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    Publicado em 24 de Março às 17:03:24

    SABESP (SBSP3) | 4T22: Ainda sobre pressão!

    SABESP (SBSP3):

    Reiteramos nossa recomendação em MANTER. Vamos continuar batendo na mesma tecla: a Sabesp é um case de evento, assim, o destravamento de valor para a companhia está muito relacionado com a possibilidade de privatização por parte do governo. Entretanto, os termos em que ocorreram a privatização da Corsan, com baixa competitividade e ágio de apenas 1%, aliado com a ameaça de possíveis mudanças no Novo Marco do Saneamento são fatos que podem vir a minar o apetite do governo pela privatização da empresa, ou ao menos, fazê-los esperar por um momento mais oportuno, com taxas de juros mais baixas e maior apetite ao risco por parte dos investidores. Além disso, a razoável proximidade as eleições municipais para a capital (2024) devem pautar o debate sobre a privatização da empresa com a presença relevante de candidatos com pautas antiprivatistas pautando o debate.

    Consideramos que uma aproximação da avaliação de uma empresa de saneamento privatizada deveria ser de pelo menos 1x EV/RAB (o que nos daria um preço alvo de R$63/ação para a Sabesp). Depois da atual realização nos preços do ativo, a companhia negocia a 0,8x EV/RAB 23E, nível de preço que praticamente não considera mais o case de privatização, em nossa leitura. Ou seja, um bom ponto de entrada para aqueles que vislumbram a privatização acontecendo em um prazo razoável de tempo. Por hora, preferimos acompanhar a evolução dos fatos e entrar no case em um momento mais oportuno.

    Demonstrativo do Resultado 4T22

    EBITDA abaixo do consenso! A Receita Líquida da empresa alcançou R$5,9 bilhões (+17,1% a/a), ainda propelida principalmente pelo impacto positivo do reajuste tarifário de 12,8% em maio/22, apenas do crescimento insignificante no volume faturado tanto de água quanto de esgoto (0,9% a/a no volume faturado total).

    O EBITDA ajustado da companhia totalizou R$ 1,7 bilhões (crescimento de 15,2% a/a), propelido principalmente sobre a receita. A grande decepção do trimestre fica por conta das despesas operacionais que seguem evoluindo em duplo dígito em praticamente todas as suas linhas, que alcançou R$2,6 bilhões (+16,8% a/a). Como principais destaques negativos citamos a linha de salários (+16,5% a/a) e materiais de tratamento (+57,4 a/a), principalmente. Vale lembrar que a evolução nos custos totais aconteceu mesmo em um cenário de isenção do ICMS da linha de energia elétrica no trimestre.

    Por fim, o resultado financeiro, graças, principalmente, à valorização do real frente ao dólar e ao iene, passou de negativos R$927,4 milhões no 4T21 para R$372,4 milhões nesse trimestre, o que certamente contribuiu para o lucro líquido obtido de R$642,2 bilhão no trimestre, abaixo das estimativas do consenso devido a evolução ainda acentuada nos custos operacionais não-gerenciáveis.

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