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    Publicado em 06 de Maio às 08:21:23

    SLC Agrícola (SLCE3) | Prévia do 1T24: Algodão melhorando mas soja decepcionando…

    Pontos de destaque:

    (i) Projeta uma receita fraca, com recuo na base anual, e uma compressão na margem EBITDA na comparação anual; (ii) Queda no resultado bruto da soja deve ser o principal destaque negativo do trimestre; (iii) Algodão deve compensar parcialmente os resultados fracos da soja e do milho; (iv) Soja e milho em queda devem continuar prejudicando o resultado consolidado da companhia; (v) Algodão deve seguir ajudando a compensar os números desanimadores da soja e do milho; (vi) Reiteramos recomendação de COMPRA com Target Price 12M de R$23,50.

    A SLC Agrícola irá reportar o seu resultado do 1T24 no dia 08 de maio, pós fechamento de mercado, e, neste relatório, iremos apresentar as nossas expectativas para os números da companhia. Por um lado, estamos ainda com viés baixista para as commodities soja e milho, o que deve representar um vento bastante contrário ao desempenho operacional consolidado da companhia. Por outro, a resiliência nos preços do algodão está surpreendendo.

    Valuation e recomendação. Acreditamos que as dinâmicas favoráveis para algodão devem ajudar a compensar parcialmente neste ano o fraco desempenho da soja e do milho. Além disso, enxergamos a companhia sendo negociada a um EV/EBITDA 24E de 6,2x vs. uma média histórica de 6,7x. Desse modo, reiteramos recomendação de COMPRA com Target Price 12M de R$23,50.

    Prévia 1T24

    No 1T24, estimamos uma receita total de R$1,9b, uma retração de -12,0% a/a. Projetamos um EBITDA de R$ 704m, recuo de -24,6% a/a, equivalente a uma compressão de -6,0p.p. a/a na margem EBITDA, a qual deve atingir, assim, 36,0%. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$226m (-60,7% a/a).

    SLC Agrícola: Variação Anual e Trimestral

    Conjuntura segue fraca para soja e milho. Uma série de fatores devem impactar negativamente o resultado operacional consolidado desse trimestre. Entre eles, citamos: (i) um resultado bruto da soja bem menor, tanto na base anual quanto t/t, devido à queda no preço dessa commodity e na produtividade; (ii) com a redução da área plantada, o volume de venda também deverá atingir níveis mais arrefecidos; (iii) a marcação negativa do ativo biológico da soja, em função dos ajustes da safra e (iv) um resultado fraco do milho, devido a queda de seu preço. 

    Porém, nem tudo é negativo, e o algodão deve trazer um alívio ao resultado. Do lado positivo, acreditamos que o resultado do algodão deve ser interessante, e ser marcado por uma maior produtividade e rentabilidade. Assim, devemos ver uma recuperação forte na linha de lucro bruto do algodão, a qual deve parcialmente compensar as margens fracas na soja.

    Para o algodão, estamos com viés otimista, reforçado pela (i) demanda resiliente de produtos têxteis nos EUA; (ii) taxa de operação da indústria na Ásia acima da média histórica e (iii) um nível elevado de importações de algodão por parte da China. Vemos ainda um upside risk para o algodão caso o Texas, principal estado produtor desta commodity nos EUA, tenha perda de produção ou até mesmo abandono de área em virtude da passagem do La Niña pela região (que costuma contribuir para dificuldades climáticas, como altas temperaturas e períodos de seca).

    Nossa visão e recomendação

    Olhando para frente, situação não deve melhorar no curto prazo. Nosso viés para as commodities soja e milho segue baixista, dado que não vemos fundamentos no cenário global que viabilizem uma recuperação de preços. Se a Argentina tiver uma produção abaixo do esperado, somado a eventual quebra significativa de safra no Sul do Brasil, dado as chuvas fortes dos últimos dias, é possível que ocorra um repique nos preços.

    Entretanto, vemos essa redução da produtividade como improvável em um nível significativo para sensibilizar uma alta contundente de preços. Além disso, as curvas futuras da soja e do milho apontam para uma queda de preços, evidenciando que o mercado está precificando safras cheias.

    Grandes oportunidades de arrendamento e compra de terras agrícolas em 2024 e 2025. Em virtude do cenário de forte pressão nas margens dos produtores menores, acreditamos que os anos de 2024 e 2025 serão períodos de grandes oportunidades de arrendamento e compra de terras agrícolas por grandes produtores como a SLC e a Brasil Agro, e estamos otimistas com novos negócios que podem surgir ao longo deste ano.

    As recentes chuvas afetam ? Notamos que, recentemente, especulou-se que o maior volume de chuvas em março na Argentina poderia provocar um repique de preço na soja. Porém, temos monitorado que, até o presente momento, o percentual de lavouras em boas condições na Argentina se encontra dentro da normalidade para uma safra considerada boa. Sobre as fortes chuvas no Rio Grande do Sul (RS), ainda é cedo para dizer o qual será o volume de produção que será perdido. Estudos preliminares indicam ~7% de quebra de safra, mas mesmo assim, acreditamos ser improvável uma sensibilidade significativa de alta de preço

    Algodão melhorando, mas soja decepcionando… Apesar de esperarmos que o cenário siga desafiador para as culturas de milho e soja ao longo de 2024, com seus preços em queda bem como a produtividade das terras, seguimos com um viés positivo para a cultura do algodão, e acreditamos que o resultado bruto do algodão este ano, ajude a compensar o fraco desempenho da soja e do milho. Ademais, enxergamos a Companhia negociando a um EV/EBITDA 24E de 6,3x vs. uma média histórica de 6,7x, e vemos um relevante upside frente ao preço atual de tela. Assim, reiteramos recomendação de COMPRA com Target Price 12M de R$ 23,50.

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