Novo anúncio de dividendos
Reiteramos nossa recomendação de MANTER para as ações da TAESA. Apesar de os resultados financeiros ligeiramente abaixo das expectativas de mercado, em termos operacionais, a companhia reforça aquilo que já falamos outras vezes sobre possuir qualidade operacional e entregar o que se espera em termos de geração de valor. Apesar disso, alguns fatores continuam nos chamando a atenção, como:
I) A Taesa, pelas nossas estimativas, já se encontrar negociando em seu preço justo, sem apresentar resultados e fundamentos que possam vir a acrescentar valor a companhia, como a aquisição de novos lotes.
II) A empresa é a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/EBITDA 12M), em um cenário de juros altos. Junto a isso, vemos a empresa com o menor prazo de concessão médio dentre as empresas do segmento, sem projetos novos no pipeline de investimentos para adicionar perspectivas de crescimento de receita. E por fim, para complementar, temos 60% da receita da companhia atrelada ao IGPM, que vem arrefecendo nos últimos meses, inclusive apresentando deflação.
Apesar do novo anúncio de dividendos, no valor de R$0,59/unit, um dividend yield de 1,6% (data ex: 13/11), pelas nossas estimativas, com a empresa negociando com uma Taxa Interna de Retorno Implícita de 7,7% em termos reais, contra 5,89% das NTN-Bs 2045, aos atuais níveis de preço não vemos razões para uma recomendação mais agressiva ao papel, reiterando nossa recomendação de MANTER.
Detalhamento dos resultados
A empresa reportou uma receita líquida regulatória de R$606,5 milhões no trimestre, aumento de 3,9% com relação ao 3T22. Para além do reajuste inflacionário do ciclo RAP 2022-2023, o aumento é devido a entrada operacional de Saíra e Sant’Ana. É válido lembrar que as linhas ajustadas pelo IPCA tiveram reajuste de +3,94%, enquanto as linhas reajustadas pelo IGPM apresentaram reajuste negativo de -4,50%.
Com relação aos custos e despesas, houve um aumento de 22%, totalizando R$104 milhões, explicado pelo reajuste salarial, aumento do quadro de funcionários e aumento de serviços de terceiros. O resultado financeiro totalizou menos R$182 milhões, 113% acima da comparação anual, explicado pelo aumento dos juros incorridos no período, e menor rendimento de aplicações financeiras.
A dívida bruta da companhia totalizou R$10.160 milhões, 6,5% maior que o trimestre anterior. O caixa da companhia ficou em R$1.686 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$8.474 milhões, 3,3% maior que o 2T23. Assim, a Taesa fecha o trimestre com uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,7x, a maior dentre os pares.
Por fim, o lucro líquido registrado foi de R$330 milhões, aumento de 11,6% com relação ao 3T22. Ressaltamos que não achamos o resultado negativo, apenas que a empresa se encontra precificada e, sem justificativas para negociar acima de seu valor justo.