A RD (ticker RADL3) irá divulgar seus resultados na segunda-feira, dia 31 de outubro, após o fechamento do mercado. Confira a nossa análise do que esperar para esse trimestre.
Receita Bruta
Esperamos uma expansão na receita bruta ano contra ano, chegando em R$7,77b (+19% a/a e +1,7% t/t). Como pudemos observar na PMC divulgada de agosto pelo IBGE, o volume de vendas permaneceu estável durante o trimestre, o que nos leva a crer que tal crescimento acontecerá derivado, principalmente, de dois aspectos: I) ajuste da CMED; e, II) expansão de lojas.
(I) Como já comentamos em relatórios passados, o reajuste CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) tem sido a força motriz para a alavancagem da receita das empresas do setor de varejo farmacêutico, ainda mais quando consideramos o atual cenário inflacionário. No ano de 2022, tivemos um ajuste de 10,89% da CMED enquanto a inflação de produtos farmacêuticos LTM ficou em ~7%, sinalizando repasses de ganho real, que, por consequência, implicou em uma melhor rentabilidade.
(II) Já no segundo tópico, a companhia abriu 254 lojas nos últimos doze meses. Se considerarmos as nossas estimativas de 70 aberturas nesse 3T22, a área de venda média total da RD apresentará um crescimento de 9,2% a/a, o que por si só gera um efeito positivo no top line da farmacêutica.
Para o período, consideramos um crescimento de 9% no Same Store Sales, corroborando para o incremento de receita no trimestre.
Lucro Bruto, Custos e Despesas
Em nossa perspectiva, a RD deve reportar um lucro bruto de R$ 2,22b e uma margem bruta retornando para seu patamar histórico de 28,6% (+80bps a/a e -173bps t/t). Esperamos que o ganho de 80bps fique aquém do total potencial do reajuste da CMED (~189bps), diante do mix de vendas, com boa representatividade do canal digital nas vendas – o que causa um efeito promocional maior para o trimestre.
Para despesas operacionais consolidadas, esperamos uma pressão de 40bps, resultado da expansão no parque de lojas, fazendo com que a companhia aumentasse suas despesas SG&A, chegando a -3,6% da receita bruta.
Estimamos um EBITDA Ajustado de R$ 811m (+24% a/a) e uma margem de 10,4% (+40bps a/a).
Lucro Líquido
Por fim, devemos considerar, ao falarmos do bottom line da RD, a escalada da taxa de juros brasileira, saindo de uma Selic média de 5,25% para 13,50% nos últimos doze meses, acarretando no crescimento das despesas financeira (+R$ 74m a/a). Nossa expectativa para o lucro líquido ficou em R$ 226m (+40,8% a/a) e uma margem de 2,9% (+40 bps).