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    Publicado em 10 de Fevereiro às 01:12:34

    Porto (PSSA3) | Resultado 4T22: Demorou, mas chegou. O melhor tri da história!

    A Porto reportou um lucro líquido recorrente de R$ 556m, acima das nossas expectativas em +31,5% e bem acima do esperado pelo mercado em +46%. Finalmente, a Porto mostra sinais de que os aumentos de preços no seguro automóvel estão trazendo um resultado de subscrição rentável. Com um ROE de 21,5%, o 4T22 foi muito forte, alcançando o maior resultado recorrente trimestral da história da Porto com expansão em duplo dígito de todas as verticais de negócios.  

    Com receitas crescendo 27% e a melhora tanto esperada da sinistralidade, o tri marca de forma definitiva recuperação da rentabilidade, com o ROE saltando de 3,8% no 2T22 para 21,5% no 4T22. O forte resultado dá sinais de que 2023 pode ser um ano robusto conforme colocamos em nossas perspectivas para este ano

    O 4T22 foi marcado por: 

    • Prêmios ganhos. Crescimento de 27,1% a/a e 6,5% t/t, impulsionado principalmente pelo segmento Auto. 
    • Índice de sinistralidade. Queda t/t no índice devido uma redução no volume de sinistros e reprecificação da carteira. 
    • Resultado financeiro. Melhora do retorno das aplicações financeiras apesar do desempenho estar em 65% do CDI. 
    • Imposto. Menor alíquota de imposto devido ao pagamento de JCP 

    Porto precificou sua frota para uma tabela de preços de automóveis (FIPE) estáveis em 2023. Pela falta de automóveis novos, carros semi-novos estavam sendo negociado acima do preço dos novos. Não achamos a situação sustentável. Eventualmente, os preços dos usados devem se arrefecer e com isso, a Porto poderia expandir seus ganhos. Na margem, acreditamos que esse movimento já está acontecendo.

    A consolidação da melhora nos resultado nos faz ficar mais confiantes de uma melhora mais substancial em 2023. Assim, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço alvo de R$ 33,0. Acreditamos que o valuation atual está bem atrativo, negociando a 1,54x P/VP 2022 e 8,7x P/L 2023E.

    Sinistralidade 

    O índice de sinistralidade apresentou uma redução de -6,69pp no t/t, já no a/a não podemos fazer a comparação devido a mudança contábil entre as unidades de seguros e serviços que passou a vigorar a partir do 2T22. 

    A queda no trimestre é marcada pela redução de volume nos sinistros de auto, devido a contenção dos preços das autopeças, reduzindo a pressão sobre os valores indenizados. O produto vida também teve uma melhora na sinistralidade com impacto menor de Covid-19 e menores gastos com internações totais. Por fim, a reprecificação da carteira também auxiliou a melhora do índice. 

    Prêmios

    O robusto crescimento de prêmios emitidos ao longo do ano refletiu na aceleração dos prêmios ganhos (+27% a/a) que pela primeira vez ultrapassa o crescimento de prêmios emitidos (26% a/a). Esperamos que essa tendência continue em 2023 devido em grande parte ao reconhecimento diferido que incorpora gradativamente o efeito dos reajustes de preços efetuados no seguro Auto.

    Resultado Financeiro

    O resultado financeiro de R$ 206m apresentou um crescimento de +28,6% t/t e +49,0% a/a. Apesar da evolução ser positiva, o retorno em relação ao CDI continua baixo (65% do CDI), impactados pelo desempenho fraco de títulos de inflação e renda variável. Por outro lado, a companhia fez um leve aumento na parcela de pós-fixado, o que deve diminuir a volatilidade do resultado financeiro. O desempenho financeiro da Porto em 2022 foi fraco (68% do CDI), bem abaixo do histórico. Esperamos uma melhora gradual desse desempenho ao longo de 2023.

    Porto Bank: ROE de 42% 

    O Porto Bank apresentou sólidos resultados com receitas de R$ 1,2b (+21,1% a/a) e ROAE de 42,3% no 4T22. O 4T22 foi marcado pelo forte crescimento de Cartão de Crédito, que obteve um aumento de 140 mil unidades a/a e pela carteira de crédito que alcançou o montante de R$ 16,2b (+21,5% a/a). 

    O índice de inadimplência apresentou um leve aumento no t/t, mas ficando abaixo da média do mercado. Com isso, a companhia está aumentando a cautela na concessão de crédito e aplicando novos instrumentos de cobrança para recuperar os clientes devedores. 

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