 2T22.
Produção/Julho 22: positivo! No mesmo dia, a empresa divulgou os dados da sua produção referente ao mês de Julho/22, onde a empresa produziu 21,8k bpd (vs. 19,4k e 20,5k bpd no 1T22 e 2T22, respectivamente), um incremento de 6,4% em relação ao 2T22. Como principal performance dentre os seus ativos, citamos o Polo Miranga, cujo a produção alcançou 6,2k bpd. Tal valor representa um incremento de 89% em relação à produção do Polo no momento que a Petrorecôncavo assumiu a operação.