Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. Apesar da leitura inicial dos resultados do 2T25 mostrar números mais fracos que a nossa estimativa nas linhas de receita/EBITDA, atribuímos esse desempenho a eventos pontuais, como as paradas técnicas previamente programadas (como no campo de Frade, em preparação para a entrada de Wahoo), falhas operacionais temporárias (compressão de gás em Frade), além da menor contribuição do cluster TBMT, cujos poços passaram boa parte do trimestre fora de operação. O resultado financeiro também foi pressionado por um aumento natural da dívida líquida, resultado de CAPEX elevado, recompras de ações e pagamento da entrada pela aquisição de Peregrino — todos eventos consistentes com a estratégia de reinvestimento em crescimento orgânico e inorgânico de longo prazo.
Olhando adiante. A companhia atingiu, ao final de junho, produção recorde de 123,2k bpde, o maior nível já registrado pela empresa. Albacora Leste mostrou recuperação importante na sua eficiência operacional, TBMT voltou a operar com os poços recém-intervencionados, e o campo de Wahoo avançou no cronograma com a obtenção da Licença Prévia — reforçando a visibilidade para incremento orgânico de produção em 2026 (para maiores informações, clique aqui: Prio (PRIO3) | Dando “Check” em todas as caixinhas! – Licença Prévia de Wahoo emitida!). Com o cenário de produção retomando a trajetória de crescimento, eficiência operacional se normalizando e Wahoo cada vez mais próximo da materialização, seguimos enxergando a empresa como nosso case preferido. A ação negocia a 1,9x EV/EBITDA 2026E e entrega um FCF Yield estimado entre 18% e 27,5% para 2025-2026E.
Detalhamento do Resultado 2T25
A PRIO reportou uma receita líquida de US$ 508 milhões no segundo trimestre de 2025. A produção média da companhia no 2T25 foi de aproximadamente 109k bpde, representando uma queda de 8% em relação ao trimestre anterior, mas ainda um crescimento de 11% na comparação anual. A expansão anual reflete a consolidação da participação de 40% no campo de Peregrino, adquirida no final de 2024. A retração trimestral foi puxada principalmente pela parada programada no campo de Frade e por uma falha no sistema de compressão de gás durante a retomada das operações, o que comprometeu significativamente o volume produzido. a PRIO comercializou um total de 8,2 milhões de barris de petróleo, o que representa uma queda de 20% em relação ao volume vendido no primeiro trimestre do ano (10,2 milhões de barris) e uma redução de 4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa retração foi consequência direta da menor produção operacional observada no trimestre, impactada por eventos descritos anteriormente.
Produção: Olhando adiante! Apesar dos volumes ainda impactados, vemos alguns eventos que merecem ser destacados. Para além das tão esperada entrada operacional de Wahoo e consolidação de 100% de Peregrino, a empresa citou ter alcançado uma produção de 123k bpde no final de Junho – boa indicação de guidance produtivo para os próximos trimestres.
Lifting cost ainda sob pressão! O lifting cost da companhia atingiu US$ 13,8/barril no trimestre, o que representa uma alta significativa de 81% em relação ao 2T24 e de 8% frente ao 1T25. Esse aumento está diretamente relacionado à consolidação de Peregrino (um campo que apresenta um custo estrutural mais elevado) e à menor produção do campo de Frade, o que acabou por reduzir a diluição dos custos fixos. Apesar do aumento expressivo, a companhia trata esse efeito como transitório. A diluição no lifting cost da empresa deve se materializar em três pilares: I) entrada de operação do campo de Wahoo (Lifting cost de US$1/barril), II) ramp-up/retorno de produção dos ativos em operação (Frade/TBMT) e III) consolidação de 100% do campo de Peregrino – vale lembrar que o guidance de redução de custos da empresa para o ativo é de c. US$250 milhões/ano vs custo atual de US$500/ano, considerados na sua certificação de reservas (para maiores detalhes sobre isso, leia nosso relatório sobre os destaques da empresa na conferência de resultado do 1T25 – PRIO (PRIO3) | Detalhes da Teleconferência 1T25! – Geração de caixa 2026 é a cereja do bolo!).
EBITDA abaixo do consenso! O EBITDA ajustado da companhia totalizou US$ 276 milhões no trimestre, o que representa uma queda de 49% em relação ao mesmo período de 2024. O principal motivo para essa retração foi a queda na receita, pressionada pelos menores preços do Brent e pela menor produção no campo de Frade. Além disso, os custos dos produtos vendidos aumentaram 48% em relação ao ano anterior, puxados pela consolidação de Peregrino e por efeitos operacionais pontuais. A estrutura de custos, apesar da elevação no trimestre, ainda oferece margem para expansão da rentabilidade com o retorno das operações plenas, amadurecimento dos ativos adquiridos e, finalmente, corte de custos esperados com a consolidação total de Peregrino.
Maior dívida após aquisição relevante! A dívida líquida da PRIO alcançou US$ 2,7 bilhões no trimestre. A alavancagem medida pelo indicador Dívida Líquida/EBITDA ajustado ficou em 1,8x (vs 1,3x no 1T25). Esse aumento foi ocasionado pelo pagamento da entrada na aquisição de Peregrino (US$335 milhões), execução do CAPEX elevado, aumento do capital de giro e recompra de 3,8 milhões de ações em abril (US$22 milhões). O resultado financeiro da PRIO foi negativo em US$ 55 milhões no 2T25, um aumento expressivo frente ao resultado negativo de US$ 3 milhões no 2T24.
Lucro antes de IR negativo. O lucro líquido ajustado da companhia foi de US$ 154 milhões, uma queda de 44% frente ao 2T24. Apesar da queda operacional, o lucro foi beneficiado por um efeito positivo na linha de imposto de renda diferido, resultado da valorização do real frente ao dólar durante o trimestre, o que impactou a base tributária de ativos imobilizados e intangíveis. Esse tipo de efeito contábil não caixa contribuiu para preservar o nível de lucratividade da companhia num trimestre particularmente desafiador.
Seguem os investimentos! Os investimentos (CAPEX) realizados no trimestre foram estimados em aproximadamente US$ 156 milhões, com foco em perfuração de poços e workovers em Peregrino, intervenções nos clusters Polvo e TBMT, além de preparações estruturais em Frade para a futura entrada de Wahoo. Também foram alocados recursos no desenvolvimento do próprio campo de Wahoo, incluindo a perfuração do primeiro poço. Além dos valores recorrentes, a empresa desembolsou US$335 milhões na compra do campo de Peregrino.
Fluxo de Caixa! O fluxo de caixa livre da PRIO no trimestre (Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos Recorrentes – Resultado Financeiro), desconsiderando efeitos de capital de giro, foi estimado em aproximadamente de US$ 67 milhões. Quando anualizado, esse fluxo representa um yield próximo de apenas em termos anualizados 4% sobre o valor de mercado atual da companhia – um número baixo em um trimestre que pode ser considerado fraco, em nossa leitura.