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    Publicado em 01 de Março às 21:36:08

    PRIO (PRIO3) | 4T22: Além do que se vê!

    Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. Em nossa leitura, apesar de alguns eventos pontuais no trimestre que acabaram por afetar o resultado da empresa, sob o ponto de vista da execução do plano de negócios da empresa, o fluxo de notícias segue sendo muito positivo. Primeiramente, é importante mencionar a conclusão da aquisição do Campo de Albacora Leste (com impactos esperados para o 1T23) e a bem sucedida campanha de redesenvolvimento de Frade, que vem entregando uma performance muto acima do esperado tanto em tempos de produção quanto de execução, com o trabalho sendo realizado com muita antecipação de cronograma e investimentos sempre abaixo do esperado. De acordo com os dados divulgados pouco antes da publicação do resultado, os bons resultados do Poço MUP5 de Frade atingiram uma produção acima do esperado, fazendo com que toda a Prio alcance uma produção de 80k bpde/dia – mencionamos, uma vez mais, o ambiente ainda com restrição de oferta global de petróleo devido aos anos de subinvestimentos, ocasionando preços estruturalmente mais altos.

    Pedimos para que os nossos leitores deem uma lida no nosso documento estimando o impacto negativo nas nossas projeções ao considerar uma alíquota de imposto no óleo exportado pela empresa. Em suma, achamos que caso a criação de tal alíquota dure apenas 4 meses, o impacto em termos fundamentais vai ser praticamente desprezível do ponto de vista de fundamentos. Em nossa segunda análise de sensibilidade, extendemos tal imposto para todo o período produtivo dos campos da Prio. O impacto negativo em nosso preço-alvo seria de c. 15%. Dessa maneira, concluímos que a recente queda nas cotações da empresa já precificam a criação e extensão da nova alíquota ao longo de todo período produtivo da empresa. Sendo assim, mantemos nossa recomendação de compra inalterada – ainda que em um ambiente de maior percepção de risco para a empresa e, para o setor de Óleo & Gás, como um todo.

    Detalhamento do Resultado 4T22 para PRIO3

    Deu tudo certo, mais uma vez. A empresa apresentou resultados abaixo do consenso. De acordo com a empresa, a performance do trimestre foi negativamente impactada por maiores descontos no preço da commodity e maior custo de frete para entrega da carga ao comprador. Por último, apesar da produção crescente, o trimestre foi impactado por um menor volume de barris vendidos devido da decisão da Prio em estocar parte da sua produção nos Estados Unidos, aguardando uma melhora nas condições de comercialização da sua mercadoria. Todos os eventos descritos aconteceram devido ao redesenho da indústria global de petróleo derivada da guerra da Rússia.

    Como explicado, o offtake no 4T22 foi de 2,2 milhões de barris (vs 3,8 milhões no 3T22) mesmo com uma produção superior ao trimestre passado (47,6k bped vs 45k bped no 3T22). O preço realizado no trimestre foi de US$85,3/barril vs brent médio de US$88,6/barril. A receita do trimestre foi de US$184 milhões, queda de 42% a/a devido aos menores volumes vendidos. Como mencionado acima, apesar da produção diária ter alcançado 47,6k bped (um recorde), a consolidação de Albacora Leste e a boa performance da revitalização de Frade devem levar a produção para acima de 80k bpde nos próximos trimestres. Com alta produção alcançada, o lifting cost seguiu batendo recordes e atingiu o seu menor patamar da série histórica (US$8,6/barril vs US$11,8/barril no 4T21). A empresa fechou o 4T22 com um caixa líquido de US$380 milhões. Considerando as nossas expectativas de geração de caixa para 2023, Prio deve fechar o ano de 2023 com um endividamento de apenas 0,5x Dívida Líquida/EBITDA 23E após o pagamento para aquisição de Albacora Leste. Considerando a geração de caixa recorrente de 2022 (Fluxo Operacional – Investimentos Recorrentes – Impostos – Resultado Financeiro), a geração de caixa livre recorrente teria sido de c. R$4,2 bilhões (c. 14% de rendimento em termos anualizados em relação ao valor de mercado da companhia). Considerando que o case da empresa é de crescimento, achamos esse nível de geração de caixa confortável se pensarmos na mesma enquanto um “carrego” – ou seja, o custo de oportunidade de se manter as ações é bem razoável tendo em vista todo o crescimento de produção que a mesma deve seguir apresentando. Com operacional recorde, o lucro líquido foi de US$189 milhões (vs. US$160 milhões no 4T21).

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