A Rede D’Or iniciou o ano de 2025 com um desempenho positivo, mantendo sua trajetória de crescimento sustentável nas duas principais verticais: hospitais e seguros. Mesmo com uma base de comparação desafiadora e o típico padrão sazonal do primeiro trimestre, a companhia entregou crescimento de receita, forte geração de caixa e avanço relevante no lucro líquido. O EBITDA consolidado, somado ao resultado financeiro sobre ativos vinculados da seguradora, cresceu 24,5% a/a, impulsionado tanto pelo desempenho operacional quanto pela disciplina de custos e despesas.
Nas operações hospitalares, observamos a continuidade da expansão com 291 leitos adicionados no trimestre e a inauguração do novo Hospital Barra D’Or. O ticket médio consolidado subiu 6,8% na comparação anual, refletindo maior complexidade dos procedimentos e ganho de mix. Apesar de um leve recuo na margem bruta, o segmento apresentou sólida evolução de receita e EBITDA. Na SulAmérica, a sinistralidade consolidada recuou para 78,6%, uma queda expressiva frente ao patamar de 82,5% do 1T24, impulsionada por reajustes de preço e melhor gestão assistencial.
O lucro líquido ajustado totalizou R$ 1,1 bilhão (+19,9% a/a), mesmo com aumento de despesas financeiras. A alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA caiu para 1,7x, conferindo maior flexibilidade para a estratégia de crescimento da companhia, incluindo o avanço do pipeline de novos projetos e a consolidação da rede Atlântica D’Or em parceria com a Bradesco Seguros.

Hospitais – Receita, Custos e Despesas
A receita líquida das operações hospitalares ficou praticamente estável na comparação sequencial (R$ 7,0 bilhões), mas avançou 6,7% na base anual. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelo crescimento de 16,5% na oncologia, com aumento no volume de infusões e avanço de 12,2% no ticket médio da área. O ticket médio total da operação hospitalar também teve alta de 6,8% a/a, reforçando o foco estratégico da companhia em procedimentos de maior valor agregado e complexidade.
Do lado dos custos, o total foi de R$ 5,5 bilhões, com alta de 10,0% a/a, influenciado pela entrada de novas unidades e pela maior relevância da oncologia — que possui custo mais elevado com materiais e medicamentos. A linha de materiais representou 19,5% da receita bruta, um leve avanço de 0,3 p.p. em relação ao ano anterior. O custo com pessoal também subiu (+13,3% a/a), refletindo aumento da operação e da força de trabalho clínica.
Nas despesas gerais e administrativas, houve aumento de 29,9% a/a, impactado por reversões de contingências em 2024 que distorcem a base comparativa. Mesmo desconsiderando esse fator, o crescimento foi contido (+3,4% a/a), com avanço na linha de pessoal por conta de provisões maiores de bônus para 2025. A margem EBITDA ajustada da operação hospitalar foi de 23,5%, com leve retração de 2,3 p.p. a/a.
SulAmérica – Receita, Custos e Desempenho
A vertical de seguros segue em forte recuperação, com receita líquida de R$ 8,0 bilhões no 1T25, crescimento de 12,2% a/a e 2,4% t/t. Esse avanço reflete a combinação de reajustes nas carteiras e expansão da base de beneficiários, que cresceu 8,5% a/a e superou 5,4 milhões de vidas. O ticket médio também avançou, contribuindo para o crescimento da receita mesmo em um ambiente competitivo.
O principal destaque positivo do trimestre foi a melhora da sinistralidade, que atingiu 78,6%, queda de 3,9 p.p. frente ao 1T24 e 1,6 p.p. frente ao 4T24. A trajetória de normalização do indicador vem sendo impulsionada tanto por ações de reajuste quanto por iniciativas de gestão de sinistros. O EBITDA ajustado (considerando resultado financeiro dos ativos vinculados) da SulAmérica foi de R$ 986 milhões, crescimento de expressivos 106,4% na base anual.
As despesas administrativas apresentaram queda de 4,7% a/a, com ganho de eficiência mesmo após o aumento de beneficiários e reforço na estrutura de serviços.
Consolidado – Lucro, Geração de Caixa e Alavancagem
O lucro líquido ajustado consolidado atingiu R$ 1,07 bilhão no 1T25 (+19,9% a/a), reforçando o momento positivo da companhia. A geração de caixa operacional foi bastante robusta, totalizando R$ 3,2 bilhões, um aumento expressivo de 85,1% em relação ao 1T24, sustentado pelo crescimento do EBITDA e maior eficiência na conversão em caixa.
A alavancagem financeira da Rede D’Or recuou para 1,7x dívida líquida/EBITDA, refletindo tanto a geração de caixa quanto a disciplina financeira. A posição sólida permite à companhia seguir executando seu plano de expansão — com 4.000 novos leitos previstos até 2028 — e avançar com a nova rede hospitalar Atlântica D’Or, fruto da joint venture com o Grupo Bradesco Seguros.