Recomendação Genial
Seguimos com a recomendação de VENDER em TAEE11. Apesar de gostarmos do momento operacional da empresa, não conseguimos encontrar potencial de valorização expressivo no case para justificar um posicionamento mais positivo a medida que a empresa negocia sem upside em relação ao nosso preço justo. Como já era de se esperar no negócio de transmissão, vemos o resultado deste trimestre sem grandes surpresas. No geral, como já mencionamos em documentos pregressos, a boa performance do EBITDA da empresa no trimestre está relacionada ao reajuste das receitas das linhas de transmissão expostas ao IGPM (+37% a/a) e a entrada operacional de projetos que estavam em desenvolvimento – para fins de comparação, a RAP de todas as linhas da companhia (incluindo aquelas que a empresa tem participação minoritária) alcançaram R$3,3 bilhões no ciclo 2021/2022 vs R$2,7 bilhões no ciclo 2020/2021. Outro ponto de destaque da empresa é o endividamento, que alcançou um total de R$7,5 bilhões – representando uma alavancagem de 4,3x Dívida Líquida/EBITDA. No geral, vemos esse resultado trimestral com bons olhos, mas sem grandes motivações para alterarmos nossa recomendação. Como eventual gatilho de valor, citamos o processo de desinvestimento da Cemig, que pode destravar a aquisição e consolidação da empresa por um dos seus maiores acionistas: o grupo colombiano Isa.
Detalhamento dos Resultados
EBITDA razoavelmente em linha com o esperado. Neste trimestre, a receita alcançou R$ 497 milhões, crescendo 29,8% a/a devido à questão dos reajustes nas receitas dos contratos e entrada operacional do projeto de Jarnaúba (entregue com quase 6 meses de antecedência em relação ao cronograma da ANEEL e uma eficiência de CAPEX de 18% em relação aos números regulatórios). O EBITDA regulatório ficou em R$421 milhões, alcançando uma margem de 84,6% (+180bps), destaque positivo, mas dentro do esperado. Outro destaque interessante, foram os investimentos da empresa ao longo de 9M21, que alcançaram R$818 milhões (vs. R$1,5 bilhões em 2020). Julgamos tal momento do ciclo de investimentos como importante para a empresa. Em nossa leitura, com a entrada operacional dos projetos sob desenvolvimento da empresa e queda na necessidade de investimentos, o atual nível de endividamento somados a alta dos juros podem representar um risco para lucratividade da empresa e fazer com que a empresa passe a ser menos generosa no pagamento de dividendos aos acionistas. Neste trimestre, a empresa não anunciou o pagamento de nenhum provento.
Ponto Positivo
- IGPM. Aproximadamente 60% dos contratos da empresa estão expostos ao IGPM.
- Dividendos. Um dos cases de dividendos mais interessante e resilientes da bolsa de valores.
- Destravamento de valor. Caso o controlador da empresa consiga seguir adianta com o intuito de vender a sua participação remanescente na empresa, o grupo Colombiano ISA seria um comprador natural da operação.
Ponto Negativo
- Desinvestimento da Cemig. Com o avanço da CPI no congresso de Minas Gerais, o processo de desinvestimento da CEMIG está, por enquanto, suspenso.
- Dívida. O endividamento da empresa e aumento da taxa de juros devem pressionar o lucro líquido da empresa. Além disso, atual situação de alavancagem da empresa retira “munição” da empresa na participação de futuros leilões de privatização.
- Valuation. Aos atuais níveis de preço, consideramos a TAESA em case bem precificado.