A RD reportou seus resultados do 3T22 no fechamento do mercado desta terça-feira, dia 31/10. Como antecipamos em nossa prévia (para conferi-la clique aqui), os números apresentados ficaram em linha com nossas projeções, com uma exceção para a linha do lucro líquido dado um maior resultado financeiro. Os dados mencionados ao longo do relatório estão no padrão IFRS 16.
Receita Bruta e Operacional
Como esperávamos, a receita bruta ficou em R$ 7,9b (+22,3% a/a; +2,8% vs. Est. Genial). Em relação ao top line, alguns destaques merecem a atenção:
I) As Vendas nas Mesmas Lojas atingiram um crescimento de 16,7% (+7,7p.p. vs. Est. Genial), trazendo consigo um aumento de +9,5p.p. acima do IPCA do período de 7,2% e um aumento ante ao reajuste da CMED de +5,8 p.p.. Quando olhamos para as lojas maduras, observamos um ganho de produtividade a/a, chegando em 14,6% de crescimento vs. 12,3% em 3T21.
II) O desempenho do market share foi fruto da expansão no parque de lojas, trazendo no trimestre, +39 aberturas líquidas, fazendo a companhia estar presente em 525 municípios (vs. 453 no 3T21) e, também, do bom desempenho de vendas. Ganhando participação em todas as regiões nesse trimestre, a RD consolidou uma participação de mercado nacional de 15% nesse 3º trimestre, avançando 0,7 p.p. na comparação anual. Destaque para o ganho de share no estado de São Paulo, com avanço de +1,2p.p a/a atingindo 27,1% de share.
III) Ponto positivo, revisão do guidance para cima. A RD reiterou, no resultado desse trimestre, as 260 aberturas brutas esperadas para o ano, deixando assim, para o último trimestre do ano, +86 lojas (o que achamos factível, dado a dinâmica do 4T). Além disso, aumentaram a projeção para os anos de 2023 até 2025, colocando uma meta de 260 aberturas de novas farmácias, totalizando 1.040 novas lojas para os próximos quatro anos;
IV) O digital segue a todo vapor na varejista farmacêutica, com a penetração chegando em 11,8% da receita bruta (+ 2,6p.p. a/a e +1,3p.p. t/t), impulsionando, assim, um faturamento de R$ 886,1m (+57,9% a/a) no canal.
VI) A dinâmica do mix de vendas repercutiu o que esperávamos para o trimestre, queda trimestral em OTC e ganhos nas outras categorias. A queda é reflexo de um menor volume de vendas do “kit covid”. Por outro lado, a retomada do fluxo as lojas permitiu uma participação melhor do segmento de perfumaria. Ainda dentro do contexto do mix, os remédios de marca ganharam destaque, dada as melhores condições em termos de preço na aquisição desses produtos.
Lucro Bruto, Custos e Despesas
A cifra de lucro bruto veio conforme esperado, a R$ 2,2b (+22,5% a/a e +0,1% vs. Est. Genial). Contudo, com uma receita quase 3% acima de nossa estimativa, a margem bruta acabou sendo menor que o esperado, atingindo 27,9% vs. 28,6% estimado.
O ganho de produtividade e alavancagem operacional de lojas maduras acabou diluindo as despesas com vendas da RD neste 3T22, atingindo R$ 1,4b (~17,5% da receita bruta vs. ~18,6% considerados em nossa estimativa).
Já as despesas SG&A alcançaram R$ 284m vs. projeção de R$ 277m – aumento esse esperado, diante da dinâmica de aberturas de lojas e investimentos no digital, como falamos em nossa prévia.
O EBITDA Ajustado ficou em R$ 793m (+21,2% a/a e -2,2% vs. Est. Genial), apresentando uma margem de 9,9% (-0,09p.p. a/a e -0,61p.p. vs. Est. Genial).
Lucro Líquido
Por fim, a RD reportou um lucro líquido de R$ 196m vs. R$ 226m em nossas estimativas. O principal evento que provocou o resultado abaixo do que estimávamos foi a linha de despesas financeiras, que atingiu R$ 263m vs. R$ 198m, contando com variações maiores nas linhas de AVP, encargos sobre debêntures e juros sobre obrigações com o acionista controlador.