Conclusão
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para as ações da PRIO3. Apropriamos a aquisição da fatia de 40% do campo de Peregrino em nosso modelo proprietário. Em nossa interpretação, a aquisição deve acrescentar c. +R$7/ação em nosso preço-alvo para a empresa nas condições apresentadas. Sendo assim, estamos introduzindo o novo preço-alvo de R$70/ação. Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando com upside relevante em relação ao nosso preço-alvo, EV/EBITDA 25E 2,6x e rendimento de fluxo de caixa 25E de 22% em termos recorrentes (US$71/R$5,35 25E), ou seja, excluindo o desembolso pela aquisição. Seguimos achando a empresa o melhor risco/retorno de nossa cobertura, case marcado pelo extenso track-record em aquisições e com uma série de opcionalidades em seus ativos. Como principal gatilho de curto prazo, citamos a aprovação do licenciamento ambiental de Wahoo e respectiva entrada em operação do ativo (esperado para o 2T25) e, claro, conclusão da aquisição do campo de Peregrino.
Os Fatos | Eis que não era apenas um rumor: aquisição anunciada!
Eis que o rumor se materializou em fato. Via fato relevante, a empresa anunciou a aquisição da fatia de 40% do campo de Peregrino. O campo era operado pela Equinor (60%) e Sinochem (40%). O valor pago pelo ativo foi de US$1,9 bilhões pela fatia da Sichochem, fazendo com que o novo consórcio formado seja entre a Equinor e Prio. O pagamento será feito em duas parcelas, sendo US$191,5 milhões no ato da assinatura e US$1,7 bilhões na conclusão da transação, ajustados pelo capital de giro entre o anúncio e conclusão da aquisição. É importante mencionar que o ativo conta também com um prejuízo acumulado de US$632 milhões a ser apropriado como crédito fiscal. Além disso, é esperado a geração de caixa de US$300-400 milhões até 1T25, momento esperado para conclusão da aquisição. Em seu primeiro ano, a empresa deve incrementar a produção da Prio em c. 35k bpde.
No dia 13/08, escrevemos um relatório sobre a possível aquisição – “Prio (PRIO3) | Possível aquisição de uma Fatia no Campo de Peregrino – o que achamos disso?”. No documento, levantamos uma avaliação prévia sobre o ativo com um modelo proprietário utilizando premissas que julgamos razoáveis a época. Encontramos o valor de US$1,8 bilhão para que a empresa alcançasse a sua taxa interna de retorno mínima para aquisição do ativo de 20% desalavancado. Como os principais detratores em relação as nossas estimativas, citamos o menor volume recuperável (460 milhões vs 550 milhões em nosso modelo proprietário). Além disso, o deságio em relação ao brent no ativo era de US$12/barril vs US$5/barril em nossos modelos. Tais fatores foram compensados pelo prejuízo fiscal a ser apropriado (reduzindo a alíquota do imposto de renda efetiva de 34% para ~27%) e pelo caixa a ser gerado pelo ativo entre o anúncio da aquisição e o seu fechamento (esperado em c. US$300-400 milhões), o que deve reduzir o valor efetivo a ser desembolsado pelo ativo (de US$1,9 bi para US$1,4-1,5 bi). Em nossa avaliação, encontramos a transação sendo avaliada com uma TIR desalavancada de 22% e VPL/ação de R$7,5 (WACC 11,2%). Vale a pena mencionar que outras alavancas de valor para o ativo mencionadas na apresentação da aquisição são a redução no deságio do brent comercializado (~US$1/1,5 por barril) e redução de custos devido a logística na venda do produto.
Características do ativo | De acordo com a apresentação feita pela empresa, o volume do ativo + contingente ajustado pela participação adquirida é de 128,7/184,1/228 milhões de barris equivalentes para reservas 1P/2P/3P. As reservas totais da Prio passa a ser de 710/972/1,231 milhões de barris.
Considerando o valor a ser desembolsado ajustado pela avaliação dos créditos fiscais + caixa a ser recebido, observamos o múltiplo de aquisição de US$7,5/2P, o que julgamos muito razoável tendo em vista outras aquisições com ativos semelhantes.