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    Publicado em 15 de Março às 18:53:46

    Petrorecôncavo (RECV3) | Certificação de Reservas Dez/2022- De olho nos detalhes!

    Conclusão. De maneira clara e objetiva, os novos certificados de reservas publicados demonstram um incremento nos volumes de barris equivalentes recuperáveis nos ativos da empresa, uma melhora no perfil de risco do seu portfólio com incremento da relação das reservas provadas (1P) em relação as possíveis (2P) e prováveis (3P). Ou seja, de acordo com as certificações apresentadas em relação a certificação de Dezembro/21, a empresa deverá apresentar uma melhora na produção esperada para os próximos anos e uma extensão na vida útil dos polos atualmente operados pela empresa. Entretanto, é importante nos atentar os detalhes: as premissas de preço do petróleo utilizadas para certificar tais volumes estão muito acima da realidade da curva de preços atuais. Ou seja, caso a certificação fosse feita utilizando premissas atuais, muito possivelmente os dados reportados seriam inferiores aos atuais. Por último, citamos também os maiores investimentos esperados no redesenvolvimento de tais polos em relação ao certificado anterior. Ou seja: se por um lado a produção nos volumes esperados podem vir a decepcionar devido ao descompasso da curva atual do brent vs aqueles da certificação, é fato que o dispêndio com investimentos esperados vão ser maiores. Sendo assim, tendo em vista a incerteza quanto a conclusão da aquisição do Polo Bahia-Terra (que arranca um crescimento interessante da tese da empresa), toda essa questão relacionada a produção e aumento dos investimentos esperados em relação a uma produção possivelmente superestimada sob premissas mais agressivas que a realidade, preferimos manter a nossa recomendação inalterada para a RECV3. Vamos aproveitar a publicação dos certificados de reservas da Petrorecôncavo e das demais empresas do setor (que deve acontecer ao longo do próximo mês) para atualizar as nossas estimativas e preços-alvo.

    O Fato. A empresa divulgou o relatório de reservas dos seus ativos operacionais (Miranga, Riacho da Forquilha e Remando + BTREC) certificados pela consultoria Netherland, Sewell & Associates (NSAI) com data-base para o ano de Dezembro/22. Em nossa interpretação, o certificado referente a Dez/2022 em comparação a Dez/2021 deve ser analisado sob alguns pontos: I) volumes, II) perfil das reservas (qual percentual das reservas são provadas e possuem pelo menos 90% de chance de serem recuperáveis) e III) percentual de óleo vs gás em relação as reservas totais (petróleo tende a trazer maiores retornos em relação ao gás, ainda que o seu preço seja muito mais volátil), IV) premissa de preços do petróleo para cálculo dos volumes recuperáveis e V) investimentos esperados.

    I) Volume de Reservas: Maiores volumes!

    De acordo com os números divulgados, as reservas totais provadas (1P) e provadas e prováveis (2P) empresa alcançaram 136,6 e 170,8 milhões de barris recuperáveis, respectivamente. Tais números representam um incremento de 10,7% nas reservas 1P e de 9,6% nas reservas 2P. Ou seja, isso quer dizer que isso quer dizer o volume a ser produzido pelos campos da Petrorecôncavo deve ser maior do que aquele esperado na certificação passada e que a vida útil dos campos deve ser maior deve ser maior do que o esperado anteriormente. Tal informação é importante por que, como todos nós sabemos, o petróleo é um fonte não-renovável e a tendência natural seria o volume recuperável cair ano após ano. A produção ao longo do ano foi de 7,6 milhões de barris versus, muito inferior aos barris adicionados as reserva 2P (c. +15 milhões de barris em relação a Dez/21), mostrando uma excelente taxa de reposição.

    II) Perfil: Provadas (1P)/Prováveis (2P): Maior Segurança!

    Além disso, citamos uma ligeira melhora no perfil de risco do portfólio da empresa na relação 1P/2P e 1P/3P, que saiu de 79,1% para 80,0% Tal dado é importante por representar a segurança do perfil das reservas no que diz respeito a sua produção esperada. Vale lembrar que as reservas provadas (1P) são aquelas que devem ser recuperadas com até 90% de certeza.

    III) Exposição Petróleo/Gás Natural: + Volumes em ambos os produtos!

    De acordo com a nova certificação, o incremento das reservas atualizadas veio principalmente do incremento do gás em relação a um incremento mais tímido dos volumes de petróleo. De acordo com a nova certificação, Petróleo representa 56,8% das reservas prováveis (vs 60,9% em Dez/21). Como mencionamos anteriormente, o petróleo tende a ter um valor econômico maior (ainda que com o preço mais volátil ao longo do tempo) enquanto as receitas do gás são derivadas de contratos de longo prazo – garantindo estabilidade na receita, ainda que com retornos economicos menores. Ainda assim, achamos o resultado positivo à medida que o volume de ambos os produtos foram incrementados.

    IV) Premissas de Preços de Petróleo

    Como podemos perceber nas curvas de preço abaixo, as reservas da empresa foram certificadas usando como premissa uma curva de preços de US$84-US$67 entre 2023-2030E. Tal curva se mostra pouco aderente a atual curva dos preços de petróleo, que precifica a commodity entre US$73-US$64/barril para o mesmo periodo de tempo. Ou seja, caso a recertificação acontecesse no dia de hoje, é possivel que os volumes recuperáveis fossem menores do que foi apresentado.

    V) Investimentos Esperados: Muito maior do que antes!

    Em nossa leitura, a pior informação nessa certificação diz respeito aos investimentos esperados para o redesenvolvimento. De acordo com a nova certificação, houve um incremento de aproximadamente 21% nos investimentos esperados em relação ao pipeline certificado anterior. De acordo com os novos dados, os investimentos anuais médios passaram para US$220,7 milhões (vs. US$183 milhões) para o período de 2023-2032. Os investimentos totais para o mesmo período saltaram de US$1,8 bilhões para US$2,2 bilhões. De acordo com a empresa, tal impacto aconteceu devido o aumento da complexidade dos projetos e do reconhecimento da demanda adicional de investimentos nas infraestruturas das instalações.

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