O roteiro segue intacto!
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. Os resultados do 3T25 vieram abaixo das estimativas, refletindo principalmente o impacto da parada técnica e interdição temporária do FPSO do campo de Peregrino, cuja produção foi retomada apenas em meados de outubro. Ainda assim, reforçamos uma visão construtiva para a tese de investimentos da PRIO. A companhia segue com dois catalisadores relevantes se aproximando: (i) a entrada em operação do campo de Wahoo, prevista para 1T26, com potencial de forte diluição de custos operacionais, e (ii) a consolidação do controle integral de Peregrino, que deve abrir espaço para captura de sinergias e melhoria de margem a partir do segundo semestre do próximo ano. Ambos os eventos devem marcar uma nova fase de geração de caixa e destravamento de valor na companhia.
Olhando adiante. Do lado orgânico, o projeto do campo de Wahoo segue evoluindo dentro do cronograma. No trimestre, a companhia obteve a emissão da Licença de Instalação (LI), último marco regulatório necessário para o início das obras submarinas e da campanha de interligação com o FPSO Frade. A entrada em operação de Wahoo, prevista para o primeiro trimestre de 2026, deve trazer um importante incremento de produção com lifting cost estimado em cerca de US$ 1/barril, o que tende a transformar estruturalmente o perfil de custos/geração de caixa da PRIO. A consolidação do controle integral de Peregrino (60% remanescente, com fechamento esperado até julho de 2026) representa uma oportunidade relevante de captura de sinergias operacionais e renegociação contratual/aumento de eficiência, com potencial de reduzir substancialmente o custo estrutural do ativo. A companhia estima ganhos de eficiência da ordem de US$ 250 milhões/ano com a migração para seu modelo operacional proprietário, a partir do segundo semestre do ano que vem. Sendo assim, observamos os resultados desse trimestre como algo pontual e, sempre importante lembrar, a produção de Peregrino já foi retomada. A ação negocia a 1,9x EV/EBITDA 2026E e entrega um FCF Yield estimado 29% para 2026E, permanecendo como a nossa top pick no setor de O&G.
Detalhamento do Resultado 3T25
Receita. A PRIO reportou receita líquida de US$ 607 milhões no 3T25, alta de 22% em relação ao 3T24, mesmo com o preço médio do Brent 13% inferior na comparação anual. O crescimento reflete o maior volume de vendas (8,8 milhões de barris), beneficiado pela liberação de estoques formados no trimestre anterior. A receita foi composta majoritariamente pelos ativos de Frade (37,6%), Albacora Leste (33,2%), Polvo/TBMT (14,8%) e Peregrino (14,4%).
Produção. A produção média consolidada da companhia no trimestre foi de 88,2 mil barris por dia, queda de 12% frente ao 2T25, mas ainda alta de 26% a/a, puxada pela incorporação de 40% do campo de Peregrino e pela normalização dos ativos operados. A queda trimestral é explicada principalmente pela parada programada e posterior interdição do FPSO Peregrino, com retorno apenas em 17 de outubro. Em contrapartida, houve retomada relevante em Frade (+43% t/t, alcançando 32,9k bpde vs 23,0k bpde no 2T25), Polvo/TBMT (+25,9% t/t, que também atingiu a máxima de produção desde 2024) e estabilidade em Albacora Leste (que por mais um trimestre colocou a sua produção próximo a máxima desde 2024, produzindo 26,8k bpde). Para fins de comparação, importante mencionar a empresa já chegou a entregar uma produção de 123k bpde em junho/25 – patamar que consideramos o nível estabilizado.
Lifting Cost. O lifting cost consolidado foi de US$ 17,4/barril, aumento de 26% frente ao 2T25 e de 77% frente ao 3T24. O crescimento é explicado pela queda na produção consolidada, sobretudo em Peregrino (que possui custo mais elevado), e pela menor diluição dos custos fixos operacionais. A companhia reforça que, com a entrada de Wahoo e a consolidação do controle de Peregrino, espera capturar reduções estruturais de custos a partir de 2026 (redução esperada de c. US$250 milhões/ano vs opex atual do ativo de US$500 milhões).
EBITDA. O EBITDA ajustado (ex-IFRS 16) atingiu US$ 320 milhões, queda de 2% a/a, refletindo o impacto da menor produção em Peregrino, aumento nos custos dos produtos vendidos devido a consolidação do Campo de Peregrino (+118% a/a). Ainda assim, a margem EBITDA foi de 57%, apontando resiliência na rentabilidade da operação mesmo em meio a desafios conjunturais.
Endividamento e Despesa Financeira. A dívida líquida aumentou em aproximadamente US$ 50 milhões em relação ao 2T25, atingindo ~US$ 2,8 bilhões, com alavancagem de 2,0x Dívida Líquida/EBITDA ajustado. O crescimento reflete os desembolsos com CAPEX, aumento de capital de giro, OPEX de Peregrino e recompra de ações (US$7 milhões no 3T25). A despesa financeira líquida foi de US$ 109 milhões negativos, puxada por maiores gastos com juros, hedge de petróleo e maior volume de dívida emitida.
Lucro Líquido. O lucro líquido ajustado (ex-IFRS 16) foi de US$ 92 milhões, queda de 44% a/a, impactado pelos menores volumes produzidos e maior despesa financeira. O número foi parcialmente compensado por um efeito positivo de imposto de renda diferido, decorrente da valorização do real frente ao dólar, que alterou a base tributária de ativos imobilizados e intangíveis.
Investimentos. O CAPEX do trimestre somou ~US$ 188 milhões, com foco na perfuração dos poços de Wahoo, manutenção em Albacora Leste, parada em Peregrino e workover no poço TBMT-6H. A companhia destacou que os investimentos seguem dentro do planejamento e que a campanha de Wahoo já perfurou dois poços com resultados em linha com o esperado.
Fluxo de Caixa. O fluxo de caixa livre recorrente da PRIO (Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos – Despesa Financeira) foi de apenas US$19,6 milhões no 3T25 – o que consideramos muito aquém do patamar normalizado da empresa mesmo com o brent c. US$60/barril. Como mencionamos ao longo do documento, esse trimestre foi negativamente impactado pela parada programa e de Peregrino.

