Esperamos mais um trimestre sólido para a Porto, ainda que com leve acomodação em relação ao 2T25 — que havia surpreendido positivamente, em especial pelo resultado financeiro. Projetamos um lucro líquido recorrente de R$ 824 milhões nesse 3T25, representando leve queda de -6,2% t/t, mas um bom avanço de +25,2% a/a, refletindo uma rentabilidade robusta (ROE) de 22,6% (-2,59 pp t/t; -0,10 pp a/a).
Após um 2T25 bem acima das expectativas, projetamos uma acomodação sequencial no 3T25, reflexo de:
- Maior sinistralidade, sobretudo nos segmentos Habitacional e Vida (efeito base difícil)
- Alíquota de imposto voltando a níveis usuais, após imposto mais baixo no 2T25
- Porto Bank. Esperamos impacto negativo na Porto Bank devido ao efeito contábil transitório da Resolução 4.966, que desencaixa temporalmente parte das receitas e provisões — dinâmica que tende a normalizar gradualmente até 2026.
Ainda assim, o comparativo anual deve ser favorecido pelo crescimento das receitas e por um forte resultado financeiro.
No lado comercial, projetamos prêmios emitidos de R$ 8,2 bilhões, refletindo um avanço de +6,0% t/t e +10,2% a/a, puxados principalmente pelo forte avanço da unidade de Saúde (+29,0% a/a).
Valuation: Reiteramos COMPRA
A Porto, que antes da pandemia operava com ROE ao redor de 15%, tem conseguido sustentar níveis superiores a 20% por vários trimestres, impulsionada por uma estratégia bem-sucedida de diversificação de portfólio, aumento de vendas cruzadas melhor usando sua forte base de corretores e foco em linhas mais rentáveis. Além disso, a companhia opera com cerca de R$ 3,5 bilhões em excesso de capital (31,7% do patrimônio líquido), conferindo flexibilidade estratégica adicional, embora represente fator de diluição do ROE reportado.
Seguimos com convicção na nossa tese de investimento que a Porto deve continuar sustentando um ROE acima de 20% no médio e longo prazo, com crescimento razoável através do uso eficiente de sua base de corretores para potencializar o cross-selling. Mantemos a Porto como nossa top pick no setor de Seguros, com preço-alvo de R$ 69,00, implicando um potencial de valorização de +39,1%.
Acreditamos que as ações (PSSA3) permanecem negociando a múltiplos razoavelmente atrativos: 9,6x P/E 2025e, 8,5x P/E 2026e, 2,1x P/VP 2025e, além de um dividend yield estimado em 5,4% para 2025.
Porto (PSSA3) | Prévia 3T25: ROE Acima de 20% é o Novo Patamar

Prêmios: Saúde Segue Como Principal Motor de Crescimento
Projetamos que os prêmios emitidos da Porto alcancem R$ 8,26 bilhões no 3T25, avanço de +6,0% t/t e +10,3% a/a, sustentado principalmente pelo desempenho robusto da vertical de Saúde (+29,0% a/a), que deve continuar sendo impulsionado pela expansão da base de clientes.
Desempenho por segmento:
- Auto: estimamos crescimento baixo de +2,5% a/a, mas com aceleração sequencial, refletindo a estabilização dos preços de veículos após um período de retração.
- Saúde: esperamos forte alta de +29,0% a/a, com continuidade do ganho de mercado sobre uma base ainda reduzida, mas mostrando sinais de desaceleração.
- Vida: projetamos crescimento de +11,0% a/a, em linha com o desempenho consistente dos últimos trimestres.
- Patrimonial: estimamos avanço de +12,0% a/a, mantendo a trajetória positiva observada recentemente.
Sinistralidade: Pressão Sazonal do Segmento de Saúde
Projetamos sinistralidade consolidada de 58,2% no 2T25, alta de +0,50 pp t/t e praticamente estável na comparação anual (+0,05 pp a/a). A leve piora sequencial deve ser explicada sobretudo pelos segmentos de Vida (+5,1 pp t/t) e Patrimonial (+6,0 pp t/t), em grande parte devido à base excepcionalmente benigna do trimestre anterior, o que torna a comparação mais desafiadora neste trimestre.
Desempenho por segmento:
- Auto: estimamos sinistralidade de 58,8%, estável t/t, com leve alta de +1,6 pp a/a.
- Saúde: esperamos sinistralidade de 78,0%, com melhora de -0,5 pp t/t e -0,6 pp a/a.
- Vida: projetamos sinistralidade de 37,0%, alta de +5,1 pp t/t e +0,8 pp a/a, refletindo o patamar atipicamente baixo observado no trimestre anterior.
- Patrimonial: estimamos sinistralidade de 30,0%, piora de +6,0 pp t/t, igualmente influenciada pela base excepcionalmente baixa do 2T25, e leve alta de +0,5 pp a/a.
Resultado Financeiro: Segue Beneficiado pela Selic Elevada
O resultado financeiro deve seguir contribuindo de forma relevante para o resultado consolidado, sustentado pelo efeito positivo da taxa Selic elevada e pela normalização do retorno da carteira de investimentos mais próxima ao CDI. Projetamos um resultado financeiro de R$ 423 milhões, levemente abaixo do 2T25 (-1,6% t/t), mas ainda representando uma melhora expressiva na base anual (+49,2% a/a), que foi fraca.
Imposto: Beneficiado Pelo Pagamento de JCP
Para o 3T25, projetamos uma alíquota de imposto de 31,8%,favorecida pelo pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP), apesar de alta de +3,8pp t/t, voltando para um nível mais normalizado.



