A Lojas Renner irá divulgar os números consolidados para o 3º trimestre após o encerramento do pregão em 3 de novembro.
Neste 3º trimestre, esperamos que a Renner registre uma receita líquida de varejo de R$ 2,6b (+11,5% a/a; +36,9% ante 3T19). O número deve quebrar a sequência de “big numbers” na taxa de crescimento anual da primeira linha da varejista. A nossa visão está essencialmente baseada em três pontos:
(I) O 1º trimestre (crescimento de 65% a/a) teve uma base comparativa muito fácil de bater, com o Ômicron assolando as vendas no 1T21;
(II) O 2º trimestre (crescimento de 46%) foi um “ponto fora da curva”, considerando que, diante da chegada das ondas de frio em maio, o consumidor antecipou as compras de inverno (que rodam a maiores tickets);
(III) O terceiro trimestre marca o período de transição entre as coleções de alto inverno e primavera e, frente a um “inverno duradouro” no sul e sudeste, a troca de coleções deve enfraquecer a performance para o mês de setembro.
Com esse resultado, o indicador SSS (do inglês “Same Store Sales”) deve rodar a um número mais modesto, a 8%, segundo nossas expectativas.
A dinâmica entre as marcas Renner (inclui Ashua), Youcom e Camicado deve seguir a mesma dos últimos trimestres: a Youcom deve seguir apresentando o maior crescimento; a Renner deve ver seu faturamento crescer; e a Camicado deve retrair, ano contra ano.
Com remarcações em mínimas históricas, a Renner tem caminhado para recompor sua margem bruta para o nível visto em 2019. O ganho de margem desse trimestre deverá ser menor, considerando a sazonalidade do setor e a maior representatividade das vendas digitais na receita da varejista.
Estimamos um lucro bruto consolidado de R$ 1,6b (+8% a/a), apresentando uma margem bruta consolidada de 57,2% (+70 bps a/a; -30 bps em relação à 2019).
Apesar de capturar ganho na margem bruta, as despesas operacionais devem diluir esse “ganho” para a margem EBITDA. Tanto as despesas com vendas quanto as despesas gerais e administrativas devem avançar nesse trimestre, em termos de representatividade da receita líquida.
A nossa expectativa é que a Renner apresente um EBITDA (IFRS 16) de R$ 488m (+11,8% a/a), apresentando uma margem EBITDA consolidada de 17,1% (+44 bps a/a).
Com um caixa bilionário (R$ 4,7b) e uma baixa alavancagem financeira (DL/EBITDA de -1,0x), a Renner não deve enfrentar problemas em relação ao resultado financeiro líquido. Com isso, a varejista deve apresentar um lucro líquido consolidado de R$ 206m (+20% a/a), com uma margem líquida de 7,8% (+50 bps).
Até o final de 2022, a Renner tem um montante de dívida a pagar que soma R$ 1,28b. Com uma liquidez folgada, esperamos que a companhia honre o pagamento das dívidas nas datas acordadas, não realizando novas emissões neste ano.