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    Publicado em 11 de Maio às 07:47:44

    Qualicorp (QUAL3) | Análise do resultado trimestral 1T22

    O lucro líquido de Qualicorp totalizou R$ 74m no 1T22, 6,2% abaixo de nossas expectativas e 8,6% abaixo da expectativa do mercado. O resultado em nossa opinião foi morno, assim como no trimestre passado, mas com maiores preocupações e incertezas para a companhia em 2022. A própria companhia dita que está buscando uma nova estratégia de crescimento, almejando aumentar seus produtos e canais para atingir mais clientes.

    A pressão nas adições líquidas continua no primeiro trimestre de 2022. As adições brutas (novas contratações) ainda decepcionam, recuando -12,2% t/t na carteira de Adesão Médico-Hospitalar, o carro-chefe da casa. Isso se deu por uma dinâmica de vendas abaixo do esperado para o período. Mesmo com um crescimento anual de 15% nas novas contratações, a piora expressiva entre trimestres e a queda nas vidas da carteira total (-1,1% t/t ; 0,4% a/a) nos faz questionar a sustentabilidade do crescimento bruto almejado.

    A dinâmica de reajustes acumulados em 2021 fez as adições líquidas da Quali sofrerem nos últimos dois anos, e a melhora nos cancelamentos no 1T22 (-12,7% a/a ; -16,9% t/t) demonstra que essa maré pode estar passando. O que nos preocupa nesse sentido são os cancelamentos por inadimplência (quando a própria Qualicorp cancela o plano por falta de pagamento), que ainda estão em patamares elevados e devem se manter assim ao longo do ano, principalmente no 3T22 devido a política de reajustes. Colocamos atenção nesses pontos pois o cancelamento por inadimplência ou (i) dificulta o repasse de preços e pressiona as margens ou (ii) provoca queda na base de clientes da companhia. Aliado a esses dois pontos, há a indicação das operadoras de saúde por um reajuste acima do esperado inicialmente, que pode aumentar o churn da companhia.

    No geral, ainda não observamos o crescimento prometido pela administradora de planos de saúde, e dado uma situação macroeconômica cada vez mais incerta, que está diretamente ligada à manutenção da venda de planos de saúde no país, estamos cada vez menos otimistas com os resultados futuros de Qualicorp. Assim, com a deterioração do cenário macroeconômico e as novas premissas para crescimento, estamos reduzindo nosso preço alvo para R$ 18,50, ainda com uma recomendação de compra.

    Receita: ticket-médio menor e adições líquidas negativas

    A receita bruta apresentou uma queda de -4,4% a/a e -3,3% t/t impactada pelo menor ticket médio das novas contratações e a redução da carteira de clientes que citamos acima. Do lado dos Outros (Empresarial, Gama e PME), observamos que a estratégia da companhia em PME e na operadora de saúde Gama está dando frutos, com a receita dessas linhas crescendo, apesar da forte base de comparação anual. Já o empresarial segue em queda, alinhado com a política de menor foco no segmento por parte da Quali.

    Custos e despesas: controle de custos salvando o resultado

    Os total dos custos caiu -4,3% t/t e aumentou +1,9% a/a, ficando abaixo da inflação para os últimos 12 meses. As despesas comerciais (-25,3% t/t) foram grande destaque, com a política de comissionamento extremamente agressiva tomada pela companhia em 2021 sendo racionalizada aos poucos. Os custos com Marketing e Trade também apresentaram expressiva queda (-54% t/t; -50,5% a/a), o que nos insatisfaz dada a intenção de crescimento. Já o alto número de cancelamentos gerou maiores despesas de provisão recorrente (+18% t/t).

    Resultado financeiro: melhor que o esperado

    O resultado financeiro foi um dos fatores que auxiliou a melhora trimestral do lucro. Melhorando 15,6% t/t, principalmente pela opção de compra da Plural e Uniconsult no 4T21 que impactou negativamente a base de comparação do trimestre anterior.

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