Vamos fazer as contas? Dia das mães, dia dos namorados, duas ondas de forte frente fria e o retorno de eventos sociais. Esse trimestre traz, pelo menos, 4 gatilhos positivos que devem impulsionar o faturamento da maior rede de vestuário do Brasil: a Lojas Renner (LREN3).
A varejista reporta seus números para o 2º trimestre na primeira quinta-feira de agosto, dia 4. Estamos mais otimistas do que o consenso de mercado. Vestindo a sua melhor roupa, acreditamos que a Renner deva apresentar mais um sólido trimestre, incorporando eficiência operacionais e se beneficiando de um maior fluxo de vendas.
Lojas Renner é o nosso top pick do setor de vestuário e neste relatório estamos reiterando a nossa recomendação de COMPRAR para as ações da varejista, com preço-alvo YE22 de R$ 34. Reunimos as nossas estimativas consolidadas abaixo.
Receita líquida
Até o momento em que escrevemos este relatório, temos em mãos os dados de abril e maio do PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), que é divulgado pelo IBGE, e serve para acompanhar o comportamento do comércio varejista do Brasil. Nos dois meses subsequentes desse trimestre, o subitem “vestuário” outperforma o índice geral.
Diante de sua posição privilegiada e dos avanços na integração de suas operações “phygital”, estamos otimistas com a tese de Renner e acreditamos que a companhia irá entregar um crescimento ainda mais forte que o setor.
Estimamos uma receita líquida de R$ 3,3 b (+33% a/a; +26% t/t). Se a nossa expectativa estiver alinhada, isso significaria dizer que a Renner estaria faturando 44% acima do patamar visto no período de pré-pandemia, ou seja, em relação ao 2º trimestre de 2019 (base comparável).
O aumento da receita líquida da Renner deve ser beneficiado por um maior fluxo de compras e também por um maior ticket médio, considerando o repasse de inflação ao consumidor final. A dinâmica de crescimento deve permanecer a mesma, com a Youcom entregando o maior aumento relativo de receita, seguido pela Renner (que tem maior representatividade nas vendas totais) e, por último, a Camicado, que estimamos uma expansão mais lenta devido ao fraco apetite de compra pelo segmento o qual ela está inserida.
Custos e despesas
Com um forte avanço no controle de estoques e diminuição de markdowns, esperamos que a Renner recomponha sua margem bruta em +150 bps em relação ao 2T21, atingindo 60,5%. Este é um patamar parecido com a dinâmica do 1º trimestre desse ano e ainda abaixo do nível visto no 2º trimestre de 2019.
Em relação às despesas SG&A, esperamos ver uma forte diluição em relação ao 2º trimestre de 2021, uma vez que neste período a segunda onda de Covid-19 fez com que as varejistas e shoppings fechassem ou reduzissem o seu horário de funcionamento.
Com as vendas físicas evoluindo forte nesse trimestre e considerando o forte avanço do digital nos dois últimos anos, esperamos que a representatividade do SG&A em relação à receita líquida fique mais próximo a níveis vistos em 2019. Estimamos um EBITDA ajustado de R$ 687m nesse 2º trimestre, com uma margem EBITDA ajustada de 20,8% (+170 bps a/a).
Lucro líquido
Com um colchão confortável em seu caixa (R$ 5,6b) e sem dores de cabeça quanto a uma alavancagem financeira (DL / EBITDA = -0,8x), a última linha do balanço da Renner deve apresentar um forte avanço ano contra ano. Estimamos que a companhia reporte um lucro líquido de R$ 331m (+72% a/a), com uma margem de 10% (+220 bps a/a; +260 bps t/t).