No terceiro trimestre de 2024, a Rede D’Or apresentou resultados consistentes em ambas as suas verticais, destacando-se pela expansão da receita e pelo controle eficiente de custos. A receita líquida consolidada somou R$ 7,2 bilhões, um aumento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, reforçando o impacto positivo das estratégias de reajuste de preços e gestão operacional.
Nas operações hospitalares, o avanço do ticket médio e o aumento na complexidade dos atendimentos impulsionaram o desempenho, enquanto a linha de materiais e medicamentos foi mantida sob controle, refletindo a eficácia dos processos internos. Na vertical de planos de saúde da SulAmérica, a gestão da sinistralidade e o aumento do ticket médio foram fundamentais para garantir a rentabilidade em um ambiente de forte concorrência.
Com uma sólida geração de caixa e uma redução na alavancagem financeira, a companhia reforça sua capacidade de sustentar os investimentos e crescimento planejados, mantendo uma estrutura de capital equilibrada e robusta. Com isso, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço-alvo de R$ 45,00
Rede D’Or: ticket médio impressiona
Nas operações hospitalares, o ticket médio apresentou avanço expressivo no 3T24, impulsionado por uma maior complexidade nos atendimentos, particularmente nas áreas de alta complexidade e oncologia. A demanda crescente por tratamentos oncológicos e infusões de alto valor agregado foi um dos principais fatores para esse aumento. A ocupação de leitos permaneceu elevada, com volume consistente de atendimentos, o que colaborou para o aumento da receita líquida e sustentou a base de crescimento da companhia. A Rede D’Or segue com foco em ampliar a oferta de serviços complexos, consolidando-se no segmento de alta complexidade, que tende a apresentar maior margem e agrega valor aos resultados.
Nos custos, a linha de materiais e medicamentos manteve-se controlada, representando uma parcela estável da receita, graças a acordos de fornecimento estratégicos e ao controle de estoques. Essa gestão eficiente permitiu que a companhia mantivesse a margem EBITDA mesmo com o aumento no volume de atendimentos. Os custos com pessoal acompanharam o crescimento da operação, refletindo tanto a expansão da rede quanto as contratações para suporte das novas unidades e serviços de alta complexidade. Em relação às despesas, houve um aumento nas despesas com serviços de terceiros, relacionado ao suporte de serviços especializados em unidades específicas e à expansão das operações. A provisão para remuneração variável também impactou as despesas, especialmente devido à expansão do quadro de funcionários e ao incentivo para retenção de profissionais especializados.
Sul América: mais uma redução de sinistralidade
Na operadora de planos de saúde SulAmérica, o número de beneficiários apresentou estabilidade no 3T24, refletindo o ambiente competitivo do setor de saúde suplementar. A empresa continua priorizando a retenção e qualificação dos beneficiários para garantir um portfólio rentável. O ticket médio avançou, sustentado por ajustes de preços e adesão a produtos de maior valor agregado, o que permitiu compensar os custos crescentes sem prejudicar a performance financeira da operação.
A sinistralidade apresentou leve melhora, indicando uma gestão eficaz dos custos assistenciais. Esse controle é essencial para a rentabilidade da operadora, especialmente em um cenário de custos crescentes no setor de saúde. Quanto às despesas, houve um aumento nas despesas com pessoal, necessário para apoiar a expansão dos serviços e a melhoria do atendimento ao beneficiário. As despesas com serviços de terceiros mantiveram-se estáveis, refletindo a eficiência na gestão de fornecedores e na otimização dos serviços contratados.
Consolidado: forte geração de caixa e redução de alavancagem
No consolidado, o lucro líquido ajustado do 3T24 alcançou R$ 1,3 bilhão, um aumento de 56,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento robusto é reflexo tanto da expansão da receita quanto da gestão eficiente de custos e despesas em ambas as verticais de atuação. O EBITDA ajustado da Rede D’Or alcançou R$ 2,5 bilhões, com margem EBITDA de 19,2%, uma leve contração em relação ao 3T23, atribuída ao aumento nas despesas de expansão e integração de novas unidades. Apesar dessa variação, a margem permanece em níveis sólidos, reforçando a resiliência operacional e a capacidade de a empresa gerenciar o crescimento sem comprometer a rentabilidade.
A geração de caixa continua forte, com conversão do EBITDA em caixa superior a 126% no acumulado do ano, reforçando a capacidade de a Rede D’Or manter sua estratégia de crescimento e expansão sem comprometer a liquidez. A alavancagem financeira foi reduzida para 1,9x Dívida Líquida/EBITDA, proporcionando maior flexibilidade para investimentos. A estrutura de capital permanece robusta e alinhada aos objetivos estratégicos da companhia.