TAESA

    Ações > Energia > TAESA > Relatório > TAESA (TAEE11) | Resultado 3T25: Superando o que já é bom!

    Publicado em 12 de Novembro às 08:38:36

    TAESA (TAEE11) | Resultado 3T25: Superando o que já é bom!

    Muito bom! Mas meio que no preço…

    A Taesa reportou resultados acima das nossas estimativas e do consenso devido a um mix de eventos positivos ao longo do seu resultado como bom controle de custos, reajuste das receitas positivamente impacto pelo IGPM vs IPCA do período (empresa tem grande exposição ao IGPM) e Parcelas Variáveis abaixo do nível histórico (0,28% no 9M25 vs 1,66% no 9M24). Entendemos que os principais fatores a serem daqui por diante permanecem sendo os mesmos: (i) o monitoramento da alavancagem (em 4,1x Dívida Líquida/EBITDA) e (ii) aquisição de novos projetos com o objetivo de aumentar o tempo médio de duração das suas concessões. Embora operacionalmente a Taesa esteja apresentando boa performance costumeira, quando olhamos para o case observamos: (i) o maior nível de alavancagem comparada aos pares, (ii) baixo número novos de projetos e (iii) menor prazo médio de concessão como detratores de valor. Apesar da execução operacional consistente, continuamos a ver o valuation restrito, com poucos gatilhos de reprecificação no curto prazo. Com TIR real de 7,0% (vs. NTN-B 2045 a 7,2%) e dividend yield anualizado próximo de dois dígitos, alteramos a recomendação para VENDER.

    Detalhamento dos resultados 3T25 | Um mix de Eventos positivos

    Receita Líquida Regulatória: A companhia reportou R$650,5 milhões, crescimento de +9,8% a/a, impulsionado por: (i) o início da operação comercial de Pitiguari e reforços da Novatrans, (ii) reajuste positivo da RAP 2025–2026 (+5,3% IPCA / +7,0% IGP-M), (iii) redução da Parcela Variável, com reversão de provisões anteriores (R$7,1 milhões de melhora), e (iv) efeitos positivos da Revisão Tarifária Periódica (RTP). Para além da boa execução dos projetos em desenvolvimento e aumento do resultado dos Reforços e Melhorias, destacamos o efeito do descompasso dos valores do IGPM vs IPCA acumulado – questão interessante para a tese da empresa tendo em vista a exposição de c. 60% das suas linhas de transmissão ao IGPM, a maior dentre todas as empresas de transmissão no Brasil. Julgamos tal característica interessante para o longo prazo tendo em vista o fato da IGPM histórico ser maior vs IPCA ao longo do tempo.

    Custos e Despesas (PMSO). Totalizaram R$101,7 milhões (-3,1% a/a), refletindo disciplina operacional e ganhos de eficiência. O aumento de +3,9% nos custos com pessoal (reajuste salarial de 5,3% pelo acordo coletivo) foi compensado pela reversão de provisões de PLR e menores despesas não recorrentes.
    A linha de “outros” apresentou normalização frente à maior de 3T24 (quando houve baixa de estoques, aumentando a necessidade de provisões na época), enquanto terceiros registrou alta pontual devido a consultorias estratégicas e administrativas (~R$4,6 milhões). No total, custos e despesas, depreciação e amortização somaram R$233 milhões (+21,4% a/a), impactados pela entrada em operação de novos ativos. Sob uma base de números recorrentes, a evolução do PMSO teria sido de +5,0% a/a.

    EBITDA Regulatória. O EBITDA atingiu R$548,8 milhões (+12,6% a/a), com margem de 84,4% (+2,1 p.p.). O resultado reflete: (i) maior RAP com novos ativos entrando em operação, (ii) efeito pleno dos reajustes inflacionários, (iii) redução da PV, e (iv) queda do PMSO. Excluindo eventos não recorrentes, o EBITDA ajustado cresceu 10,0% a/a, com margem estável em 84,2%.

    Resultado Financeiro: O resultado financeiro foi negativo em R$227 milhões (+7,8% a/a), pressionado por: (i) maior endividamento médio e custo da dívida atrelada ao CDI (alta de 33,9% nos juros incorridos), e (ii) variações monetárias menores (IGP-M -0,05% vs. +1,53% e IPCA +0,04% vs. +0,34% no 3T24).
    Houve melhora em “outros financeiros” (+R$15,5 milhões), com atualização de créditos tributários e ativos regulatórios.

    Endividamento: A Dívida Líquida encerrou o trimestre em R$9,35 bilhões (-1,7% t/t), com Dívida Líquida/EBITDA em 4,1x, estável frente ao 2T25. O caixa consolidado aumentou +23,4% t/t, para R$1,11 bilhão, sustentado pela 18ª emissão de debêntures (R$800 milhões) e recebimento de dividendos das investidas. Os principais usos de caixa foram: (i) amortizações e juros (~R$1,0 bi), (ii) CAPEX de R$516,7 milhões, e (iii) pagamento de proventos de R$188 milhões em agosto/25. Empresa segue o case de transmissão mais alavancado dentre nossa cobertura – interessante pelos “tax shield” de uma estrutura de capital mais alavancada, mas com potencial de redução de crescimento via aquisições e/ou aquisição de projetos relevantes em leilões de transmissão.

    Lucro Líquido Regulatória: O lucro líquido regulatório foi de R$323,3 milhões (+5,2% a/a), acompanhando a expansão do EBITDA e a estabilidade financeira. Sob IFRS, o lucro líquido foi de R$340,6 milhões (-16,8% a/a), influenciado por menores receitas de atualização monetária, dada a desaceleração do IPCA e do IGP-M.

    Dividendos. O Conselho aprovou a distribuição de R$323,3 milhões (R$0,94/unit), sendo R$144,5 milhões em JCP e R$178,8 milhões em dividendos, equivalentes a 100% do lucro regulatório do trimestre. O pagamento ocorrerá em 28 de janeiro de 2026 (base 14/11/2025) baseada na base de acionistas da empresa até o dia 14 de Novembro. O yield trimestral é de 2,2% sobre o preço atual.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir