TAESA (TAEE11): Inflação jogando a favor
Mantemos recomendação de VENDER para as ações da empresa. A empresa apresentou uma vez mais um resultado operacional sólido, em linha com o que era esperado. Nesse trimestre a companhia obteve bons números, ajudada pela atualização do ciclo RAP 2022-2023 que reajustou as concessões de categoria II (IGP-M) em 10,72% e de categoria III (IPCA) em 11,73% e, pela entrada operacional de Janaúba e Sant’ana (parcialmente). Apesar do bom resultado, novamente reitera-se que, julgamos o case da companhia bem precificado. Nos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando acima do nosso preço-alvo e uma taxa interna de retorno implícita de apenas 6,3% em termos reais, muito pouco atrativo em relação ao rendimento real dos títulos de renda fixa (NTN-Bs estão rendendo c. 5,5% em termos reais). Queremos chamar a atenção ao fato de que, apesar da grande qualidade dos ativos da empresa, TAESA possui a maior alavancagem em relação aos pares mais expostos ao segmento de transmissão e tem boa parte das suas concessões mais relevantes acabando em relativo curto periodo de tempo. Sendo assim, a empresa precisa comprar novos projetos em meio a um ambiente de juros altos e alta competitividade nos leilões. Ou seja, uma tarefa desafiadora para os próximos anos.
Detalhamento dos resultados 3T22
EBITDA acima do consenso do mercado, em linha com nossas expectativas. Reportando um EBITDA regulatório de R$498,1 milhões, a empresa obteve um crescimento de 18,3% a/a, como dito anteriormente, muito em função da atualização do ciclo RAP 2022-2023 e da entrada operacional de Janaúba e Sant’ana. Tal performance foi parcialmente compensada devido a redução de 50% da RAP das concessões de Lumitrans e STC, por entrarem no 16° ano de operação (concessões licitadas entre os anos de 1999 e 2006 sofrem um corte de 50% em suas receitas sob os termos descritos acima).
Os custos e despesas da companhia cresceram 12,1% a/a, afetado em grande parte pela linha de “pessoal”, que apresentou aumento de 19% a/a, devido ao reajuste salarial e pelo aumento do quadro para atender Janaúba.
Na linha de resultado financeiro, a companhia apresentou melhora com relação ao mesmo trimestre do ano passado, totalizando R$85 milhões negativos, 62,8% menor que no 3T21, em grande parte, devido a deflação observada no período, auxiliando na linha de “variação monetária e cambial”.
No endividamento, a dívida líquida da Companhia totalizou R$ 6.925,3 MM, 4,0% maior que o 2T22. Apesar disso, com o crescimento do EBITDA, houve pequena melhora no indicador Dív. Liquida/EBTIDA, passando de 3,8x no 2T22, para 3,7x atualmente.
Por fim, o lucro líquido da companhia somou R$ 373,7 milhões no 3T22, apresentando um aumento anual de 94,6%.
Uma vez mais, dividendos!
O conselho de administração da companhia aprovou a distribuição de R$ 45,2 milhões (R$ 0,13 /ação) a título de dividendos intercalares, R$ 113,4 milhões (R$ 0,33 /ação) a título de dividendos intermediários referente a Reserva Especial de dividendos não distribuídos e, R$ 206,8 milhões (R$ 0,60 /ação) a título de juros sobre capital próprio (JCP), totalizando R$ 365,4 milhões (R$ 1,06 /ação). O pagamento ocorrerá no dia 5 de dezembro de 2022, a partir da data base de 14 de novembro de 2022.
Se somados aos dividendos pagos no último trimestre (R$506,7 milhões), a companhia soma um pagamento de dividendos de R$2,53/ação referentes ao ano de 2022, um dividend yield de 6,5%, ao preço da data desse relatório.