Conclusão
Mantemos a recomendação de COMPRA para as ações da PRIO3. Em nossa visão, a teleconferência da Prio foi extremamente interessante por trazer uma série de perspectivas positivas para a tese da empresa — todas com potencial de materialização em um prazo razoável (cerca de 12 meses). É importante destacar o histórico de execução da companhia, que confere grande credibilidade aos pontos abordados ao longo da reunião.
Resumidamente, a empresa caminha para uma geração de caixa próxima a US$3 bilhões após a consolidação de Peregrino e o início da operação de Wahoo, mesmo com um Brent a US$60/barril (vs. US$65/barril atualmente). Considerando o atual valor de mercado, o yield de fluxo de caixa esperado (ex-aquisições) chegaria a impressionantes 50% — bem acima das nossas estimativas, que já utilizam premissas conservadoras: entrada operacional de Wahoo apenas no 1T26, Brent a US$64/barril, câmbio de US$1 = R$5,50, e sem considerar sinergias ou eficiências derivadas das aquisições (como Peregrino). Destaca-se também a intenção da companhia de iniciar a distribuição de dividendos após a plena operação de Peregrino e Wahoo, a partir do 2S26.
Para um entendimento mais completo do que discutimos neste relatório, sugerimos a leitura de dois relatórios recentes sobre a Prio, que ajudam a aprofundar a análise da tese e a entender como nossas estimativas estão baseadas em premissas conservadoras frente ao que foi apresentado na teleconferência:
I) PRIO (PRIO3) | Compra de 60% do Campo de Peregrino – O que achamos disso?
II) Prio (PRIO3) | Resultado 1T25: está quase lá!
Principais pontos discutidos
I) Normalização da Produção e Ramp-Up de Curto Prazo | 120k bpde está logo ali…
Foi destacada a queda de produção em Albacora Leste devido ao atraso na substituição da turbina e do compressor do ativo até o 1T25. Em abril, a produtividade do campo já havia retornado a níveis históricos. Além disso, a recente anuência do IBAMA para dois poços de Tubarão Martelo (TBMT-10 e TBMT-4) deve elevar a produção da empresa para 120k bpde (combinando ~8/9k bpde adicionais). Os workovers nesses campos devem começar entre 15/05 e o final de junho. O retorno pleno da produção é esperado para julho.
II) Projeto Wahoo | Produzindo até o final do ano!
Com a licença de perfuração emitida no fim de fevereiro, a empresa já iniciou o processo com dois poços. O próximo passo será a licença de instalação submarina, com expectativa de liberação entre junho e julho deste ano. A expectativa do management é que o ativo inicie operação ainda em 2025 (vs. 1T26 em nossas estimativas). O lifting cost marginal de Wahoo deve ser de apenas US$1/barril.
III) Aquisição de Peregrino | Cronograma, Redução de Custos e Sinergias
A empresa espera concluir a aquisição e consolidar 100% de Peregrino até o final do 1º semestre de 2026. A expectativa é reduzir o custo operacional do ativo de US$550 milhões/ano para US$250 milhões/ano — esse valor não está considerado em nossas estimativas. Essa queda deve vir da substituição do diesel por gás na geração de energia, logística compartilhada com TBMT e Polvo, cortes técnicos em custos administrativos herdados da Equinor, e diversas renegociações contratuais. Com essas variáveis, a Prio estima uma TIR real de até 25% na aquisição — superior à nossa estimativa. (Para mais detalhes, acesse: Prio (PRIO3) | Compra de 60% do Campo de Peregrino – O que achamos disso?).
IV) Perspectivas Lifting Cost | Pode cair para US$8 barril em 2026!
Como evidenciado no último resultado trimestral, a empresa vem registrando aumento no custo de produção devido a paradas técnicas em TBMT, queda de produção em Albacora Leste e à consolidação da fatia de 40% do campo (ainda com operação subótima). Segundo o management, o lifting cost da PRIO pode cair para US$7–8/barril após a consolidação de Peregrino e suas respectivas melhorias operacionais, aumento de produção em TBMT e Albacora Leste.
V) Geração de Caixa | A cereja do bolo! Dividendos vem ai!
Segundo o soft-guidance divulgado pela empresa, a geração de caixa esperada após a consolidação de 100% de Peregrino e início da operação de Wahoo é de US$3 bilhões, o que representa cerca de 50% do atual valor de mercado da companhia. Até lá, o programa de recompra de ações foi suspenso para priorizar a desalavancagem. A partir de 2026, o foco deve migrar para a distribuição de dividendos, com menor probabilidade de novos M&As.