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    Publicado em 08 de Maio às 01:22:00

    Indústria | Prévia de Resultados 1T23: RAPT4 e TUPY3

    De certa forma, esperamos um trimestre neutro para o segmento de autopeças. Apesar do macro e do micro indicarem redução de volume, o cenário de acomodação de custos pode ajudar na manutenção ou até mesmo no incremento das margem operacionais. Mesmo com ventos contrários o trimestre pode surpreender positivamente o mercado, que colocou a performance das empresas do segmento em um patamar muito forte de queda. Na nossa visão, o efeito de desaceleração causado pelas recentes paradas anunciadas pelas montadoras pode causar maiores estragos nos resultados do 2T23 ou até mesmo ser carregado para os próximos trimestre do ano. As companhias com maiores exposição ao mercado de reposição devem apresentar resultados melhores quando comparadas as mais expostas ao fornecimento de autopeças para montadoras.

    No mercado interno, vemos uma maior desaceleração trimestral no segmento de leves. No segmento de pesados, a desaceleração ocorre casada a um movimento sazonal que traz um volume relativamente menor na comparação com o 4T22. Adicionalmente, vale lembrar que grande parte das montadoras de pesados tiveram volumes antecipados por conta da implementação do Euro 6. Nessa transição, houve aceleração da produção dos veículos Euro 5 o que favoreceu as empresas fornecedoras de componentes para montadoras durante os últimos meses do ano passado.

    Já quando olhamos para o mercado de implementos, ainda vemos uma demanda forte, puxada principalmente pelo setor agrícola, além de uma demanda advinda do próprio mercado de caminhões. Em suma, parte das compras que seriam direcionadas para a compra de novos caminhões estão sendo redirecionadas para a aquisição de implementos por conta de uma reprecificação dos novos caminhões Euro 6. Aliado a esse fator, ainda temos maiores volumes de implementos brasileiros no mercado externo, seja por exportação ou por fabricação in-loco.

    Mercado Interno

    No Brasil, o número de emplacamento de implementos totalizou 20,9 mil unidades no 1T22 (+2% t/t e +7% a/a), enquanto a produção de caminhões finalizou o trimestre com 24,5 mil veículos (-45,7% t/t e -28,8% a/a), impactada negativamente pela entrada do Euro 6 e taxas de juros, conforme mencionado previamente. Por fim, a fabricação de comerciais leves somou 91 mil unidades (+14,9% t/t e +23,1% a/a).

    Mercado Externo

    Já nos EUA, a venda de caminhões leves e pesados caiu 1,5% t/t e subiu 8,6% a/a, enquanto a venda de tratores recuou em ambas as comparações (-18,4% t/t e -14,9% a/a). Diferente do que observamos no mercado interno, a demanda por veículos pesados no continente americano continua resiliente. Isso aliado a uma redução no custo do frete nos leva a acreditar que as companhias possam optar por endereçar ainda mais a sua produção para o mercado externo, visando contrabalancear a queda na demanda no Brasil.

    Randon (RAPT4)

    Achamos que o trimestre de Randon deva ser positivo, principalmente se considerarmos nossas expectativas após 4T22 fraco. Acreditávamos que haveria um certo decrescimento no número de emplacamento de implementos, mas que por sua vez até apresentou ligeiro crescimento no 1T23. Aliado a isso, nossa expectativa é de recuperação de margens devido a menor pressão nos custos de materiais.

    Acreditamos que, assim como no 4T22, os destaques positivos continuem sendo Fras-le e o segmento de implementos, com bom volume no mercado externo. Do lado negativo, com a implementação do Euro 6, tivemos uma queda relevante na fabricação de caminhões nos 3 primeiros meses do ano, o que deve afetar negativamente o segmento de autopeças para OEMs.

    No entanto, é possível que esse arrefecimento na procura por caminhões se traduza em algo positivo para a Randon no curto/médio prazo. Dado que boa parte dos pequenos/médios frotistas deve optar por adiar a renovação de seus caminhões devido ao novo patamar de preço e juros, podemos ver alguma parte dessa demanda se transferindo para a compra de implementos.

    Estimamos uma receita líquida consolidada de R$ 2,66 bilhões (+7,4% a/a e -6,6% t/t) e um EBITDA de R$ 357 milhões (-11,2% a/a e +10,6% t/t), além de um lucro líquido de R$ 93 milhões (-28,7% a/a e +3,7% t/t).

    Tupy (TUPY3)

    Assim como em Randon, devemos ver surpresas em relação às projeções anteriores. A produção doméstica de caminhões é algo que deve afetar negativamente a receita interna da companhia, com baixo nível de atividade podemos observar menor diluição de custos fixos nas operações locais, o que deve impactar negativamente as margens das operações Brasil. O segmento de máquinas off-road mesmo entrando em um período sazonalmente mais fraco, deve seguir com um patamar satisfatório de volume. A demanda ainda baixa por carros leves não nos preocupa devido à pouca relevância nos resultados da empresa. Por outro lado, acreditamos que a demanda externa por veículos pesados ainda deva continuar relativamente forte.

    Projetamos uma receita líquida de R$ 2,75 bilhões (+16,4% a/a e +6,2% t/t). O EBITDA projetado totaliza R$ 290 milhões (-1,4% a/a e +1,2% t/t) e nosso Lucro Líquido do trimestre somou R$ 118 milhões (+59,5% a/a e -13,8% t/t).

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