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    Publicado em 20 de Janeiro às 16:38:39

    Prio (PRIO3) | O que achamos dos recentes comentários do CEO da empresa?

    Conclusão

    Mantemos a recomendação de COMPRAR para as ações da PRIO3. Em nossa leitura, o ponto principal da recente entrevista está no interesse demonstrado pela empresa em adquirir blocos exploratórios — algo diferente de sua tese histórica, focada majoritariamente no redesenvolvimento de campos maduros. Consideramos essa decisão interessante, pois, caso a campanha exploratória seja bem-sucedida, há um grande potencial de geração de valor.

    No entanto, nem tudo são flores: campanhas exploratórias apresentam riscos significativos, considerando a possibilidade de não se encontrar petróleo e/ou gás em condições comerciais, o que pode levar à perda total dos recursos investidos. Por isso, esse é um aspecto que monitoraremos de perto com maior ênfase daqui em diante. Esperamos que os tópicos abaixo ajudem a trazer um pouco mais de luz a tese da empresa e o que esperar ao longo de 2025/2026.

    Os Fatos

    O Sr. Roberto Monteiro, CEO da Prio, concedeu uma entrevista ao Estadão/Broadcast, que destacou pontos relevantes da tese da empresa. Este documento visa resumir os aspectos que consideramos mais importantes para a geração de valor no curto e longo prazo. Esperamos que o conteúdo seja útil para orientar a tese da empresa nos próximos 18 meses, especialmente considerando que já estamos no final do primeiro mês de 2025.

    O ponto principal: participação nos leilões da ANP

    A principal novidade com potencial transformacional foi o anúncio da intenção de participar do próximo leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em áreas adjacentes aos ativos já operados pela empresa. Neste leilão, serão ofertados 25 blocos na região do Pré-Sal e na modalidade de oferta permanente.

    Esse anúncio representa uma mudança estratégica significativa, já que, desde sua fundação, a empresa tem se concentrado no redesenvolvimento de campos maduros. Essa seria a primeira participação da Prio em leilões desde sua criação, há mais de 10 anos.

    Quais os benefícios de investir em ativos exploratórios?
    O principal benefício é o potencial de destravamento de valor por meio da descoberta de volumes comercialmente viáveis de petróleo/gás. Tais descobertas podem multiplicar substancialmente o valor investido, considerando o risco envolvido.

    Quais os riscos de investir em ativos exploratórios?
    O maior risco é não encontrar volumes comercialmente viáveis de petróleo/gás, resultando na perda total dos recursos investidos.

    Na indústria petrolífera, esse tipo de custo é conhecido como “sunk cost” ou, em tradução livre, “custo afundado”, ou seja, despesas irrecuperáveis em caso de insucesso.

    O risco de campanhas exploratórias é mitigado pelo volume de recursos alocado para essa categoria de investimentos em relação ao atual nível de endividamento e fluxo de caixa da empresa. Afinal, quem não se lembra dos grandes traumas vividos pelos investidores da OGX ou da HRT Petróleo, devido a campanhas exploratórias malsucedidas? Vale lembrar que a própria Prio surgiu da aquisição e reestruturação da HRT, com a mudança de estratégia para o redesenvolvimento de campos, onde o risco é mitigado por se tratar de áreas já produtoras.

    Acreditamos que o mercado calibrará o risco conforme a empresa divulgar os volumes a serem investidos nessa atividade. Volumes modestos podem ser interpretados de forma positiva, pois não comprometeriam a saúde financeira da companhia.

    Campo de Wahoo e IBAMA

    A entrada operacional do campo de Wahoo é aguardada com grande expectativa. Segundo o CEO, o processo enfrenta atrasos devido à necessidade de aprovação de uma série de solicitações — uma “fila indiana de uns dez pedidos” — e à falta de servidores para analisar os projetos.

    A ausência de licenciamento pelo IBAMA também impacta a produção do campo de Tubarão Martelo, reduzindo-a em cerca de 4 mil barris de petróleo equivalente por dia (bpde). Com as licenças e a entrada operacional de ambos os ativos, a produção deve alcançar 150 mil bpde. Após Wahoo, a empresa deve focar seus esforços na produção de Albacora Leste.

    Crescimento: dentro e fora do Brasil

    O principal ativo que a empresa demonstrou interesse em adquirir é a fatia restante de 60% do campo de Peregrino, o que consolidaria 100% da operação na estrutura da Prio. Considerando o custo da aquisição de 40% (cerca de US$ 1,9 bilhão), a fatia remanescente deve custar até US$ 2,9 bilhões.

    Além disso, foi mencionado o interesse em adquirir ativos no Golfo do México. Nossa avaliação é de que o foco da empresa deve permanecer no Brasil, considerando a recente aquisição de 40% de Peregrino e o novo patamar de endividamento até o final de 2025.

    Adicionalmente, os anúncios de interesse em leilões da ANP e na aquisição dos 60% restantes de Peregrino indicam que os esforços continuarão concentrados no mercado brasileiro. Embora o Golfo do México ofereça oportunidades, os retornos tendem a ser mais modestos, pois é um mercado mais competitivo do que o brasileiro.

    O CEO também comentou que o processo de fusões e aquisições (M&As) entre “junior companies” ainda não está encerrado após o acordo 3R/Enauta, mas não citou outros casos específicos.

    Fontes renováveis?

    A Prio deve permanecer como uma empresa focada exclusivamente em petróleo, sem planos de migração para fontes renováveis, como energia eólica ou solar. Consideramos essa estratégia positiva, pois toda a expertise da empresa está concentrada na indústria de petróleo e gás.

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    Recomendações

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