Estamos introduzindo nosso novo Preço-Alvo para as ações da PRIO de R$60/ação. Nossas estimativas estão baseadas principalmente nos novos dados referentes a certificação de reservas publicada pela empresa (para maiores informações, clique aqui no relatório “Prio (PRIO3) | Nova Certificação de Reservas!”). Em suma, o relatório publicado trouxe uma série de notícias positivas para a tese da empresa, com incremento das reservas recuperáveis, maiores volumes potenciais a serem produzidos, menores investimentos necessários para o redesenvolvimento dos campos – isso tudo sob premissa de curva de preços extremamente conservadoras (US$60/barril médio ao longo do período produtivo dos campos vs curva de mercado utilizada na certificação das demais empresas do setor). Essencialmente, mantemos a nossa recomendação de COMPRAR para as ações da Prio. Primeiramente, é importante mencionar que utilizamos em nossas estimativas a mesma curva de preços que usamos para avaliar a Petrorecôncavo, razoavelmente mais modesta que a atual curva de preços de mercado (US$73-64/barril 23-30E vs US$81-64/barril 23-30E). Ainda assim, de acordo com as nossas estimativas, vemos a empresa negociando a múltiplos interessantes (EV/EBITDA 3,5x e Preço/Lucro 6,0x para o ano de 2023), que em nossa leitura não condiz com o crescimento, qualidade de execução da empresa e uma curva de preços do brent superiores a nossa estimativa. Olhando fluxo de caixa livre da empresa (fluxo de caixa operacional – investimentos +/- resultado financeiro) em relação ao seu atual valor de mercado, vemos a empresa entregando -20% em 2023 (devido ao desembolso relacionado a conclusão da aquisição de Albacora Leste) e 23,7% e 34% já em 2024-2025 e aproximadamente 40% de 2026 em diante. Retirando o valor pontual do pagamento de Albacora Leste em 2023 (c. R$9 bilhões), o rendimento em fluxo de caixa livre teria sido de quase 13%, valor que consideramos muito razoável tendo em vista o que vislumbramos para a empresa para os próximos anos. Apesar dos números muito interessantes em termos fundamentais, em nossa leitura, os principais riscos de curto prazo para a empresa são: I) novas quedas no preço do brent devido a demanda mais fraca do que esperado e II) continuidade na tributação da exportação do petróleo cru para além dos quatro meses estipulados. Dito isso, achamos que a não renovação da tributação deva ser um gatilho muito interessante para os papéis da Prio no curto prazo à medida que somos céticos quanto a possível extensão da medida provisória que regulamentou esse tributo.
O Fato
O novo certificado de reservas. A companhia anunciou seu novo certificado de reservas com data-base Janeiro/22. Como mencionado, o relatório trouxe dados muito positivos para a tese da empresa em termos de volumes recuperáveis e em termos de investimentos necessário para o redesenvolvimento dos campos. Estamos apropriando em nossas estimativas: I) A curva de produção esperada 2P, II) curva de preço do petróleo mais modesta que as atuais de mercado (US$73-64/barril 23E-29E. vs US$81 – US$64/barril) e III) menor necessidade de investimentos para o redesenvolvimento dos campos. (US$2,7 bilhões vs US$3,2 bilhões na avaliação anterior).
E os Dividendos?
De acordo com as nossas estimativas, mesmo após o expressivo desembolso para pagamento de Albacora Leste para Petrobrás (R$8,4 bilhões), a empresa deve encerrar o ano de 2024 com caixa líquido (ou seja, mais caixa do que dívida no seu balanço). Sendo assim, caso a empresa não adquira nenhum outro ativo, faz muito sentido que a empresa comece a distribuidir dividendos. Em nossas estimativas, utilizamos uma distribuição dos lucros da empresa de 0% – 50% – 75% para os anos de 2024 – 2026 e 100% em diante. Aos preços atuais, enxergamos um rendimento 14% – 38% entre 24-26E e de c. 40% em relação ao seu atual valor de mercado de 2027 em diante. Os números podem parecer exagerados, mas a Petrobrás nos mostrou o exemplo de uma empresa petroleira distribuindo dividendos após um ciclo expressivo de investimentos em meio a preços de petróleo em patamares razoáveis.
Premissas
Em nosso modelo, incorporamos as novas curvas de produção do certificado de reservas mais atual, assim como os investimentos esperados no processo de redesenvolvimento dos ativos e os custos operacionais. Com isso, por meio do modelo de DCF, com uma taxa de desconto nominal de 11,2%, chegamos em um preço alvo de R$ 60/ação.