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    Publicado em 08 de Maio às 21:20:12

    PetroReconcâvo (RECV3) | Resultado 1T25: Quando a falta de novidades pesa!

    Seguimos com a recomendação de MANTER para as ações da Petrorecôncavo. A companhia reportou resultados fracos no trimestre. O EBITDA da companhia veio abaixo do que esperávamos e em linha com o consenso. Apesar do operacional mais fraco em relação às nossas estimativas, entendemos que a produção e custos, sobretudo o lifting costs, continuam a apresentar avanços graduais. No entanto, esses avanços ainda são mais modestos que o esperado e isso fica ainda mais claro quando analisamos o lucro líquido ajustado (retirando os efeitos de swaps cambiais, que possuem efeito não caixa). Nessa linha, a discrepância foi maior que o esperado por nós e pelo consenso, ainda que entendamos que o resultado financeiro possua mais variáveis que dificultam uma visibilidade melhor do resultado final. Por isso, ressaltamos a comparação com o lucro líquido ajustado.

    A companhia também divulgou resultados fracos de produção em Abril/25 – via fato relevante. Os dados parecem manter a tônica de baixo crescimento que esse trimestre esboçou em 1T25 e que, aparentemente, devem se manter para o 2T25. Isso nos dá um sinal mais negativo para o potencial de crescimento da companhia no curto e médio prazo – ainda que Potiguar esteja apresentando graduais evoluções, nos dados mais recentes. Portanto, o resultado do 1T25 e os mais recentes dados de produção nos levam a concluir um cenário fraco no horizonte. A estrutura não alavancada da companhia dá conforto financeiro em um cenário macro mais volátil, mas o operacional ainda carece de maiores gatilhos que possam impulsionar o crescimento da companhia.

    Apesar da qualidade da operação onshore e eficiência da gestão em otimizar seus ativos, entendemos que, na ótica do valor como ação, o mercado já tenha precificado boa parte do seu atual potencial. Até o momento, principalmente os últimos dois trimestres, (i) a grande volatilidade cambial e (ii) preços de Brent pressionados trouxeram à tona a importância da boa gestão de produção, custos e alocação de capital. Ainda assim, os pares de RECV3 nos parecem contar diferentes histórias com potenciais e gatilhos mais inspiradores a frente – fato esse que reitera nosso MANTER.

    Detalhamento dos Resultados

    A Petrorecôncavo encerrou o trimestre produzindo uma média de 27,3kboed, uma alta de +4% t/t, dado crescimento na produção do Ativo Bahia. A produção consolidada da companhia nesse trimestre foi impulsionada por um crescimento de +5% em petróleo e 2% em gás. Quando olhamos o Ativo Bahia, os resultados das (i) novas perfurações, (ii) estabilização dos poços recém completados e (iii) otimizações influenciaram em um crescimento de +7% t/t, fechando em 13,9kboed. Já o Ativo Potiguar apresentou um resultado estável na base trimestral e uma queda na base anual (-5% a/a), reportando 13,3kboed.

    A receita líquida atingiu R$861 milhões no 1T25, praticamente estável em comparação com o trimestre anterior (4T24). No trimestre, a receita líquida advinda do petróleo, a mais representativa da companhia, teve uma redução marginal de -1% t/t. O crescimento da receita do Ativo Bahia (+10% t/t) foi negativamente compensado por influência do Ativo Potiguar (-12% t/t). Apenas a receita líquida com gás apresentou crescimento, em +9% t/t, dado (i) volume referente aos contratos fixos e (ii) volume de gás adquirido de terceiros para cumprimento dos contratos.

    Os custos e despesas operacionais foram de R$368 milhões, uma modesta redução de -3% t/t. O maior impacto veio da linha de Serviços e Materiais que chegaram a uma redução de -11% t/t. Essa queda está relacionada ao (i) reforço das despesas de integridade realizadas em 2024, que pesaram mais essa linha no último trimestre do ano passado e (ii) serviços de consultoria, também realizados no 4T24, que agora não representaram mais uma despesa em 1T25. A magnitude da redução de despesas, no entanto, foi parcialmente freada pelos custos com o midstream (+17% t/t), com impacto da compra de gás no valor de R$40 milhões, fator que pressionou a linha, com o único destaque para a otimização de custos em transporte de gás, em -17% t/t. O lifting cost chegou em US$13,93/boe (-4% t/t), como consequência do aumento de produção e redução de custos – valores suficientes para entregar uma ligeira queda no custo médio de produção.

    Dessa forma, o EBITDA foi de R$424 milhões, um crescimento razoável de +5% t/t. O resultado financeiro, olhando apenas para as despesas financeiras, houve uma redução expressiva de -21%, chegando em -R$70 milhões. Excluindo a variação dos swaps cambiais, que não afetam diretamente o caixa, a companhia reportaria um resultado financeiro negativo de -R$86 milhões. Dessa forma, o lucro líquido ajustado (retirado efeito de swaps cambiais) foi de R$136 milhões, uma queda de -25% t/t. Assim, o fluxo de caixa da companhia operacional também foi inferior em -17%, alcançando R$505 milhões.

    Produção de Abril/25

    A companhia divulgou uma produção média de 27,8kboed, um modesto crescimento de 0,5%. O Ativo Potiguar apresentou um crescimento de 4% em relação à março/25, chegando em 14kboe/dia. O resultado foi impulsionado pelos (i) projetos de workover e (ii) otimização de novos poços. No Ativo Bahia, a produção foi de 13,8kboed, uma queda de -2,9% com março/25. Essa queda é não recorrente e está atrelada a uma parada programada realizada em Tiê.

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