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    Publicado em 04 de Maio às 00:24:11

    TIM (TIMS3) | 1T22: Margens um pouco mais apertadas, mas lucro superior!

    Custos mais fortes, mas serviços móveis seguraram

    No resultado do 1T22 da TIM, classificamos o resultado como neutro. A receita foi 3,2% acima das nossas expectativas, porém os custos superaram em 5,6% nossas projeções, o que culminou num EBITDA de R$ 2,12b obtendo uma margem de 44,9% no tri. Reiteramos nossa recomendação de COMPRA para a companhia, com preço-alvo de R$ 18,00/ação.

    A empresa apresentou uma receita líquida total de R$ 4,73b (-1,5% t.t e +8,9% a.a) impulsionada sobretudo pelos serviços móveis, que alcançou os R$ 4,29b (-0,9% t.t e +8,6% a.a). Já a venda de aparelhos atingiu R$ 143m (-20,1% t.t e +28,7% a.a), refletindo a queda na venda de produtos pós efeito de Black Friday e ofertas de Natal durante o 4T21, porém evidenciando uma melhora em comparações anuais em virtude da maior abertura econômica, com menos impactos da pandemia.

    Além disso, houve um aumento da base total de clientes móveis para 52,30 milhões (+0,5% t.t e +1,1% a.a), com uma receita média por usuário (ARPU) do móvel atingindo R$ 27/usuário (mensal) (-1,1% t.t e +7,6% a.a). Em grande medida, nossas estimativas de receita foram inferiores pelo fato do mês de março não ter seguido o mesmo padrão de queda na base de clientes do pré-pago como visto em janeiro e fevereiro, de acordo com os dados da Anatel, sendo uma notícia positiva para a empresa que entregou resultados melhores em termos de receita.

    Ao mesmo tempo, do lado fixo, com a transição da venda de 51% da FiberCo para IHS (agora I-Systems), o crescimento do FTTH excedeu nossas expectativas em 6,0%, atingindo uma base de clientes de 438k (+9,6% t.t e +31,4% a.a), gerando uma receita da TIM Live de R$ 192m (+1,9% t.t e +10,2% a.a) e um ARPU TIM Live de R$ 91/usuários (mensal) (+0,4% t.t e +2,0% a.a), demonstrando em grande medida o maior interesse por Internet de maiores velocidades que, por sua vez, possui tickets superiores que impactam no ARPU.

    Na parte de custos, o principal impacto foi com relação ao aumento de custos associados ao aluguel dos serviços da I-Systems, seguindo a estratégia de substituição de CapEx para OpEx (“em vez de investir, aumentam-se os custos”), cuja participação dentro deste tri foi integral, gerando um aumento com gastos em Rede e Interconexão atingindo R$ 894m (+31,1% t.t e +24,1% a.a).

    Assim, o crescimento do custo se sobressaiu frente à expansão da receita, fazendo com que a margem EBITDA se comprimisse, chegando em 44,9% (-6,1 p.p t.t e -1,6 p.p a.a).

    Pontos Positivos

    • Receita Líquida Total alcançando os R$ 4,73b, o que representa um aumento frente a comparação anual (-1,5% t.t e +8,9% a.a), com a base de clientes alcançando um valor de 52,30 milhões no 1T22 (+0,5% t.t e +1,1% a.a);
    • Adições líquidas positivas nos serviços pós-pago de 350k (-28,7% t.t e -10,2% a.a) e destaque nas adições do pré-pago que foram de -111k (-63% vs nossas estimativas), com o padrão de queda verificado em janeiro e fevereiro sendo interrompido por uma adição líquida positiva no pré em março;
    • Leve crescimento do ARPU TIM Live em R$ 91/usuário (mensal) (+0,4% t.t e +2,0% a.a). Aliado ao aumento da base de clientes desse serviço (+0,7% t.t e +4,2% a.a), esse fator reflete a continuidade de uma maior procura por planos de maiores velocidade de dados de modo geral;
    • Lucro líquido acima do esperado de R$ 419m (-45,5% t.t e +51,2% a.a) comparado às nossas estimativas de R$ 339m, devido a gastos maiores com CapEx do que os previstos, mesmo com o impacto mais expressivo do resultado financeiro em virtude do aumento dos juros;

    Pontos Negativos

    • Custos maiores totalizando R$ 2,6b (+10,8% t.t e +12,3% a.a), sobretudo impactado pela parte de Rede e Interconexão que somou R$ 894m (+31,1% e +24,1% a.a);
    • Margem EBITDA menor de 44,9% (-6,1 p.p t.t e -1,6 p.p a.a) resultado de um crescimento inferior de receita quando comparado aos custos, o que deve ser sentido nos números da companhia daqui para frente, como resultado de uma substituição de CapEx para OpEx;
    • Fluxo de caixa operacional negativo, em função do pagamento das obrigações vinculadas ao 5G (pagamento da primeira parcela da EAF de cerca de R$ 1,1b, como parte das obrigações da faixa de 3,5 GHz do leilão do 5G em fevereiro e o pagamento do Condecine e CFRP de R$ 298m em março).

    Eventos relevantes

    Com a venda da Oi Móvel e a aquisição de parte dos ativos pela TIM, há várias sinergias a serem levadas em conta nos próximos meses: aumento de base de clientes, possibilidade de crescimento vertical (via aumento de espectro) em vez de horizontal (via CapEx), redução de gastos em operações antigas da Oi com proximidade das atividades da TIM, dentre muitas outras. A empresa já deu esclarecimentos em uma conference call sobre as possíveis sinergias que giram em torno de R$ 16~19b nos próximos anos, mas trarão mais informações durante o TIM Day desta quarta-feira.

    Além disso, com a participação da empresa no leilão do 5G, ela garantiu seu espaço na nova geração móvel, permitindo uma gama ainda maior de serviços para os próximos anos. Com a resolução desses eventos, aliados aos resultados obtidos e às nossas projeções, mantivemos nosso preço-alvo para a companhia de R$ 18,00/ação.

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